Por Cesar Oliveira
Em 22/02/2010, às 00:30:39
Cricrizada Amiga: Não é fácil ser Botafoguense. Mas é bom pra $#%&! A gente ganha quando “eles” menos esperam. Temos uma legião de craques, ídolos, lendas e mitos como nenhum outro. Aliás, desconfio que é isso justamente que os faz nos agredir tanto. Um amigo meu, flamenguista chorão e bobo, passou o jogo me mandando e-mails debochando da vitória. Foi falta aqui, eles jogaram mal ali, o gol não foi merecido... coisas de mau perdedor. No chope que reuniu a Confraria da Amizade Botafoguense antes do jogo, nas imediações do Maracanã, a vascainada, na base do 4 pra 1, nos sacaneava à larga. Estavam certos de repetir a goleada, certos de nos achincalharem o domingo. Comentei com meus confrades que aquele era uma história que qualquer vetusto Botafoguense, como eu, conhecia o final: uma derrota daquelas que amargam a semana dos nossos adversários, como já tinha sido, no meio da semana, praquele time da beira da Lagoa. Amanhã, os bacalhaus – como antes os urubus – irão trabalhar ou à escola com cara de bunda. Voltamos ao bar, depois da vitória desopiladora, para mais uma rodada de cerveja e pizzas. Os “nossos” faziam uma festança. Os adversários, visivelmente envergonhados, passavam de cabeça baixa, sem coragem de olharem em nossos rostos iluminados pela vitória. Mas bom mesmo é perceber a imensa quantidade – e qualidade – dos amigos que o Botafogo, via internet, colocou em minha vida. Lá atrás, nos primórdios da internet discada, conheci o Nesto, a Malu, a Kátia, o Fernando, o Conde, o Marcelo, só gente boa. Aliás... ROBERTO PORTO, 70 Enfim, vencemos. E, sem o saber, o Botafogo proporcionou ao jornalista Roberto Porto uma alegria a mais. Durante muito tempo, ele foi o representante da torcida do Botafogo na imprensa carioca. Brigava pelo Botafogo, defendia o Botafogo, não permitia que o Botafogo fosse achincalhado. E, desconfio, andou prejudicando a sua carreira por isso. Nesta segunda-feira, ele completa 70 anos de idade. Tive o prazer de me tornar seu amigo, depois de tanto tempo lendo suas colunas no Jornal dos Sports, de vê-lo no Maracanã torcendo pelo Botafogo nas arquibancadas. Quis o destino que, um dia, comentando uma coluna – uma das últimas que escreveu no cor-de-rosa antes de ser demitido – eu entrasse em contato com ele, trocássemos e-mails e ele me confessasse seu sonho dourado: — Eu gostaria é de escrever o meu livro sobre o Botafogo. — Se você escrever, eu publico – disse eu desaforadamente. E, juntos, com o apoio luxuoso do designer Marcelo Fonseca, produzimos um livro que é um dos maiores orgulhos da minha carreira: “Botafogo: 101 anos de histórias, mitos e superstições”. Ainda hoje, quando o tiro da estante dedicada aos 500 e tantos livros de futebol que tenho, para reler uma coisa ou outra, para rever uma fotografia ou conferir uma informação, ainda hoje – repito – fico emocionado em saber que aquela preciosidade tem o meu dedo e me permitiu ficar amigo de um dos maiores jornalistas Botafoguenses em todos os tempos. Hoje, aos 70 anos de idade, desrespeitado pelos antigos donos do Jornal dos Sports, que o demitiram sem lhe pagar, uma falcatrua que só a (in)Justiça do Trabalho do Brasil é capaz de proporcionar, Roberto Porto vive da sua aposentadoria e do trabalho que produz na ESPN Brasil, participando com seus fartos conhecimentos da história do futebol brasileiro no programa “Loucos por Futebol”. Sua ausência da mídia diária é uma perda para o Botafogo, para a imprensa esportiva e para nós, torcedores do Botafogo. Saudações bicampeãs, PS-1: Se você quer parabenizar o Porto, vai lá no Blog dele: http://blogdorobertoporto.blogspot.com PS-2: Hoje, vamos chupar... um picolé! Que tal?... |