PAPO DE CAMPEÃO
Por Cesar Oliveira
Em 26/04/2010, às 00:02:37
Cricrizada Amiga: Ainda pê da vida com a virose maldita que me pegou no final da quarta-feira, ainda não abandonou e me impediu de ir ao jogo de entrega das faixas, faço algumas observações esparsas para um debate-boca bem ao estilo do Canal Botafogo. Joel Santana Mais uma vez, a diretoria do Botafogo se comportou de maneira ética e digna. Essa tem sido a tônica da administração do Maurício Assumpção, que merece a vitória em 2010 para consolidar um trabalho que, se não é sempre 100%, pelo menos sempre visa o bem do Botafogo. Talvez não devesse, porque do outro lado, tinha, tem e continuará tendo só a escória da bandidagem no futebol brasileiro: a) um clube que apresenta proposta de trabalho a um profissional com contrato em vigência; b) um empresário que, em 1986, foi mentor e protagonista principal de um escabroso caso de suborno de árbitros (divirta-se em http://dossieflamengo.blogspot.com/2008/04/papeletas-amarelas.html) c) um técnico que, há poucos meses, era sacaneado pelo Brasil inteiro porque não sabe falar inglês, foi demitido, voltou ao Brasil com o rabo entre as pernas e, ao que parece, só o Botafogo quis contratá-lo. Bastou o título — inesperado para grande parte da mídia esportiva — para fazer abertamente leilão do seu passe. Pegou muito mal mas não é nada de se estranhar. O Botafogo ganhou? Acho que não. Ficou uma mácula no caráter do técnico vencedor. Lucio Flavio Em 2006, o Botafogo foi campeão e ele não jogou a final, apareceu só pra levantar o troféu. Em 2010, o Botafogo foi campeão e ele não jogou a final, apareceu só pra levantar o troféu. Ora, em 1970, na semifinal contra a Itália, o “kaiser” Franz Beckenbauer deslocou o ombro direito e jogou uma prorrogação inteira com o braço amarrado numa tipóia. A Itália venceu por 4x3, cinco gols foram marcados na prorrogação. Um jogaço, do qual ele não fugiu à luta. E essa flor inoperante, esse enrolador dos gramados, fratura o dedo mínimo da mãozinha e deixa de jogar? A festa das faixas É normal que o técnico do Botafogo tenha colocado para jogar o time que mandou a campo na final da Taça Rio. Mesmo assim, fica cada vez mais evidente que: a) Túlio Souza não é jogador de time grande b) Edno (muito melhor do que aquelas malas do meio de campo, mais forte, mais disposto e, como se viu hoje, cobra falta como ninguém no time atual) e Marcelo Cordeiro (o melhor garçom do time, líder da estatística de “assistências”) têm vaga no time principal c) nossa defesa, às vezes, é ingênua. E faz faltas tolas. Hoje, o Jefferson reclamou duas ou três vezes de deixarem os caras virem chutar na cara dele, sem combate d) não temos jogadas ensaiadas para o chamado “jogo de transição”. Hoje, tem menos chutões, mas ainda tem chutões e) a presença de Loco Abreu não pode ser usada sempre como saída para a falta de jogadas. f) Herrera é um jogador como a torcida gosta e o futebol brasileiro não tem mais tantos. Ele joga o tempo todo a 100 por hora, se emprega de maneira extraordinária. Mas também precisa ser mais malandro. g) Caio está longe de ser “a pérola” como pareceu ser quando surgiu. Ele é sortudo, mas fominha e inconsistente. Precisa ser trabalhado, física e mentalmente, para assumir a titularidade. Alessandro Depois que o avô dele morreu, Alessandro sumiu. Disseram que estava abalado e voltaria em breve. Mentira. Alessandro foi negociado, não me disseram para qual time. Foi e não acertou o contrato. Com isso, voltou — ou pediu pra voltar. Ficou na geladeira. Como não temos alternativa por ali, foi ficando na reserva, para deixar de ser ingrato, e aos poucos vai reconquistando o lugar. Por enquanto, é o que a virose me permite botar no papel. O teste da defesa vai ser a estreia no Campeonato Brasileiro. Será que, desta vez, a casa vai estar lotada. Maicosuel Embora o presidente Maurício Assumpção tenha negado essa possibilidade ainda esta semana, voltou a rolar a notícia de que Maicosuel poderia voltar ao Botafogo. Ele é tudo o que o Botafogo precisa para fazer um bom papel no Campeonato Brasileiro. Um “camisa 10” criativo. Ele retornaria nas mesmas condições em que estava quando saiu? Difícil dizer. Hoje, por conta do disse-me-disse no rádio esportivo, procurei ver o jogo do Hoffeinheim mas ele não foi escalado de saída. E como o jogo era ruim, fui ver outra coisa. Saudações Botafoguenses, Cesar Oliveira |