CONSERTANDO O BOTAFOGO - CAPÍTULO I - O CORPO SOCIAL E A GESTÃO DO CLUBE
Por Bernardo Santoro
Em 21/12/2009, às 17:51:44
1.1 – INTRODUÇÃO

O Botafogo é um dos clubes esportivos mais importantes do Brasil. Atingiu seu auge na década de 60 e, desde então, em virtude de administrações mais ou menos competentes, mas invariavelmente amadoras, acabou por perder terreno frente a outros clubes tradicionais, além de acumular dívidas e ver seu patrimônio crescer muito timidamente (em certos momentos, inclusive, chegara a diminuir).

A impressão que fica é a de que o Botafogo não acompanhou a evolução do futebol brasileiro. Embora feitas algumas reformas no Estatuto, continuamos a ter uma estrutura arcaica e de forte cunho personalista (na figura do presidente) e amadora.

A proposta do presente trabalho é tentar superar o atual estado de coisas. Para isso, analisaremos (i) a atual estrutura de gestão e do corpo social do Botafogo e (ii) as propostas mais ouvidas e lidas nos encontros e fóruns sobre Botafogo. Por fim, (iii) traremos uma solução alternativa e que nos parece ser a única solução real.

1.2 – O BOTAFOGO ATUAL

O Botafogo atual é regido por um Estatuto novo, aprovado no fim de 2008. Infelizmente, essa reforma não conseguiu efetivamente implementar os dois princípios que serão a salvação do clube: (i) sua democratização e (ii) a profissionalização do futebol.

Por fim, ainda criou a estranha figura do Conselho Consultivo.

Para que todos possam entender a realidade do clube, vamos esclarecer e comentar acerca do corpo social e da gestão do Botafogo sob a égide do novo Estatuto.

1.2.1 – O CORPO SOCIAL ATUAL

O atual corpo social do clube é formado por sócios (i) titulados; (ii) proprietários; (iii) contribuintes e (iv) atletas.

Os titulados são os (i) grandes beneméritos, (ii) beneméritos, (iii) eméritos e (iv) honorários. Os dois primeiros têm cadeira no Conselho Deliberativo. Os três primeiros são também sócios-proprietários do clube

Os proprietários são os que possuem um título de sócio do clube, ou seja, uma fração ideal do Botafogo efetivamente pertence ao sócio-proprietário do clube. Pagam uma quantia mensal para manutenção do clube e dos seus direitos de sócio.

Os sócios-contribuintes, que praticamente não existem hoje por falta de regulamentação, são divididos em (i) efetivos, (ii) menores e (iii) torcedores. Efetivos são os que, tendo mais de 16 anos, apenas pagariam uma quantia de jóia (matrícula) e uma mensalidade, podendo então usufruir do clube, além de terem direito a votar e serem votados nas instâncias do clube. Menores teriam os mesmos direitos e obrigações dos efetivos, mas por serem menores não podem votar ou serem votados. Sócios-contribuintes torcedores seriam os botafoguenses que moram fora do Rio que, ao pagarem uma mensalidade, poderiam, por poucas vezes no mês, frequentar o clube. Pelo estatuto, esses sócios-contribuintes torcedores também não teriam direito a votar e serem votados nas instâncias do clube.

Sócios atletas são os atletas do clube e não podem votar e serem votados.

1.2.2 – A GESTÃO ATUAL

O Botafogo tem os seguintes órgãos de poder: (i) a Assembléia Geral; (ii) o Conselho Diretor; (iii) O Conselho Deliberativo; (iv) o Conselho Fiscal e (v) A Junta de Julgamento e Recursos. Além disso, possui uma nova instância consultiva, o Conselho Consultivo. Por fim, temos a misteriosa Companhia Botafogo.

A Assembléia Geral é a instância em que todos os sócios proprietários e contribuintes efetivos podem votar e serem votados para as instâncias do clube. Também reformam o Estatuto, além de outras competências, se reunindo ordinariamente de três em três anos.

O Conselho Diretor é formado pelo Presidente do Clube, seu Vice Geral e seus oito Vices setoriais (administrativo, finanças, patrimônio, jurídico, futebol, remo, esportes gerais e comunicação). São os administradores do clube.

O Conselho Deliberativo é formado por 60 beneméritos e 140 sócios-proprietários e tem diversas funções fiscalizatórias e autorizativas, além de aprovar o orçamento e as contas do Conselho Diretor.

O Conselho Fiscal emite pareceres sobre orçamento e contas, além de fiscalizar a execução do orçamento. A Junta de Julgamento e Recursos é a instância que julga as infrações e aplica penalidades aos sócios.

O novo Conselho Consultivo é formado por ex-presidentes, grandes beneméritos e beneméritos e tem como objetivo emitir pareceres sempre que solicitados.

A idéia inicial da Companhia Botafogo era, na medida do possível, tentar profissionalizar a gestão do futebol e da marca Botafogo. A Companhia efetivamente nunca produziu nenhum efeito prático, mas, por estar em dia com suas obrigações tributárias, serviu de instrumento para a aquisição do Direito de Exploração do Engenhão.

1.2.2.1 – COMENTÁRIOS AO ATUAL MODELO

O atual modelo de gestão do clube é amador e confuso. O clube ainda é refém de ex-dirigentes, hoje beneméritos, que, embora não se discuta o grande amor e dedicação dos mesmos ao Botafogo ao longo de décadas, têm uma visão romântica do futebol que não se coaduna com o futebol moderno e que, infelizmente, levou o Botafogo à situação de penúria que se encontra hoje. O título de sócio-proprietário é caro demais para a maioria dos botafoguenses e o programa de sócio-contribuinte não foi regulamentado até hoje.

Parece haver ainda, na prática, uma concentração desmedida de poder nas mãos do Conselho Diretor, mais precisamente nas mãos do Presidente do clube.

O Conselho Deliberativo é a maior de todas as bagunças. Até a reforma do Estatuto era pior, pois não havia um limite nas concessões de benemerência e, por isso, essas titulações eram moeda de barganha política. O novo Estatuto limitou em 60 o número de beneméritos, mas ainda temos cerca de 100 beneméritos, em virtude de direito adquirido, o que incha o atual Conselho de beneméritos e esvazia a força dos eleitos. Destaca-se que, durante os seis anos da gestão Bebeto, não houve indicações de benemerência. O fato de os conselheiros eleitos formarem chapa com os candidatos a presidência limita substancialmente uma eventual vontade política de se investigar denúncias e limitar o poder do Presidente.

O recém criado Conselho Consultivo, limitado aos ex-presidentes e beneméritos, ao invés de democratizar o Botafogo, serve para reafirmar o poder dessa oligarquia no clube. Não é à toa que, nesse primeiro ano de vigência do novo Estatuto, o atual Presidente não tenha regulamentado o democrático programa de sócio-contribuinte, mas tenha regulamentado e criado o Conselho Consultivo, que, diga-se, tem como primeiro presidente o ex-Presidente José Luis Rolim, que foi um dos piores presidentes da história do clube (gestão 97-99).

No que tange a receitas e despesas, não há auto-suficiência dos setores do clube. O futebol acaba sustentando todo o clube, inclusive os esportes amadores e o clube social. As receitas são concentradas e depois repartidas pela vice-Presidência Financeira. As despesas são executadas setorialmente.

O futebol é o mais amador possível. É comandado por um burocrata dono de cartório e por um senhor que já rebaixou um clube pequeno e quase rebaixou Botafogo e Flamengo. Volta e meia “colaboradores” amadores são chamados para tentar ajudar.

Não é à toa que o Botafogo não vai pra frente.

Por fim, vem a ridícula figura da Companhia Botafogo. Criada para gerir profissionalmente a marca Botafogo, entre outras funções menores, acabou tendo como finalidade burlar a Receita Federal para conseguirmos receber dinheiro federal da Liquigás (clubes devedores não podem, por lei, receber patrocínios federais). A figura jurídica para isso é “simulação”, e durante os últimos anos as diretorias do Botafogo praticaram verdadeiro crime tributário.

Depois, com a concessão do Engenhão, pensou-se que finalmente a Cia. Botafogo seria usada para outro fim que não a prática de crimes, mas seus dirigentes falharam na gestão do Engenhão e, para melhorar a situação, os dirigentes praticaram verdadeira subconcessão do contrato de gestão do Engenhão para a Pepira, o que é vedado pela Lei 8.666/93.

Sem contar na verdadeira obscuridade que é a gestão dessa Companhia. Como a lei veda Companhias com apenas um sócio, isso significa que o Botafogo tem sócios nessa empresa. Quem são esses sócios? Qual a receita dessa empresa? Quais são as despesas? Quanto ganha o seu atual diretor, Sergio Landau? São perguntas que não tem resposta.

São lambanças atrás de lambanças administrativas e desordem, seja dentro do clube, seja na Cia. Botafogo.

1.3 – AS SOLUÇÕES APRESENTADAS PELAS CORRENTES POLÍTICAS DO CLUBE

Mesmo a atual diretoria do clube sabe que as coisas não vão bem, e por isso tentam, de alguma maneira, ainda que tosca, remediar essa situação. Vou apresentar e comentar as soluções dadas pela atual diretoria, por alguma parcela da torcida e pela oposição.

1.3.1 – A SOLUÇÃO ATUAL: PARCERIAS COM O EMPRESARIADO (DIRETORIA DO BOTAFOGO)

A diretoria do Botafogo defende e aplica a idéia de que é a partir da parceria com empresários, botafoguenses ou não, que o Botafogo terá capital de giro e força para investir. Os recursos aportados até o momento, contudo, não supriram as necessidades do clube. Não houve investimento significativo nas divisões de base e o programa de sócio-torcedor foi esvaziado. Um novo programa será lançado, mas sem contemplar o direito do sócio-torcedor a votar e ser votado. O programa de sócio-contribuinte, que consta no Estatuto, também não foi regulamentado até o momento.

A parceria com empresários definitivamente não é a solução. Na verdade funciona, hoje, como um paliativo para que o clube, literalmente, não feche o futebol. Essa parceria não é de todo nociva, desde que seja apenas um projeto suplementar de outro maior, como é o caso do Internacional de Porto Alegre, cujo carro-chefe da gestão é o programa de sócio-torcedor, suplementado pela parceria com o Grupo Sonda.

Também não se vê no clube um choque de gestão. As práticas políticas são as mesmas de 50 anos atrás. Não há abertura democrática e o Botafogo continua a ter seus destinos comandados por dois mil sócios ao invés de três milhões e meio de torcedores.

1.3.2 – A SOLUÇÃO INGLESA: O MESSIAS (PARCELA SONHADORA DA TORCIDA)

Boa parte da torcida sonha com a transformação de todo o clube em um clube-empresa e que o mesmo seja entregue a grandes empresários brasileiros comprovadamente botafoguenses, como Edir Macedo e Eike Batista, nos moldes dos clubes ingleses, extremamente abastados.

Essa solução não me parece ser a mais correta, ou, ainda, a mais eficiente.

O primeiro equívoco dessa solução é supor que um grande empresário botafoguense vá querer comprar uma massa falida de centenas de milhões de reais, como é hoje o Botafogo. Segundo os dados de 2008, a dívida do clube é hoje de duzentos e quarenta milhões de reais, e é quase certo que o patrimônio do Botafogo não chegue à metade dessa dívida, que só tende a crescer. Um empresário é um grande empresário porque aplica seu dinheiro onde sua razão manda, e não sua emoção.

Nesse diapasão, o retorno financeiro do futebol no Brasil não é o mesmo do futebol inglês, por razões até de certa forma óbvias, como: (i) o fato dos clubes brasileiros não disputarem a Liga dos Campeões da Europa; (ii) a economia brasileira não ser igual à inglesa; (iii) os contratos de televisão serem 90% inferiores; entre outros.

Por outro lado, a torcida fica alijada do poder decisório do clube e perde empatia com o mesmo, a não ser que investimentos vultosos fossem feitos.

Essa solução me parece, por tudo isso, abstrata demais.

1.3.3 – A SOLUÇÃO DA MODA: O PROGRAMA SÓCIO-TORCEDOR (MCR E OUTRAS CORRENTES)

Em virtude do programa de sócio-torcedor do Internacional ter sido um estrondoso sucesso, a solução da moda parece ser essa. Qualquer torcedor politicamente correto adota essa ideia sem pestanejar, e é realmente fantástica, o que não significa que não possa ser aperfeiçoada.

Vou me preocupar apenas em analisar o programa de sócio-torcedor do Internacional, por ser o mais completo, democrático e bem sucedido, sem me preocupar com outros programas, alguns até muito diferentes daquele.

O programa colorado, que estatutariamente se chama sócio-contribuinte (assim como talvez fosse no Botafogo), tem duas modalidades: (i) a de 55 reais, que dá direito a votar e ser votado para as instâncias do clube, lugar gratuito no Beira-Rio e a frequentar o clube social; (ii) a de 23 reais, que dá direito a votar e ser votado para as instâncias do clube, a frequentar o clube social e desconto de 50% no valor do ingresso, além de serem disponibilizados ingressos para venda aos sócios antes de serem vendidos aos torcedores não-sócios. Em virtude do sucesso do programa, não há mais vagas para o programa que dá ingressos gratuitos ao torcedor colorado. O Inter possui hoje cem mil sócios.

É evidente o sucesso do programa, que resultou na democratização do clube e em aumento significativo das receitas do clube.

O programa, contudo, é passível de criticas.

A primeira crítica é o eventual prejuízo do sócio-proprietário, que foi minorada com a concessão de ingressos gratuitos a essa modalidade.

A segunda e principal crítica é que ela não acaba com um grave problema que também é do Botafogo: como sócio-torcedor lá também dá direito a frequentar o clube, a grande maioria dos torcedores, que na verdade só gostariam de contribuir com o futebol, acaba por ter boa parte do seu dinheiro desviado para o lado social do clube. Esse seria um problema ainda mais grave para o Botafogo, pois a torcida alvinegra é maior fora do Estado do Rio do que dentro dele (segundo pesquisa do IBOPE de 2004, 60% dos torcedores do Botafogo residem fora do Estado do Rio), ao contrário da torcida colorada, predominantemente gaúcha.

Trocando em miúdos, o sucesso do programa do Internacional está apenas na grande arrecadação de receita, contando com péssimos resultados na execução das despesas.

Transportando essa realidade para o Botafogo, algumas questões se impõem.

A primeira delas é que o programa de sócio-torcedor do Botafogo não resolveria o problema dos constantes prejuízos que o clube social gera mensalmente, apenas o mascararia ainda mais com a injeção de maiores quantias do futebol para o social. Torcedores botafoguenses de Minas Gerais simplesmente não têm o menor interesse em ver uma contribuição sua indo para a reforma da sauna de General Severiano.

A democratização do Botafogo tem, necessariamente, que andar de mãos dadas com a auto-suficiência dos setores sociais e de futebol, coisa que um programa de sócio-torcedor nesses termos não contemplaria.

E pior, botafoguenses de fora do país, que não tem o menor interesse nos assuntos do Botafogo com clube social e nem conhecimento de causa para tal, já que a maioria passa toda uma vida sem ter visitado General Severiano e sem saber suas necessidades e carências, teriam ingerência sobre assuntos internos do clube social do Botafogo, o que é um absurdo.

Os torcedores de fora do Estado do Rio PODEM E DEVEM ter total ingerência sobre o futebol do clube. Mas como fazer essa distinção e aperfeiçoar as gestões do futebol e do clube social?

Vamos consertar o Botafogo?

1.4 – CONSERTANDO O CORPO SOCIAL E A GESTÃO DO BOTAFOGO

Os três grandes postulados a serem aplicados no conserto do Botafogo são (i) a separação entre o clube social e o futebol, (ii) com gestão democrática e (iii) independência econômica de ambos.

A partir dessas considerações, cheguei à conclusão de que somente com o futebol sendo gerido por uma nova pessoa jurídica, uma NOVA COMPANHIA BOTAFOGO, com o Botafogo de Futebol e Regatas sendo seu dono, mas controlado pela TORCIDA DO BOTAFOGO e gerenciado por DIRETORES PROFISSIONAIS, podemos organizar a bagunça.

Já o clube Botafogo de Futebol e Regatas passaria a gerir apenas seu espaço social e os esportes amadores.

Essa ideia deve ser melhor explicada.

1.4.1 – A NOVA COMPANHIA BOTAFOGO

A nova Companhia Botafogo, como toda empresa, funcionaria com os seguintes órgãos: (i) Diretoria, (ii) Conselho Administrativo, (iii) Conselho Fiscal e (iv) Assembléia Geral.

Agora vem o grande salto de gestão: TODOS ESSES ÓRGÃOS SERIAM OCUPADOS POR SÓCIO-TORCEDORES. Como a nova Companhia Botafogo só cuidaria do futebol, todos os sócios-torcedores botafoguenses de todo o país teriam certeza absoluta que seu dinheiro iria única e exclusivamente para o futebol do clube, afinal, são pessoas jurídicas distintas e orçamentos distintos.

Para se candidatar a algum cargo nessa nova Companhia, somente sendo sócio-torcedor. Nesse caso, seria um programa igual ao do Internacional, mas voltado exclusivamente para o futebol, com duas modalidades: uma maior que fornecesse também no pacote ingressos para os jogos, e uma menor apenas com direito a votar e ser votado.

Essa nova Companhia Botafogo também tomaria conta de tudo relacionado ao futebol, ou seja, não somente o futebol profissional, mas também o futebol de base, os centros de treinamento do futebol de base e profissional (que seria fora de General Severiano, dentro da filosofia de separar o social do futebol), bem como o Engenhão.

Ou seja, os torcedores do Botafogo, que sustentam o futebol do Botafogo, passariam a tomar conta do futebol e somente do futebol do Botafogo, sem sustentar o clube social.

As eleições para os cargos da Companhia seriam feitas nacionalmente, com apoio dos Tribunais Regionais Eleitorais, que disponibilizam programas e urnas eletrônicas para tal.

Que tal você, torcedor alvinegro do Norte do país, votando na sua cidade para o cargo de Diretor do Futebol do Botafogo, e, quem sabe, até mesmo em você para algum conselho? Não seria um sonho?

Pois esse sonho é possível. Basta termos a vontade política de revolucionar.

Esse tipo de gestão, invariavelmente, teria de ser limpa e aberta, pois quem sustenta o futebol, o torcedor, seria o mesmo que votaria os orçamentos anuais.

Nesse sentido ainda da gestão democrática, a votação para os Conselhos Administrativo e Fiscal seriam sempre proporcionais, ou seja, se um grupo político ganhasse as eleições com 40% dos votos, teria apenas 40% das cadeiras nos conselhos. O segundo colocado, com 25%, teria 25% das cadeiras, e assim por diante. O grupo majoritário que ganhasse o Conselho Diretor seria sempre fiscalizado de perto e não teria vida fácil nos outros conselhos.

Já a gerência do futebol, a parte técnica, ao invés de ser gerida por burocratas donos de cartório, seria gerida prioritariamente por profissionais competentes e identificados com o clube, como Jairzinho, Paulo Cesar, entre outros, resgatando a identidade do clube e do torcedor. A gerência econômica e administrativa ficaria a cargo de bons profissionais e independentes da política do clube, e não Goods da vida que chamam gestões anteriores das quais ele mesmo participou de incompetentes, o que é sinal de clara incompetência dele próprio.

Com essa organização moderna, democrática e inteligente do clube, o Botafogo não tem como não crescer.

1.4.2 – O NOVO BOTAFOGO COMO CLUBE SOCIAL

Já o novo Botafogo como clube social teria de buscar receitas independentes do futebol para crescer.

A democratização aqui é essencial também. Os grandes empresários da história nunca foram aqueles que ganharam muito em cima de poucos consumidores, mas sim os que ganharam pouco em milhões de consumidores, como Henry Ford, por exemplo, que escolheu ganhar pouco dinheiro em cima de cada carro, vendendo milhões de unidades, do que ganhar muito em cima da venda de poucos carros.

No Botafogo esse raciocínio não é observado.

Aqui preferimos ganhar 50 reais em cima de 1000 sócios do que ganhar 20 em cima de 20.000 sócios. Preferimos cobrar o proibitivo preço de dois mil e quatrocentos reais por título do que termos milhares de botafoguenses frequentando a sede. Isso é um grande equívoco.

Com a mudança de mentalidade, podemos transformar General Severiano em um dos maiores pólos sócio-esportivos do Rio de Janeiro. Basta para isso vendermos os títulos do clube a preços simbólicos, cobrando preços mais razoáveis de mensalidade e dando vida social ao clube novamente.

Em conjunto, devemos explorar com mais eficiência o patrimônio que ficaria com o clube Botafogo, tais como General Severiano, o Mourisco Mar e Sacopã.

Mas essa parte será exaustivamente analisada no próximo capítulo da série.

1.4.3 – CONCLUSÃO

Com esse novo modelo de gestão, separando o futebol do clube social, e democratizando ambos, o torcedor do Botafogo que quisesse contribuir financeiramente e participar da gestão apenas do futebol teria totais condições de fazê-lo, tendo livre acesso às contas do futebol do clube e podendo influir diretamente nas prioridades e políticas do mesmo.

Essa é a principal demanda do botafoguense de fora do Rio de Janeiro. Ele merece ser ouvido e respeitado, com seu dinheiro aplicado apenas no futebol, a sua grande paixão.

Já os botafoguenses que quisessem apenas participar da vida social do clube, também poderiam, revitalizando General Severiano e dando ao Botafogo cara de clube novamente.

Por fim, os que quisessem participar tanto da vida social quanto do futebol teriam também totais condições de fazê-lo.

Tudo isso de maneira racional, com corpo social, orçamentos, receitas e despesas distintas para as duas modalidades, dando ao Botafogo o salto de qualidade gerencial que nós merecemos que ele tenha, para um futuro de tantas glórias quanto as que tivemos outrora, ou quem sabe mais.


O CANALBOTAFOGO não se responsabiliza pelos comentários feitos por seus visitantes, bem como é contra qualquer tipo de plágio.

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Total: 38 comentários



21/12/09@18:31

Bernardo,

Já cansei de falar isso em outros fóruns: O ST com direito a voto teria que vir com uma pesada campanha de mkt, com o objetivo de mostrar ao torcedor que existe um projeto de longo prazo e que ele é pilar-mestre desse projeto. Mas o ST deve ir exclusivamente para o cavalo mecânico do Botafogo, que é o Futebol, liberando receitas das cotas de TV para serem aplicadas em outras áreas, assim como dando total autonomia para os outros esposrtes procurarem patrocínio.

Sei que isso vai dar uma briga danada, mas o Saldanha já dizia: O BOTAFOGO É CLUBE DE FUTEBOL!!!



21/12/09@18:34

Há uma possibilidade de sair desse ciclo vicioso pouco dinheiro-time ruim-torcida ausente-pouco dinheiro: chamar a torcida para compra a briga do clube (financeiramente). Elaborar o sócio-torcedor com direito a voto, inclusive para quem está fora do Rio.

Isso é possível? Perfeitamente. Exemplo: trabalho na Transpetro. o nosso fundo de pensão é gerido pela Petros e ela possui um conselho administrativo cujo presidente é eleito de quatro em quatro anos. O que fazem? mandam para a minha casa um cartão-resposta (não precisa selar) contendo uma cédula de votação. Há um período de votação e se a cédula chegar após esse período ela não é contabilizada. Um recurso simples e eficiente.



21/12/09@18:35

por que ainda não atentaram para isso? Há algumas razões que posso apontar:

1) Muitos sócios e conselheiros são contra. Se baseiam naquele argumento mesquinho: "Eu paguei jóia e pago manutenção. Virá um caboclo que não conheço, nunca vi na vida e irá votar comigo?". Pergunta que não quer calar: por acaso o corpo de sócios sustenta todas as finanças do clube? Caso sim, me calo. Do contrário, será a mais perfeita prova de mesquinhez, pois na última eleição, menos de 300 sócios votaram.

2) Não é interessante a democracia para alguns "donos" do Botafogo, pois ela é implacável com a incompetência. Tivéssemos ST com direito a voto, e Maurício Assumpção nunca teria sido eleito.



21/12/09@18:38

3) Os recurso advindos do ST iriam para o cavalo mecânico do Botafogo, o dept. de futebol. O que limitaria - e muito - a atuação dos Urans.

4) O ST anula o cambista, assim como a possibilidade de usar as organizadas como instrumento político - seja para calar-se ante despautérios ou para reprimir manifestações de insatisfação de outros torcedores, como já foi visto algumas vezes no Engenhão.



21/12/09@18:39

Pensem nas possibilidades: 40.000 alvinegros pagando R$ 45,00 por mês para ter uma cadeira no Engenhão: R$ 1.800.000,00 mensais. Agora, acrescente a isso 60.000 alvinegros pagando R$ 20,00: R$ 1.200.000 mensais. R$ 3.000.000,00 mensais ou R$ 36.000.000,00 anuais. Uma grana fantástica, que nos dá um enorme poder de barganha para negociar patrocínios.

E toda essa grana voltada exclusivamente para o dept. de futebol profissional e de base. Com os outros setores livres para procurarem patrocínio. Liberando recursos para investir em outras modalidades e para amortização do enorme passivo que temos.



21/12/09@21:56

Bernardo
O novo Estatuto não limitou a concessão de títulos de Benemerência e de Grande Benemerência, o que ele limitou foi o número deles na composição do Conselho.
O Presidente pode fazer quantos titulados quiser, eles é que não podem ter o seu número maior do que o previsto no Estatuto na composição do Conselho.



21/12/09@22:11

Bernardo
Já que o MCR dirigiu o BFR durante os últimos anos, porque não implementou nada disso do que você falou.
Participando, inclusive, da criação da Cia Botafogo, que segundo você afirma, foi criada com a finalidade de iludir os credores do BFR.
Agora, passados um ano da aprovação do Estatuto, fica meio que esquisito para mim ver a proposta do MCR ser considerada da "moda".
Se era da moda, porque o MCR que participava diretamente da Adm.do Bebeto, não implementou essas mudanças?
Não estou aqui querendo pegar no pé de ninguém, mas me parece meio oportuno ser considerado da moda agora.
Em tudo que você criticou aqui, o MCR nada fez para mudar, embora estivesse no poder durante os últimos anos.
Faltou o que?
Saudações Botafoguenses
Fernando Mesquita



21/12/09@22:47

Entrando na réstia sem ser cebola.

Acho que o Bernardo está expondo opinião dele, e não do MCR, e inclusive acho que já está passando da hora de um "mea culpa" geral, para depois não se falar mais em culpa ou culpados, derrubar essas vaidades de o meu é maor do que o seu, e o você fez pior do que eu.

O BFR não está mais nem base de escolher o que é bom, a fase é do essencial, do premente, e se isso não vier rapidamente o cáos é logo ali.

Estamos teoricamente sem patrocínio, o Timemania não foi o que se esperava, não existe a mínima afinidade entre torcida e direção, não temos time para colocar em campo, os incompetentes continuam lá. Sinceramente se o CD como um todo for iluminado, com ou sem motivo depõe o Presidente e constitui uma junta apartidaria para salvar urgentemente o clube, e convoca a torcida para ajudar.



21/12/09@23:25

Ai está o porque não se fez nada disso como diz o Nobre representante de um dos Poderes do Clube. A resposta está no próprio questionamento. Não se fez nada porque nada se quer fazer. O colunista está colocando as suas posições para os assuntos que levariam a tirar o clube do buraco que essas pessoas que mantêm o poder durante as decadas e nunca fizeram nada para isso. O que vemos, o cara vem aqui, querendo saber Porque Não se Fez isso. Ele mesmo é que deveria responder, ou melhor, nem precisa responder. Todo mundo sabe que essas idéias nunca seguem um caminho porque essas figuras que se dizem poderosas só querem ficar com os seus títulos e que se foda o clube.
Portanto, vamos discutir as idéias e o que temos que fazer pra que alguma coisa seja feita nesses termos e não ficar fazendo perguntas porque não fez, até porque sabemos que essas figuras só querem ficar comparando se A ou B, foi melhor que X e Y.



22/12/09@00:09

Bernardo,

Com todo o respeito que tenho por vc, me desculpe, mas não pode ser sério o que escreve.
É muita cara de pau o MCR tentar esboçar alguma coisa depois de seis anos vergonhosos.

Ô, Fernando...MCR virar moda? Eu, hein...O tempo deles de seis anos, já passou. tiveram todo o tempo do mundo, agora vão meter o bedelho aonde não foram nem vão ser chamados?Passa a página



22/12/09@00:15

mas é muita petulância. Uma babaovo que nunca fez nada querendo tirar onda sobre os destinos de um clube com o Nome Botafogo. Até parece que merece alguma atenção.



22/12/09@00:18

o pessoal que tenta fazer algo de positivo, tem que ter cuidado. É só aparecer alguma idéia, esses dois figuras aparecem ou pra desviar a atenção ou pra levar a discussão pra uma direção de acordo com os seus mesquinhos interesses. Vem um faz um questionamento padrão e o outro aparece logo a seguir completando a M.



22/12/09@01:08

Clones, clones e mais clones.
Que saco!
Esse é das SA - Sturmabteilung.



22/12/09@07:12

Fernando e Malu,

quem acompanha minha coluna sabe que eu critico até mesmo o MCR quando preciso, especialmente na época da eleição. Essa coluna é minha, não do MCR.

O que está na moda é a solução do sócio-torcedor, não o MCR. Acho que alguém faltou a aulas de interpretação de texto.

O porquê disso não ter sido implementado eu não sei, pois eu não participava da gestão e nem do MCR (entrei em setembro do ano passado), mas se EU (como pessoa física) estivesse lá, certamente lutaria para ver esse MEU (repito, MEU, não do MCR, pelo menos ainda) projeto ser implementado.

O que eu realmente lastimo é que nenhum de vocês dois efetivamente discutiu o conteúdo do texto, mas apenas tergiversaram sobre o porquê de não ter sido implementado até ano passado.

Abraços!



22/12/09@07:14

Ah, sim, e graças a Deus eu nunca precisei recorrer a expedientes de clones aqui. Sempre fui Dark Kosh. Quando deixei de ser Dark, virei só Kosh mesmo. Mas sempre Kosh.



22/12/09@07:35

Agora de manhã fiz umas pequenas correções formais nos pontos 1.2.1 e 1.4, que estavam um pouco estranhos.



22/12/09@07:45

O 1.3.3 também teve uma leve correção.

Acho que agora está tudo ok.



22/12/09@09:17

Kosh, realmente o modelo de gestão do Botafogo é ultrapassado, confuso e sem nenhuma perspectiva de melhoras.

Seu texto, está muito bom, parabens!!!

Assim como voce, Kosh, venho batendo na tecla de que o Botafogo só voltará a crescer, o dia que alguém entender a necessidade de aproximar o clube da torcida. A criação de um socio-torcedor nos moldes citados por voce, seria capaz de fazer isso.

Hoje quantos socios proprietarios fazem parte do quadro social do Botafogo?! 1000? Não sei. Mas tenho certeza que existem muito mais torcedores comuns do que socios proprietarios. Tambem tenho certeza que o torcedor comum (de arquibancada) está interessado apenas com o futebol do clube, alguns gostam de volei, basquete, natação, etc, mas geralmente gostam de FUTEBOl, logo, eles preferem ver um excelente time de futebol, do que uma piscina aquecida, ou uma sala de imprensa novinha, ou ainda escadas rolantes, ou seja lá o que for na parte social do clube.

Essa sua primeira coluna, só despertou ainda mais o desejo de ler a continuidade do seu projeto amigo, que espero um dia ser implementado pelo clube, e quem sabe sendo gerido por voce mesmo!

Abraços!



22/12/09@09:24

Sonic, obrigado pelos elogios.

Fernando, levei sua indagação aos amigos do MCR, e a resposta foi a seguinte:

"O ST não foi implementado na gestão Bebeto pois dependia da reforma do estatuto e este só saiu no final da gestão (outubro de 2008) graças aos beneméritos e ao Montenegro, que entraram na Justiça em 2004, suspendendo a reforma por vários anos".



22/12/09@09:27

Por quê será que as pessoas, de um modo geral, não sabem debater idéias sem "paixão partidária"?
É impressionante, se não for algo que venha da parte da qual ele é simpatizante, não tem valor nenhum. Não consideram nem mesmo a possibilidade de debater sobre o assunto, simplesmente desmerecem todo o conteúdo.

Na minha modesta opinião, a proposta de separar o futebol, do clube social, está corretíssima. Principalmente para nós torcedores que moramos fora do Rio, como foi muito bem mencionado, o que nos interessa é ver o futebol fortalecido. Acredito mesmo que nunca ninguém pensou em explorar de forma inteligente, essa parte tão explessiva da torcida (fora do Rio). Aqi mesmo em Brasília, onde moro, todos os jogos do Botafogo são sempre com o estádio lotado.
Tenho absoluta certeza que se um programa de sócio torcedor for implantado, de forma séria, com gestão transparente e sendo utilizado exclusivamente para gerir o futebol do Botafogo, nós torcedores que moramos fora do Rio, faremos a nossa adesão ao plano, de imediato. E o nmúmero de trocedores irá surpreender, sem dúvidas. Agora, precisa ser algo sério mesmo, e que traga algum incentivo para o participante, como por exemplo, um sorteio mensal para o torcedor assistir um jogo no Engenhão, com todas as despesas pagas. Esse valor pouco representaria em relação ao que seria arrecadado.

E que tenhamos um 2010 melhor...



22/12/09@10:34

Kosh,

Depois de meditar sobre o assunto, cheguei a seguinte conclusão, teremos que esperar algum Messias para nos tirar esses calvários (leia-se Rolim, Mauro Ney, Montenegro e mais alguns que só trabalham dentro da lama). Até lá, só teremos uma meta, nos manter dentro do cenário nacional.

Um colossal abraço.



22/12/09@12:26

Parabens Kosh pela sua lucidez e amor ao nosso clube...
Eu sempre achei o mesmo sobre o projeto sócio tocedor.
mas não com a riqueza de detalhes que voce mostrou.

Espero que o "grandes beneméritos" acordem para a vida e deixe um pouco essa fatia do osso.
O Botafogo precisa crescer e voltar a ser o clube hegemônico que já foi no passado.



22/12/09@13:07

Bernardo
Quem vinculou a solução da moda ao MCR, foi você e não eu, no ítem 1.3.3 SOLUÇÃO DA MODA: O PROGRAMA SÓCIO-TORCEDOR (MCR E OUTRAS CORRENTES) .
Posso até não ser bom na interpretação de texto, mas sei ler o que está escrito.
Você, também como ex aluno da Faculdade de Direito da UERJ, sabe muito bem, quem ninguém sería capaz de se graduar lá, sem um mínimo conhecimento de interpretação de texto.
Quanto as explicações que os seus colegas do MCR deram sobre o ST, faltou explicarem, por que sequer apresentaram emendas nesse sentido.
Outra coisa, o Montenegro e outros Beneméritos entraram na Justiça, no sentido de impedir a proposta que alterava o Estatuto na questão vitaliciedade dos sócios titulados e não contra a reforma para contemplar o ST conforme te disseram.
O ST NUNCA foi proposto, nem pelo MCR e nem por ninguém na época, daí ser totalmente impossível que o Montenegro ou qualquer outra pessoa tivesse impedido a sua efetivação na Justiça ou em qualquer outro foro.
Saudações Botafoguenses
Fernando Mesquita



22/12/09@13:28

Bernardo
Não se lastime, só não fiz nenhum comentário a sua coluna, porque o espaço aqui é muito pequeno para uma análise mais aprofundada do seu texto.
Por possuir soluções inovadoras, ela merece um comentário mais extenso.
Para tanto, vou sugerir que esse debate se estenda para o fórum.
Lá, também sería o local ideal para que os participantes debatessem entre sí, deixando os comentários aqui para serem feitos com o colunista apenas.
Enfim, são apenas sugestões.
Em todo caso, darei as minhas impressões diretamente no fórum.
Saudações Botafoguenses
Fernando Mesquita



22/12/09@13:30

Fernando, volto a dizer que não participei da gestão. Apenas repassei o que me foi dito.

E volto a repetir: o que está na moda é a solução do ST, não o MCR.

Não vou voltar a discutir isso porque está desvirtuando o assunto.

Nesse sentido, não posso deixar de me decepcionar com a sua postura. Pensei que você traria discussões positivas a respeito da implementação de um ST e da independência do departamento de futebol. Ao invés disso, fica discutindo porque não foi implementado antes. Esse não é o objetivo da série. O objetivo é discutir se isso pode ou não ser implantado agora e se seria bom ser implantado ou não.

Vamos levantar o nível do debate e discutir o conteúdo das propostas.



22/12/09@14:10

por favor, onde está escrito "implantado", leia-se "implementado". tive um espasmo gramatical aqui.



22/12/09@15:41

Fernando, está muito claro que a moda é o ST e não MCR. Tão claro contra a luz solar. Não tente tirar o foco da estupenda coluna do Kosh.



22/12/09@15:42

Tão claro COMO a luz solar.



22/12/09@18:54

Bernardo, excelente o conteúdo de sua coluna, e principalmente a sua sugestão, que eu torço para que um dia possa ser implementado no Botafogo. O problema todo é o ranço que impera no CD e nas estruturas atuais, e as vaidades pessoais. Lembro que um dia fui visitar os "Blue Devils", clube de futebol americano em Hamburgo que teve muito sucesso ganhando muitos campeonatos, e oriundo do clube de futebol Hamburgo (HSV). Conversei com um dos diretores sobre a estrutura e me interessava se estavam diretamente vinculados ao HSV, e ele me respondeu: "Deus me livre, somos totalmente independentes, com uma estrutura altamente profissional e direcionada ao sucesso. Se estivéssemos vinculados e dependentes daquela estrutura arcaica e das decisões daquela velharada que impera no CD do HSV, não teríamos tido nem uma pequena fração do nosso sucesso".
E é exatamente por aí, então você acertou em cheio na sua sugestão!!!! Parabéns



23/12/09@00:49

Bernardo, tbm acredito q tornar o ST "responsável" pelo destino do FUTEBOL, eu falo por mim, pagaria tranquilamente 20 reais mensais para ter direito a voto no clube. Vejo essa saida como a nossa gde chance de tentarmos diminuir o gde abismo que a mulambada esta criando!!!!! tbm já havia pensado nisso, desvincular o futebol do social!!!!! um "responsável" eleito pelos STs e SSociais e outro somente pelos SSociais!!!!!!!



23/12/09@11:59

Realmente Kosh/Bernardo está de parabéns.

Assunto muito pertinente para todos os botafoguenses.

Depois dessa sequencia de debates inciado por Bernado... devemos produzir um documento assinado pelo maior número possível de botafoguenses com uma proposta para ser entregue ao conselho e a Diretoria com uma única proposta.

Fazendo com que depois dessa sequencia tenhamos uma posição clara de consenso da Torcida.

Com certeza se existisse um Plano de Sócio Torcedor Organizado e com alguns benefícios para quem se vinculasse todo mundo participaria.

Eu sou de João Pessoa-PB, se pudesse contribuir com R$ 20,00 mensais recebesse um certificado padronizado que sou Sócio Torcedor do Botafogo - RJ, e todo ano recebesse um brinde especial por participar desse plano já estaria satisfeito.

Exemplo de brinde: Camisa autografada pelos jogadores, Bandeira do Botafogo, adesivos, agenda do botafogo... caderno...

Vamos dar continuidade a essas colunas e no final temos de ter uma posição juntos e enviar para o pessoal.

Abraço a todos e FELIZ NATAL!!!



23/12/09@19:41

bernardo,

seu texto está mais uma vez perfeito, pois alem de descrever a atual situação, aponta as falhas e expõe as soluções.

diria em linguagem popular que você matou a cobra e mostrou o pau.

espero que a diretoria, que certamente ler os principais fóruns botafoguenses, tenham o discernimento de analisar o seu texto pelo mérito do mesmo, abstraíndo-se do contexto político-partidário, pois o momento exige reflexão e não a insana idéia de ser dono da verdade.

o botafogo é causa de interesse mais que nacional, pois é um clube conhecido em todas as partes do mundo e, como tal, tem que funcionar de forma moderna e bem sucedida.

você com os seus dois textos, deu os primeiros dois passos e espero que nossa diretoria disponibilize os próximos.

muito obrigado pela excelência com que nos premiou.

saudações botafoguenses



25/12/09@18:07

Rapaz , sabe o que eu acho interessante??? O kosh vem aqui coloca toda a situação real do clube e atraves dessa coluna tenta arrediar sugestões para se projetar alguma coisa de concreto, daí vem gente que esta de coloio com essa corja que esta afundando um clube da grandeza do Botafogo, reclamar e meter o pau na iniciativa do Kosh, pq vcs ao invés de criticar não tomaram esse tipo de inicativa com o capitão mor de vcs??? fala Sério!! parabéns Kosh sua iniciativa foi bastante oportuna!!!



26/12/09@22:45

Bernardo, concordo plenamente contigo que a separação futebol-social é fundamental para o clube. No Internacional isso ocorre. Veja isso sobre o sócio Campeão do Mundo, que na verdde é o sócio-futebol:

http://www.internacional.com.br/pagina.php?modulo=8&setor=127

"Sendo sócio do Clube, possuo algum beneficio com relação ao Parque Gigante e ao Ginásio Gigantinho?

Os sócios do Clube possuem descontos especiais para aulas de natação, hidroginástica e academia. Os demais serviços do Parque Gigante são de uso exclusivo dos sócios que possuem titulo ou jóia de acesso do mesmo. Para o Gigantinho, apenas os sócios que possuem cadeiras perpétuas do ginásio tem descontos em ingressos de shows."

O "sócio-social", com o perdão da redundância, é o do Parque Gigante:

http://www.internacional.com.br/pagina.php?modulo=4&setor=32

Não achei mais o anúncio para esse tipo de sócio (antes ficava junto com o do futebol), mas era algo perto de 2 mil reais, semelhante ao nosso de proprietário.

Só discordo de botar gente como Jairzinho e Paulo Cezar pra comandar o clube. Não basta ter sido grande jogador do assunto para entender de administrar futebol. Cada vez mais há profissionais que se preparam com cursos e outros aperfeiçoamentos a fim de seguirem a sério nessa carrira. um exemplo é o Rodrigo Caetano, que foi jogador comum e decidiu se preparar para essa função.

Mas o ponto principal é esse mesmo: separação do futebol do social. Chegou a hora de largarmos de vez todos os resquícios de amadorismo.

Acabei de ler há pouco o livro O Negro no Futebol Brasileiro. Nele podemos ver como a defesa cega de um amadorismo torto e já anacrônico nos anos 1920 e 1930 nos custou muito caro na primeira metade do século passado. Esse mesmo amadorismo nos jogou fora nossas maiores gerações de craques e nos deixou no estado em que nos encontramos nos anos 1980, 1990 e nesse início do novo milênio.

Persistir no erro no século XXI, demorando a mudar quando os demais já perceberam os novos tempos, pode ser um grave equívoco que, desta vez, não permitirá mais consertos.



27/12/09@09:50

Fernando, aí é que está, no Inter não ocorre isso.

Eu liguei para um amigo meu, Alexander Souza, que é Conselheiro no Inter, e ele disse para mim que essa questão do acesso dos sócios torcedores ao Parque Gigante já foi discutido na justiça e, pelo fato do Estatuto não trazer distinção no uso (essa distinção é feita por regulamento interno), todos os sócios-torcedores que quiserem efetivamente usam o Parque Gigante, o que acaba perfazendo um custo social maior.

Portanto, hoje, não há uma boa separação entre futebol e social lá.

Eu conheço a história do amadorismo do Botafogo na década de 20 e 30. Uma pena mesmo. E o amadorismo persiste nos dias de hoje. Cabe a nós mudarmos isso.



27/12/09@14:34

Bernardo, em 1999 nós e o Inter fomos beneficiados pelo caso Hiroshi e escapamos do rebaixamento. Em 2006, atingimos nosso "auge recente", o título do Caixão sobre o Madureira. no mesmo ano, eles foram campeões do mundo...

O plano deles começou com problemas e com o tempo foi recebendo ajustes. Um dos problemas foi esse, além do outro programa de entrada direto no estádio, que acredito que também não venda mais.

Se fizermos essa distinção no Regulamento do sócio-contribuinte, evitaremos tais problemas. Por exemplo: o plano-base do Contribuinte (votar, ser votado, prioridade e 50% no ingresso) pode custar um valor baixo, simbólico, sem dar direito a entrar na sede para lazer. Para ter esse direito, o Contribuinte teria de pagar uma mensalidade a mais (por exemplo, o dobro da do proprietário, a fim de que esse ainda tenha alguma vantagem), mensalidade essa voltada para a parte social.

Estaríamos cumprindo o estatuto que dá direito ao Contribuinte de frequentar a sede e ao mesmo tempo separando futebol e social.

Com base em experiências dos outros, podemos criar um modelo adaptado a nós e sem os equívocos dos outros, como por exemplo o do vasco, que é feito de qualquer maneira.



27/12/09@15:53

Sim, sim, mas aí é que eu digo: é melhor esmiuçar tudo no estatuto do que depois ter os problemas jurídicos que o inter teve.



28/12/09@21:53

Com atraso considerável, pois só agora comecei a ler a série, parabenizo o Kosh pela corajosa iniciativa.
Considero a coluna excelente pela abordadem dos problemas, pelos exemplos apresentados e pelas propostas factíveis de solução.
Posso garantir que os inúmeros botafoguenses de Belém do Pará se sentiriam honrados em participar de um ST nos moldes propoostos.
Parabéns Kosh!

 


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