CONSERTANDO O BOTAFOGO - CAPÍTULO II - O BOTAFOGO COMO CLUBE SOCIAL
Por Bernardo Santoro
Em 27/12/2009, às 22:17:23
2.1 – INTRODUÇÃO
Conforme falado an passant na coluna anterior (tópico 1.4.2), o clube social Botafogo também precisa de uma reformulação geral para deixar a extrema dependência frente ao setor de futebol do Botafogo. Nesse capítulo partiremos de algumas das premissas formuladas no primeiro capítulo, quais sejam: (i) a separação entre futebol e clube social, preferencialmente com a criação de uma nova figura jurídica para gerir o futebol, de maneira independente e autônoma do clube social; (ii) democratização do clube social; (iii) auto-sustentabilidade do clube social, a partir da geração de novas receitas. Para isso, falaremos rapidamente sobre como funciona hoje o clube social, para depois trazermos algumas propostas para consertá-lo e, por fim, concluirmos o presente capítulo. 2.2 – COMO É O BOTAFOGO SOCIAL HOJE Apenas relembrando, o Botafogo hoje possui quatro figuras sociais: (i) titulados; (ii) proprietários; (iii) contribuintes e (iv) atletas. Praticamente todos os titulados são também proprietários (a exceção é o honorário), mas com algum tipo de benesse por “serviços prestados” (leia-se “política”). Os proprietários são os que compraram títulos de propriedade do clube e possuem uma cota-parte ideal dele. Os contribuintes são os que teriam direito a frequentar a sede e votar e serem votados sem necessidade de comprar o título, caso estivesse o mesmo regulamentado. Os atletas são os que praticam desportos pelo clube e não podem votar e serem votados, a não ser que também sejam proprietários (para maior aprofundamento, tópico 1.2.1 do capítulo passado). A sede social do Botafogo de General Severiano fica no bairro de mesmo nome, em ponto nobre da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. A sede é franqueada aos aludidos sócios, possuindo piscinas, sauna, um bar/restaurante com capacidade para 30 pessoas, duas churrasqueiras (não franqueadas aos sócios, devendo ser alugadas), duas quadras poliesportivas de cimento (utilizáveis pelos sócios apenas quando não há treinos de esportes amadores), um campo society e o ginásio de esportes, que só pode ser utilizada pelos sócios em caso de aluguel, e condicionada a não-utilização por parte do esporte amador. Além do parque social, consta na sede de General Severiano o Casarão Colonial de General Severiano, o prédio do Fogão Shop (loja do clube), o Centro de Treinamento João Saldanha (com campo de dimensões mínimas, alojamento e sala de musculação, exclusivo para atletas) e o Shopping Rio Plaza. O shopping é conhecido por sua especialização no setor gastronômico, com restaurantes como Outback Steakhouse, Joe e Leo, Fiammeta (pizzaria) e Churrascaria Estrela do Sul, além de ter algumas lojas de roupas e um Tok & Stok (grande loja de móveis e decoração). O parque aquático do Botafogo é o Mourisco Mar, que fica bem perto de General Severiano, na Enseada de Botafogo. É utilizado para o treinamento e competição de pólo aquático e natação. Tem ainda um posto de gasolina no local. O Sacopã é uma estrutura que fica literalmente dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas e é utilizado pelo remo do clube, possuindo aparelhos de musculação, tanque para treinamento de remo, uma “garagem” para guardar os barcos e algum espaço. Os imóveis de MARECHAL HERMES, CAIO MARTINS E ENGENHÃO são utilizados pelo futebol, e dentro da idéia de divisão entre futebol e clube social, ficariam com o Botafogo Futebol, não merecendo maiores comentários nesse capítulo (as questões envolvendo as divisões de base, divisão profissional e Engenhão serão trabalhadas em capítulos próprios). Esse é, portanto, o panorama geral da sede social do Botafogo. 2.2.1 – COMENTÁRIOS AO ATUAL MODELO O atual modelo do Botafogo como clube social está completamente falido. Para começar, a vida social do clube é restrita ao pessoal que curte a sauna e aos pais que levam seus filhos para treinarem nas escolhinhas. Isso por dois motivos: (i) a falta de estrutura de General Severiano é total e (ii) o corpo social é muito pequeno. Vamos analisar melhor os dois casos. Na época da retomada de General Severiano foi feita uma das mais infelizes escolhas em matéria de clube social: a instalação de um campo de futebol em um espaço que já não era muito grande, sob o pretexto de ter o time treinando dentro do clube. Além de ser um retrocesso do ponto de vista esportivo, visto que EM TODOS OS GRANDES CLUBES DO MUNDO cada vez mais se constroem estruturas autônomas para o futebol, o diminuto espaço fez com que não só o futebol ficasse mal instalado (o campo de General Severiano tem 90x60, que é o mínimo permitido para jogos oficiais, sendo raríssimos os campos com essa dimensão), mas também o clube social sofresse uma perda de espaço vital para o bom desenvolvimento de suas práticas. O retrocesso foi, também, social. Aliado a esse problema, o corpo social também é restrito em virtude do preço do título de sócio-proprietário e da falta de regulamentação do programa de sócio-contribuinte. Parece-me, nesse diapasão, que não há o menor interesse dos atuais sócios em modificar esse quadro. A falta de um corpo social numeroso é fatal para as pretensões arrecadatórias do clube social. Hoje temos pouco mais de dois mil e seiscentos sócios. Tirando os proprietários titulados (beneméritos, eméritos, entre outros) que não pagam mensalidade e os inadimplentes, sobra pouco menos de 1.000 sócios em dia, pagando cinquenta reais por mês. Ou seja, o Botafogo arrecada com mensalidades cinquenta mil reais por mês. Com esse dinheiro acredito que mal se paga o corpo de funcionários do clube social. A falta de vida social também repercute na venda de catering (alimentos) dentro do bar do clube. As únicas coisas que ainda funcionam, apesar da crônica falta de espaço, são as escolinhas, mais por abnegação e competência de seus bravos professores do que pela gestão porca dos dirigentes do clube. A questão das escolhinhas ainda será mais bem apreciada nesse artigo e no capítulo sobre esportes amadores. Cabe, por fim, um comentário que, embora não seja propriamente sobre a vida social do clube, influi diretamente sobre esta: a péssima administração do patrimônio do clube. O contrato do Rio Plaza Shopping, que fica embaixo do clube e é um excelente pólo gastronômico da cidade, é um mistério. Não se acha detalhes dele em lugar nenhum. Alguns dizem que o contrato real de direito de superfície com a administradora do shopping vai até 2025, outros 2035 e alguns falam, na verdade a maioria, numa duração até 2045. Ao mesmo tempo não se sabe o quanto esse shopping rende e nem a porcentagem que cabe ao clube (dizem que é de 5%). O casarão colonial, que há muitos anos atrás era um ponto de referência para bailes, simplesmente não tem destinação econômica. O projeto atual merece tópico próprio, a ser discutido oportunamente. Ainda sobre a sede de General Severiano, há esse suspeitíssimo contrato com um senhor chamado Maurício (não confundir com o presidente), que é até um sujeito boa-praça, mas que recebeu, sabe-se lá em que termos, a exploração do bar/restaurante que fica dentro da sede, bem como o monopólio de exploração das duas churrasqueiras de lá, além da churrasqueira do Mourisco-Mar. Destaco que essa situação não é recente, vindo, pelo menos, desde a gestão Bebeto. Houve algum tipo de competição para a exploração desses locais? Desconheço. Essa situação, de certa forma, encarece o serviço prestado ao sócio, sem contar no grande ridículo que é essa situação. Dá a impressão que o Botafogo não tem dinheiro para manter em condições mínimas de uso uma simples churrasqueira. Bem, e não tem mesmo, por todos os fatores acima elencados. O Mourisco-Mar é subutilizado. Tem também um contrato suspeito com um posto de gasolina que funciona abaixo da sede e que, por um imbróglio jurídico, não consegue ser desfeito. Já ao Sacopã falta espaço para se tentar algo mais ousado. 2.3 – PROJETOS DA ATUAL DIRETORIA A diretoria tem alguns projetos referentes ao Botafogo como clube social. Vamos a eles. 2.3.1 – SAUNA A sauna foi reformada recentemente. Eu costumava ser um frequentador da sauna de General Severiano, mas desde que me mudei para Petrópolis ainda não tive a oportunidade de voltar lá. Na época em que eu frequentava a sauna, eu não tinha do que reclamar. O banheiro era relativamente espaçoso, os chuveiros funcionavam, bem como os dois tipos de sauna (seca e a vapor). Tinha ainda uma esteira e uma bicicleta ergométrica que não funcionavam. Não sei como está hoje. Certamente melhor do que antes. Tenho que admitir ainda que, pelo menos, a atual diretoria fez alguma coisa pela área social do clube, o que é melhor que o nada da diretoria anterior, mas ainda assim creio que existem outras prioridades, dentro do próprio clube social, para se investir, como as quadras de cimento cheias de buraco e o ginásio, que precisa de uma reforma completa. 2.3.2 - RESTAURANTE Já ouvi falar em um projeto para reforma completa do restaurante do clube, para atender, inclusive, pessoas de fora do clube. Não tive acesso ao projeto, mas quem leu disse que é excelente. O que me preocupa, no caso, é a grande concorrência de um dos melhores pólos gastronômicos do Rio que fica 3 metros abaixo do futuro restaurante. Aliado a isso, o acesso ao mesmo deverá ser revisto, pois o restaurante hoje fica DENTRO DO CLUBE, e quem quiser frenquentá-lo terá de ENTRAR NAS DEPENDÊNCIAS DO CLUBE, MESMO SEM SER SÓCIO, o que, de certa forma, é uma temeridade para a segurança das crianças da escolinha e dos atletas do clube. 2.3.3 - CASARÃO O Casarão Colonial, que tem uma entrada de livre-acesso pela Rua, não precisando, portanto, adentrar na parte social do clube para se chegar a ele, tem uma localização fantástica dentro da cidade do Rio. Está literalmente na saída de Copacabana para o centro da cidade. Dezenas de milhares de carros passam pela nossa sede diariamente. O Casarão tem, por isso, um enorme potencial econômico para prestar uma série de serviços. O projeto da diretoria é transformar o Casarão em um museu do Botafogo. Não consigo imaginar ideia mais estúpida. Infelizmente, museus no Brasil não geram riqueza. O Casarão era, tradicionalmente, um salão de festas e ali sim seria um local ideal para se fazer um restaurante, um bar ou até mesmo um grande pub alvinegro, onde seriam transmitidos os jogos do Botafogo, principalmente os de fora, fazendo essa interação entre clube e torcida. Ainda teria um grande espaço para se fazer uma pista de dança, se fosse o caso. Em suma, mil projetos poderiam ser feitos, resultando em um grande aproveitamento econômico, coisa que certamente um museu não faria. O verdadeiro lugar de um museu do Botafogo seria no Engenhão, dentro de uma nova concepção aonde o botafoguense chegaria muito cedo ao estádio no dia de jogo, tendo eventos para crianças, restaurantes e o museu, mas nesse caso como mais um atrativo em uma gama de atividades de lazer, e não uma atividade isolada em um ponto que teria proveito econômico muito superior com outras atividades. A questão Engenhão também será trabalhada em capítulo próprio. Mais uma vez demonstrada a falta de visão da diretoria. 2.3.4 – A TORRE COMERCIAL DE GENERAL SEVERIANO Dentro do contrato com a Pepira está a possibilidade de se construir uma torre comercial. O problema é que General Severiano não tem mais espaço disponível. Logo, a criação de uma torre comercial comprometeria de maneira absoluta a prática esportiva em General Severiano. 2.3.5 – A FALTA DE UM PROJETO DE EXPANSÃO DO CORPO SOCIAL Todos os projetos acima falham em um único ponto, que é não atacar a origem do problema do clube social Botafogo: a falta de sócios. Por mais que se melhore a sauna, o restaurante, a piscina e o Casarão, esses expedientes não resolvem o problema da falta de gente para ocupar esses espaços. Somente a abertura do corpo social, com toda a renda gerada pela mesma, é que poderá ressuscitar o Botafogo como clube social. Para que isso ocorresse, precisaríamos consertar o Botafogo. Vamos consertar o Botafogo? 2.4 – CONSERTANDO O BOTAFOGO COMO CLUBE SOCIAL O conserto do Botafogo como clube social se dá através dos seguintes princípios: (i) a separação entre futebol e clube social, (ii) democratização do clube social, (iii) reforma e exploração eficiente do patrimônio do clube, e (iv) expansão do clube social. 2.4.1 – SEPARAÇÃO ENTRE CLUBE SOCIAL E FUTEBOL A separação entre clube social e futebol é um verdadeiro tabu, mas é essencial para a racionalização da gestão dos dois. O dinheiro do futebol faz do clube social um refém de uma caridade torta. Nos termos atuais, o clube social Botafogo literalmente fecharia sem o futebol, pois é invariavelmente deficitário. Esse panorama nos faz ter a impressão inicial de que o clube social não viveria sem o dinheiro do futebol, mas o que ocorre é justamente o contrário. É a despreocupação do clube social em gerar dinheiro, graças ao futebol, que faz com que o mesmo esteja sempre em prejuízo. No momento em que essa fonte sem fim for cortada, o clube social terá de aprender a se virar sozinho. Agora é a hora e a maneira de se fazer essa divisão, sem que haja possibilidade de retorno, é a criação de uma nova figura jurídica para gerir o futebol, com o dinheiro do programa sócio-torcedor indo para o futebol. A partir do fim da dependência, o clube social se veria forçado a democratizar seu corpo social e racionalizar sua gestão para se auto-sustentar e até mesmo expandir, inclusive dentro de General Severiano, com a saída do CT JOÃO SALDANHA de dentro do clube social. 2.4.2 – DEMOCRATIZAÇÃO DO BOTAFOGO COMO CLUBE SOCIAL O modelo de gestão a ser aplicado no “novo velho” Botafogo clube social precisa ser democrático e ampliativo, de modo a que todo botafoguense que tiver interesse em ser sócio do clube efetivamente pudesse sê-lo. Para que isso ocorra, poderíamos aplicar as seguintes fórmulas, dentro da atual estrutura social do clube: (i) fim da cobrança do título de sócio-proprietário ou cobrança meramente simbólica; (ii) manutenção da cobrança do título de sócio-proprietário, mas efetivando a categoria de sócio-contribuinte sem necessidade de pagamento de jóia, apenas a mensalidade, e em ambos os casos todos teriam direito a frequentar o clube e votar e ser votado no clube social. No primeiro caso, todo botafoguense que quisesse seria sócio-proprietário, sem pagamento do título, tornando desnecessária a categoria de sócio-contribuinte. Essa é a alternativa mais democrática, mas traz alguns problemas do ponto de vista organizacional, já que todo sócio-proprietário é, para o poder público e para a sociedade, dono do clube, e eventuais inadimplências trariam um grande transtorno administrativo. No segundo caso, o da efetivação do sócio-contribuinte sem pagamento de jóia, talvez fosse menos democrático, mas ainda assim muito democrático, em virtude do direito assegurado a votar e ser votado e de frequentar o clube, além de ser melhor do ponto de vista organizacional. Lembro ainda que, neste “Consertando”, todo centavo gasto por botafoguenses nos programas “sócio-proprietário” e “sócio-contribuinte” seria destinado ao clube social, pois o futebol teria renda própria e programa de “sócio-torcedor” próprio, conforme explicado no primeiro capítulo. A injeção financeira no clube pelo aumento do corpo social multiplicaria de maneira assombrosa a receita, devolvendo ao mesmo a capacidade de investimento em melhorias da sede social, o que seria muito necessário, tendo em vista o grande número de pessoas a dar vida ao clube novamente. 2.4.3 – REFORMA E EXPLORAÇÃO EFICIENTE DO PATRIMÔNIO DO CLUBE SOCIAL Para que General Severiano pudesse abrigar essa grande quantidade de sócios idealizada, uma mudança essencial deve ocorrer dentro do clube: O FIM DO CT JOÃO SALDANHA. Como já dito em outras oportunidades, a instalação do CT João Saldanha dentro do clube social não faz o menor sentido, seja porque no futebol moderno todos os CTs profissionais são grandes, isolados e dissociados do clube social, seja porque simplesmente acaba com o espaço social de General Severiano. Com isso, a academia do CT passaria a se destinar aos sócios do clube. A atual concentração passaria a ser um conjunto de salas administrativas do clube. Por fim, o campo poderia se transformar em diversas quadras poliesportivas, bares e quadras de tênis, fazendo de General Severiano o maior pólo-esportivo amador do Brasil. As escolinhas do clube, que já tem bons profissionais e ganham tudo nas divisões de base, teriam finalmente um lugar decente para ter toda a sua potencialidade explorada e ainda abre ao Botafogo a possibilidade de requerer incentivos econômicos e fiscais junto ao governo federal, através das leis Agnelo Piva e de Incentivo ao Esporte, entre outras, garantindo ao Botafogo o espaço que ele merece dentro do projeto olímpico nacional de 2016. A questão do restaurante deve ser revista. É preciso rever essa estranha exclusividade de exploração das churrasqueiras dada a um indivíduo em detrimento de todo o corpo social do clube. O Botafogo pode e deve ter capacidade de manter suas instalações sociais sem a ajuda de terceiros. Os contratos do shopping em General Severiano e do Posto de Gasolina no Mourisco precisam ser imediatamente revisados e discutidos, inclusive judicialmente. Sobre o posto, inclusive, a nova Lei de Aluguel traz vários dispositivos de natureza processual (dispositivos legais de natureza processual são aplicados, em regra, imediatamente, ao contrário das de natureza material que, em regra, respeitam atos jurídicos perfeitos) que podem ser aplicados a esse contrato e defenestrar, definitivamente, o Posto Esso do Mourisco. Já a situação do Casarão foi discutida com exaustão e não merece maiores comentários. Com essas medidas, o clube social passa a ter diversas rendas, tendo uma receita vultosa através da expansão do corpo social, das escolinhas, dos serviços de catering, de uma racional exploração econômica do Casarão e de uma participação justa no Shopping Rio Plaza. Repiso, ainda, que Caio Martins, Marechal Hermes e Engenhão, dentro desse modelo de Botafogo ideal, não se vinculam ao clube social, e serão tratados em capítulos próprios. 2.4.4 – EXPANSÃO DO CLUBE SOCIAL Com essa ideal pujança econômica do clube social, podemos inclusive vislumbrar a expansão do clube social. Vejamos algumas possibilidades nesse campo. 2.4.4.1 – CRIAÇÃO DE NOVAS SEDES Uma das maneiras de se expandir o clube social Botafogo é com a criação pura e simples de novas sedes: sedes campestres, serranas, praianas... o céu é o limite! Essas sedes deverão ser criadas prioritariamente em lugares com grandes concentrações de botafoguenses, na mesma filosofia da matriz, garantindo aos sócios de uma das sedes o direito de frequentar todas as outras. 2.4.4.2 – PARCERIAS COM OUTROS CLUBES SOCIAIS Um dos expedientes mais utilizados por clubes sociais são as parcerias com clubes de outras cidades, garantindo ao sócio de um dos clubes o direito de frequentar, de maneira limitada, todos os outros clubes dessa “rede de clubes”. Assim, um botafoguense que fosse muito a São Paulo, poderia, com a carteira do Botafogo, passar uma tarde na piscina do clube Pinheiros, por exemplo, e vice-versa. 2.4.4.3 – FRANQUIAS E EXPLORAÇÃO DA MARCA Um último expediente interessante é a autorização de uso da marca social “Botafogo” por clubes de outras cidades, sob o compromisso de permitir que o sócio do Botafogo, quando estivesse na cidade, pudesse usufruir do “Botafogo” local. Apenas a guisa de exemplo, se a parceria do Botafogo com o Botafogo de Brasília fosse nesses termos, o sócio do Botafogo do Rio, quando estivesse em Brasília, poderia frequentar o Botafogo de Brasília. A contrapartida boa para o clube da cidade é que todos os botafoguenses da cidade se sentiriam compelidos a se associarem ao clube local. Um modelo de franquia poderia ser feito no caso, entre outras possibilidades empresariais. O céu, aqui, também é o limite. 2.5 - CONCLUSÃO Com o modelo de clube aqui exposto, esse novo e consertado Botafogo Social finalmente se comportaria como clube, e não time de futebol, especialmente em virtude da separação de ambos. A questão dos esportes olímpicos ainda será mais bem tratada em capítulo próprio, tendo como base os princípios aqui expostos. Com isso, todo o potencial sócio-esportivo do clube seria explorado, trazendo consigo uma nova realidade econômica ao mesmo, com a exploração racional de seu patrimônio, nome e história, além de dar ao sócio do Botafogo todo o conforto que ele merece, e não o engodo atual. No próximo capítulo, entraremos no Botafogo Futebol, com a discussão sobre categorias de base, Marechal Hermes e Caio Martins. Até lá! |