CONSERTANDO O BOTAFOGO – CAPÍTULO V – ENGENHÃO
Por Bernardo Santoro
Em 08/02/2010, às 18:18:25
5.0 – CRÉDITOS

Esse é o primeiro de dois capítulos que conta com a contribuição do meu grande amigo e botafoguense Joaquim Marques. Joaquim Marques tem 28 anos, é um respeitado publicitário na cidade do Rio de Janeiro e foi um dos fundadores da torcida “Loucos pelo Botafogo”. O tópico 5.4 foi escrito com base em várias ideias dadas por ele.

Pela ajuda e por todo o resto, obrigado. E me desculpe por eu ser um amigo sumido.

5.1 – INTRODUÇÃO

Este é outro capítulo controverso por vários motivos, mas todos eles se subsumem num único argumento: o Engenhão seria economica e esportivamente inviável, segundo parcela da torcida do Botafogo.

Eu discordo desse pensamento. As críticas e contracríticas serão analisadas oportunamente, mas cabe, preliminarmente, trazer um pensamento pertinente: praticamente todos os grandes clubes de futebol possuem um estádio próprio e, dada a conjuntura atual, o Engenhão é a única saída para que o Botafogo tenha o seu.

Vamos, como sempre, utilizar o velho padrão textual neste capítulo, onde analisaremos (i) o contexto em que o Engenhão funcionou até 2009, (ii) a proposta da diretoria (o Stadium Rio) e, por fim, (iii) tentaremos consertar a utilização do Engenhão.

Lembro, por fim, que muitas das ideias contidas neste capítulo já foram trabalhadas nos artigos “Engenhão – um complexo muito complexo” e “Em defesa do Engenhão”. Portanto, para quem acompanha o trabalho do colunista há mais tempo, não lerá muitas novidades, a não ser as trazidas pelo brilhante colaborador desse capítulo.

5.2 – O ENGENHÃO -2007/2009

Esse tópico traz muitas nuances, algumas, inclusive, pouco relacionadas umas com as outras. Portanto, para melhor entendimento, vamos dividir esse tópico em: (i) histórico; (ii) utilização e subutilização; (iii) críticas ao Engenhão.

5.2.1 – HISTÓRICO DO ENGENHÃO

O Pan 2007 foi, sem dúvida, um verdadeiro buraco negro de dinheiro público. Praticamente todas as obras foram superfaturadas, nenhuma melhoria se viu no Município, as obras foram destinadas a entidades privadas por preços irrisórios, e a verdadeira infra-estrutura da cidade pela qual a prefeitura é responsável viu-se abandonada, entre os quais: colégios, hospitais, ruas e praças. Nessa realidade insere-se o Engenhão.

Orçado em 150 milhões de reais, o custo total do Estádio foi de 380 milhões, sendo o gasto final 150% maior do que foi originalmente previsto.

Ao final do Pan 2007 foi lançado o edital para concessão de uso do Estádio Olímpico pelo prazo de 20 anos. O Botafogo, único concorrente, venceu a licitação, dando um lanço de pagamento de aluguel no valor de R$ 36.000,00 mensais, uma verdadeira pechincha. Desde então, o Botafogo passa a utilizar (ou subutilizar).

5.2.2 – UTILIZAÇÃO E SUBUTILIZAÇÃO

Desde que passou a gerir o Engenhão, o Botafogo não tem utilizado o estádio a contento. É utilizado basicamente para o futebol, salvo uma ou outra oportunidade em que eventos de atletismo ocorreram. Um show chegou a ser marcado, mas não ocorreu.

Na questão do futebol, a setorização sempre foi malfeita. Nunca houve um estudo realmente profissional para se chegar ao valor ideal de cobrança. Os alimentos são de pouca variedade e extremamente caros.

Muitos outros fatores também contribuíram para essa subutilização. Veremos a seguir como esses fatores são relevantes, mas que são totalmente passíveis de superação.

5.2.3 – CRÍTICAS AO ENGENHÃO

Várias são as críticas endereçadas ao Engenhão. Podemos sintetizá-las como: (i) o local “ruim”, (ii) finalidade do estádio, (iii) alto preço e pouca diversidade do catering, (iv) falta de espaço, (v) concorrência e (vi) contrato de concessão amarrado.

5.2.3.1 – O LOCAL “RUIM”

A torcida botafoguense tem grande concentração na zona sul do Rio de Janeiro, e a maioria dos sócios do clube se concentra também na zona sul. Por conta disso, há uma reclamação grande por parte dessa parcela economicamente relevante da torcida sobre a localização do Engenhão, que fica na zona norte do Rio, especialmente em comparação com o Maracanã, que fica numa região central da cidade.

Outra reclamação constante é a dificuldade em se chegar ao estádio, em virtude das ruas estreitas que circulam o local e do preconceito de parcela dos torcedores em utilizar os trens que partem da Estação Central, considerados perigosos e de estrutura frágil e antiga.

O fato de que muitos botafoguenses não gostam do Engenhão e o enxergam como “um elefante branco”, preferindo utilizar as instalações do Maracanã, até mesmo em virtude da tradição e costume.

5.2.3.2 – A FINALIDADE DO ESTÁDIO

O Engenhão possui sérios problemas que dificultam a sua transformação em uma arena rendável.

O primeiro problema é o mais evidente: O ENGENHÃO NÃO É UMA ARENA MULTIUSO!

Ele foi construído com uma finalidade específica: ser a sede principal do Pan 2007. Não foi criado tendo como objetivo receber eventos musicais, teatrais, entre outros. Há de se notar também a sua péssima acústica, pois o vão que existe atrás dos setores norte e sul fazem escoar todo o som por ali. E eu digo isso sem ser engenheiro! Um homem médio consegue notar essa falha gritante, ou melhor, silenciosa! Com isso, a acústica não impõe pressão ao adversário e a torcida fica longe do campo e dificulta a viabilidade do estádio para grandes shows.

5.2.3.3 – INGRESSOS E CATERING (ALIMENTOS)

Dentro do estádio, as duas grandes receitas, hoje, em dias de jogos, são os ingressos vendidos e o catering. Para quem não sabe, catering é a quantidade de alimentos vendidos dentro do estádio.

A setorização do estádio, que não ocorreu durante boa parte do ano passado, é muito malfeita. As arquibancadas superiores tem visão de campo muito superior a das arquibancadas inferiores e não tem muito espaço de movimentação, fazendo com que seja mais propícia a pessoas mais velhas e a famílias. Por conta disso, logicamente, deveria ser mais cara que a arquibancada inferior. No entanto, isso não ocorre, sendo a arquibancada inferior, de maior mobilidade e pior visão de campo, típica portanto dos torcedores organizados e de pessoas com menor poder aquisitivo, inexplicavelmente mais cara.

A lógica do Engenhão é invertida: cobra-se mais caro dos mais pobres e das organizadas (que vão a todos os jogos), e cobra-se mais barato dos mais abastados.

Quanto ao catering do Engenhão, não há nada mais criticável no estádio. O preço dos refrigerantes, picolés, e cervejas sem álcool é muito alto. A proibição governamental de cerveja dentro do estádio é um crime, pois os ambulantes que ficam fora do estádio vendem livremente, roubando dinheiro que seria do clube. Os hambúrgueres são frios e caros e os cachorros-quentes só podem ser enxergados com lupas. O Biscoito Fofura, vendido a 50 centavos fora do estádio, custa 4 reais lá dentro. Com isso, a venda de produtos cai vertiginosamente.

5.2.3.4 – FALTA DE ESPAÇO

Um problema pouco discutido é a falta de espaço para se erguer um grande centro comercial e empresarial. No quarteirão onde hoje se encontra o nosso Estádio, poderíamos encontrar quatro espaços para construção de centros comerciais.

O melhor lugar se situa na esquina do setor oeste com o setor sul (Rua José dos Reis com Arquias Cordeiro), onde hoje se vê uma série de galpões abandonados. Esse terreno foi desapropriado pela prefeitura e cedido, antes da licitação do Engenhão, para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Esse seria o melhor espaço por ser o mais amplo e por estar de frente para a Estação de Trem. Existia uma negociação entre Botafogo e COB para utilização desse espaço, pois sem acesso ao estádio, os galpões não servem para o COB, e sem acesso aos galpões, o Estádio fica subutilizado pelo Botafogo. Não tenho informações sobre como terminou essa negociação.

Outro lugar interessante seria a estrutura localizada entre os setores sul e leste (Rua Arquias Cordeiro com Dr. Padilha). Esse espaço, embora menor, também se situa em frente à Estação de Trem, e encontra-se abandonado, sendo parte do terreno doado ao COB.

Mais um lugar de destaque seria o campo anexo ao Engenhão, onde se tem não só o campo, mas também outra pista de atletismo. Esse espaço fica entre os setores leste e norte (Rua Doutor Padilha com Rua das Oficinas). Nesse caso o problema é o contrato de concessão, que impede a remoção desse campo.

O último e menos apropriado lugar para construção de um centro econômico seria o espaço localizado entre os setores oeste e norte (esquina da Rua das Oficinas com José dos Reis). Uma grande parte desse espaço não foi desapropriada e encontra-se cheio de pequenos comerciantes e residentes. A parte desapropriada servia de estacionamento para o antigo “Setor Visa”. Com o fim dessa parceria, o estacionamento passou a ser exclusivo da diretoria, convidados, imprensa e donos de camarotes.

Portanto, a princípio, não temos fazer um grande centro comercial dentro do Engenhão por falta de espaço.

5.2.3.5 – CONCORRÊNCIA

Mas, pior do que isso, é a constatação de que, mesmo que tivéssemos o espaço necessário e a verba para construção dos centros comerciais, encontraríamos uma concorrência estabelecida e altamente profissional: o NORTESHOPPING.

O Norteshopping, localizado a 15 minutos, a pé, do Engenhão, é um dos dois maiores complexos comerciais do Rio de Janeiro. Não saberia informar hoje qual é o maior, se o NorteShopping ou o BarraShopping.

Esse imenso shopping possui, hoje, uma amplíssima rede de lojas, com absolutamente todas as marcas possíveis no mercado, desde as mais caras até as mais baratas.

No setor de lazer, são várias as comodidades do NorteShopping: boliche, patinação no gelo, cinema UCI (com a mais moderna tecnologia), Teatro Miguel Falabella, dois flipperamas gigantescos, kart, amplo centro gastronômico, com restaurantes e bares famosos como Outback, Chopperia Devassa, Pizzaria Parmê, Bibi Sucos e grandes cadeias de fast food, sem contar com um estacionamento de mais de uma dezena de milhares de vagas.

O setor de serviços privados oferece, entre outros: armarinho, bancos, cabelereiros, casa de câmbio, escola (CEL – uma das mais conceituadas do Rio de Janeiro), correios, costureiros, jornaleiros, lava-carros, lavanderias, loterias, táxis, e centro de cosmética e beleza. Tem, inclusive, um campus da Universidade Estácio de Sá, a maior rede universitária do Rio de Janeiro. Até mesmo serviços públicos são prestados lá, com postos do Detran, Ministério do Trabalho e Secretaria Municipal de Fazenda.

A concorrência com centro econômico tão grande e amplo já seria naturalmente altamente arriscado. Soma-se a isso o fato de que a área onde o Engenhão e o NorteShopping estão localizados é uma região conhecida por seu baixo poder aquisitivo em relação a outras áreas da cidade. Para quem não conhece a cidade do Rio de Janeiro, a zona sul, juntamente com São Conrado, Barra, Recreio e Vargem Grande (todas localizadas na zona oeste), são reconhecidamente as áreas de maior poder aquisitivo do Município. Em seguida vem a parte mais nobre da Zona Norte (Tijuca e arredores). Somente então vem a parte pobre da Zona Norte (onde se encontram Engenhão e NorteShopping) e a parte paupérrima da Zona Oeste.

É fato notório que empreendimentos de alto risco nunca foram os favoritos do empresariado altamente conservador brasileiro, e construir um complexo comercial que concorresse com outro estabelecido há anos, numa região cujo baixo poder aquisitivo é amplamente conhecido, faz com que o risco seja altíssimo, o que afasta pretensos investidores, deixando o Botafogo em situação ainda mais delicada.

5.2.3.6 – CONTRATO AMARRADO

O contrato de concessão de uso do estádio é excessivamente rígido no que tange às modificações do mesmo. Ele impede que removamos as pistas de atletismo e modifiquemos, OFICIALMENTE, o nome do Estádio. A questão da pintura das cadeiras em preto e branco, caracterizando mais o estádio como sendo do Botafogo, só pode ser feito com prévia autorização do poder municipal, coisa que nunca ocorreria, em virtude das olimpíadas de 2016. Praticamente todas as modificações estruturais que tivéssemos de fazer dentro do estádio, necessitaria de aprovação do governo municipal e seus órgãos competentes.

5.3 – A PROPOSTA DA DIRETORIA – STADIUM RIO

A diretoria do Botafogo resolveu apostar na terceirização da exploração do Engenhão, fazendo um “contrato de prestação de serviços” com a empresa Pepira Empreendimentos e Participações Ltda.

Segundo o tal contrato, seu objeto, no que se refere ao Engenhão (digo isso porque esse contrato também abarca Caio Martins e General Severiano), seria (i) a comercialização, planejamento e administração de espaços comerciais, (ii) serviços de merchandising, patrocínios comerciais e naming rights, (iii) locação do estádio para eventos, (iv) comercialização do entorno do Engenhão, numa ideia de complexo de lazer, (v) geração de receitas diversas.

Aqui nós temos um grande problema. Esse contrato, embora nominalmente seja um contrato de prestação de serviços, é de tal maneira amplo que me arrisco a dizer, sem medo de errar, tratar-se de verdadeira subconcessão do contrato administrativo de uso que o Botafogo tem com o Município. A grande implicação é a vedação dessa subconcessão, conforme consta no edital de licitação e no contrato definitivo. Portanto, em virtude da subconcessão de fato, esse contrato é nulo e pode ainda acarretar a rescisão contratual da cessão do Engenhão para nós.

Nesse sentido, na própria festa de lançamento do Stadium Rio (novo nome fantasia do Engenhão), um dos subconcessionários, o emrpesário Luiz Calainho, foi incisivo ao afirmar que ele era o novo gestor do Engenhão, reforçando a tese exposta.

O modo como esse contrato entre Pepira e Botafogo foi feito também é muito suspeito. Não houve procura pública por outros parceiros (segundo dizem, a Pepira foi apresentada à diretoria do clube pelo ex-presidente Montenegro) e o contrato não foi posto para aprovação junto ao Conselho Deliberativo, e sim para “conhecimento”, o que também eiva o acordo de ilegalidade.

Superada a problemática questão da ilegalidade, os valores envolvidos no negócio são, para a Pepira:

(i) para a comercialização e planejamento de espaços comerciais – 11% da receita bruta;
(ii) para o SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTÁDIO (reforçando a tese da subconcessão) – 8% da receita bruta;
(iii) serviços de merchandising, patrocínios comerciais e naming rights – 17% da receita bruta;
(iv) locação do estádio para eventos – 12% da receita bruta;
(v) comercialização do entorno do Engenhão, numa ideia de complexo de lazer – 66,7% da receita líquida;
(vi) geração de receitas diversas – o contrato não especifica porcentagem.

Vejam que, à exceção da construção do futuro complexo de lazer (shopping), todos os outros serviços incidem sobre a receita bruta adquirida, ou seja, de tudo o que o Botafogo arrecadar com essa exploração, primeiro se tira o percentual bruto da Pepira, e depois é que se descontam as despesas de luz, água, etc. Um absurdo essa porcentagem da Pepira incidir sobre a receita bruta, e não a líquida (já descontadas as despesas operacionais).

Sobre o tal Complexo de Lazer, como o investimento para sua construção seria todo da Pepira, até faz sentido que o percentual da mesma seja alto, e o contrato, como disse, dá a entender que essa porcentagem é sobre a receita líquida, com 33,3% vindo para o clube e 66,7% para a Pepira.

Superada também a questão da remuneração, cabe agora falarmos das melhorias no Engenhão. Segundo a Pepira, serão essas as melhorias iniciais do Stadium Rio:

(i) um patrocinador na frente, com nome no Estádio (ficando algo como “Stadium Empresa Rio”), gerando renda para o clube. O patrocinador teria sua marca estampada em inúmeros pontos do estádio desde sua entrada, arquibancadas, sinalização e dentro do campo, plano de mídia anual em TVs, jornais, rádios, internet e mobiliário urbano e ações promocionais, além de circuitos de publicidade (que poderão incluir até 64 painéis) no entorno do estádio.
(ii) Projetos para shows seriam feitos, aproveitando o fato do Maracanã estar fechado para obras durante 3 anos.
(iii) Revitalização da área do entorno do Stadium Rio;
(iv) Ocupação da área dos galpões em anexo para a criação de um centro médico, implementação de uma universidade e de um centro de convivência com vistas às Olimpíadas;
(v) Seria criado um portal “Stadium Web”, que mostraria o backstage de shows e preliminares de jogos e eventos esportivos;
(vi) Programa de vantagens para cadastrados, o “Stadium Clube”;
(vii) Incremento dos serviços, alocando nos lugares onde hoje se encontram os péssimos bares, lojas de alimentação como Bob’s, Doggis, Nestlé, Patroni, Forno de Minas, Frescatto, Funny Pop e Casa da Empada, além de ser inaugurado 3 restaurantes com vista panorâmica.

Todas essas medidas são, sem dúvida, excelentes, embora incompletas, pois faltam alguns serviços que serão melhor explicados mais a frente.

Agora quero falar sobre o principal problema do contrato: a descaracterização do Engenhão como sendo do Botafogo.

Segundo o novo “gestor”, o Stadium Rio tem como finalidade não somente atender à torcida do Botafogo, mas sim a todas as torcidas do Rio de Janeiro, razão pela qual o Engenhão foi renomeado Stadium RIO.

O verdadeiro crime de lesa-Botafogo não está necessariamente, a meu ver, na terceirização da gestão do Engenhão e das porcentagens pagas à Pepira, mas sim na sua descaracterização e a desidentificação do estádio com a torcida do Botafogo.

Isto porque, mesmo as aludidas porcentagens sendo altas e sobre receita bruta ao invés de líquida, ainda assim a lucratividade do estádio parece que será, objetivamente, maior do que hoje.

Mas a identificação do estádio com o Botafogo não tem preço. Explico.

Dentro da atual conjuntura econômica do clube, a viabilidade de o Botafogo adquirir um terreno e construir o próprio estádio é praticamente nenhuma. Portanto, esse estádio moderno, com um aluguel ridículo, é um verdadeiro achado.

Ademais, sem sermos hipócritas, a verdade é que, no Brasil, tudo tende a se eternizar e, particularmente no Estado do Rio de Janeiro, a lei não costuma ser cumprida ao pé da letra, especialmente quando conveniências políticas se apresentam.

A criação de uma identidade entre a torcida do Botafogo e o estádio do Engenhão é o primeiro passo para que, ao fim do atual contrato de concessão de uso, possamos nos manter como gestores do Engenhão por outros 20 anos, e quem sabe mais, ainda a preço de banana. Com essa identidade enraizada, fica criado o fato político para que não percamos o Engenhão em 2027.

Apenas corroborando essa ideia, no capítulo III, sobre divisões de base, mostrei que o complexo de Caio Martins nos foi cedido de graça, sem licitação (ou seja, de maneira ilegal), por mais 20 anos, apenas por termos criado essa identificação com o local, e, recentemente, o presidente Nininho afirmou que Marechal Hermes seguirá o mesmo caminho, dando fim ao problema jurídico levantado por mim no referido capítulo (tópico 3.2.2).

Embora seja muito feio, não devemos dar as costas a essa situação, devendo nós nos organizarmos, como torcida, para evitar essa descaracterização.

Nesse diapasão, louvo a iniciativa da torcida botafoguense, em especial ao organizador Marcos Muller, por encher a entrada principal do Engenhão de estátuas de bronze de ídolos do clube. É uma verdadeira resistência da torcida contra essa arbitrariedade da diretoria e da Pepira.

Essa questão da descaracterização nos leva a outra, muito mais controversa.

5.3.1 - A UTILIZAÇÃO DO ENGENHÃO POR OUTROS CLUBES DO RIO

Esse é um tema que desperta muitas paixões.

Os que advogam pelo aluguel do estádio para Flamengo e Fluminense argumentam que o Botafogo é um clube falido e que precisa do dinheiro. Um argumento simples, racional e praticamente indiscutível.

Por outro lado, os que advogam pela exclusividade do estádio primeiro argumentam exatamente no sentido da criação e reforço da identidade entre o Botafogo e o Engenhão, de modo que possamos ser seus ocupantes para sempre. Argumentam ainda que Flamengo e Fluminense são mais do que adversários, são inimigos, especialmente em virtude de ataques extra-campo, no âmbito da federações, confederações e mídia, além de volta e meia assediar jogadores nossos. Por fim, os dois clubes já desdenharam publicamente do Engenhão, em especial o presidente Horcades, do “flor”, e o vice de futebol do “fra”, Marcos Braz.

Não querendo discordar de nenhum dos razoáveis argumentos contrários à ideia, sou a favor de alugarmos o Engenhão, somente e apenas nos próximos anos, quando o Maracanã estará fechado, primeiro porque o argumento da falência do Botafogo é muito persuasivo, e depois porque acredito que o problema de uma eventual quebra da identidade entre Botafogo e Engenhão não está relacionado com o fato de rivais jogarem lá, especialmente se forem aplicados pesados pagamentos a título de utilização por jogo, mas sim porque o estádio não tem a cara do Botafogo. Destaco, contudo, que respeito muito a opinião de quem pensa em contrário.

Tenho certeza que se a torcida do Flamengo e do Fluminense se deparassem todos os jogos com um estádio preto e branco, cheio de símbolos do Botafogo, certamente não teríamos problemas em ver esses torcedores odiando o Engenhão, para nosso prazer.

Lamentavelmente, a diretoria do Botafogo vai na contramão desses pensamentos. Além de descaracterizar a pouca caracterização existente, abrirá praticamente de graça o Engenhão para os rivais, fazendo do mesmo, categoricamente, casa de Flamengo e Fluminense.

Segundo a imprensa, são esses os valores requeridos pelo Stadium Rio para que os rivais joguem na nossa casa:

Aluguel: R$ 5.000,00.
Quadro Móvel (a preço de custo): Até 10.000 torcedores – R$ 10.000,00; até 25.000 – R$ 20.000,00; até 45.000 – R$ 35.000,00.
Estacionamento: o Botafogo pagará (?) ao mandante 80% da receita líquida obtida.
Catering: o Botafogo pagará (?) ao mandante 60% da receita líquida obtida com venda de alimentos e bebidas.

Essa proposta é absolutamente ultrajante para a grandeza do Botafogo e não merece maiores comentários.

5.4 – CONSERTANDO O ENGENHÃO

Para consertar a utilização do Engenhão, vamos primeiramente contra-argumentar as críticas diigidas ao Engenhão e, posteriormente, consertaremos o Stadium Rio, analisando suas deficiências e propondo soluções.

5.4.1 – CONSERTANDO OS PONTOS CRITICADOS

5.4.1.1 – O LOCAL “RUIM”

Eu sempre achei um tanto elitista esse argumento do local ruim, mas não vou trabalhar os pormenores disso. O Botafogo precisa ser um time de todos, não só das pessoas da zona sul.

Não posso negar, contudo, a temeridade de se ir ao Engenhão para uma partida às 22:00, e isso vale para moradores de toda a cidade do Rio e arredores também, inclusive para os residentes do local. Após uma certa hora, a cidade do Rio é terra de ninguém. Mas, até aí, o Maracanã também fica em área que tem problemas de violência, e nem por isso as pessoas deixavam de ir ao estádio.

A questão dos arredores do estádio deverá ser equacionada para o Rio 2016. Haverá uma nova intervenção municipal na área visando alargar as ruas do entorno para facilitar o fluxo de carros.

Por fim, a questão da localização sempre será controversa e motivos de reclamação, pois não há espaço na zona sul da cidade para a construção de um estádio, e, mesmo que houvesse, o preço seria proibitivo.

5.4.1.2 – A FINALIDADE DO ESTÁDIO

O fato de o Engenhão não ser apenas um estádio de futebol não deve ser visto como um fardo, mas sim como uma oportunidade. Uma oportunidade de se formar um corpo de atletismo, captando-se recursos da lei de incentivo ao esporte e da lei agnelo/piva.

Quanto ao fato de o Estádio não ser o ideal para a prática do futebol, algumas soluções podem ser facilmente aplicadas. A principal reclamação, o problema da acústica, já está com os dias contados, pois para as Olimpíadas, os setores norte e sul receberão mais um andar, acabando com o vão acima desses setores, que escoam todo o som.

5.4.1.3 – INGRESSOS E CATERING (ALIMENTOS)

A setorização é essencial para a democratização do Engenhão, desde que seja bem feita, com os setores de melhor visão mais caros e os de pior visão mais baratos.

O preço em si deve ser alvo de pesquisa econômica técnica, pois a clara relação entre o preço dos ingressos, o preço do catering e a venda de ambos é inegável. O economista contratado deverá fazer um estudo completo, contemplando os efeitos que o preço e a quantidade de ingressos vendidos tem no catering e vice-versa, além da procura específica por cada jogo. Em economia, o termo correto é achar o “preço ótimo” de ambos, de modo que o clube possa lucrar o máximo que puder por partida, produzindo um baixo custo marginal da abertura do estádio e utilização de mão de obra.

5.4.1.4 – FALTA DE ESPAÇO

A questão da falta de espaço é de fácil resolução. Uma parceria com o COB, dando uma pequena porcentagem para essa entidade e até ganhando numa parceria em esportes olímpicos é o bastante para termos o espaço necessário para fazermos qualquer coisa.

5.4.1.5 – CONTRATO AMARRADO

O contrato de concessão, embora amarrado, não é impenetrável. Ele impede que modifiquemos, OFICIALMENTE, o nome do Estádio, mas nada impede que o façamos extra-oficialmente, desde que, é claro, seja algo relacionado com o Botafogo e seu patrocinador, e não essa piada de mau-gosto chamada Stadium Rio. A questão da pintura das cadeiras em preto e branco, deve ser rediscutida após as olimpíadas, e fora do Estádio temos sempre a oportunidade de caracterizá-lo a contento, tal como fez a torcida Loucos pelo Botafogo até hoje, sem apoio da diretoria atual e passada. Esses são apenas alguns de muitos exemplos possíveis para a caracterização do Estádio, driblando o contrato.

5.4.1.6 – CONCORRÊNCIA

A concorrência do Norte Shopping é realmente um grande problema, mas que já foi vencido pelo Botafogo uma vez.

Para quem não sabe, o Rio Plaza, shopping que fica em baixo da sede de General Severiano, foi construído em frente ao Rio Sul, um dos maiores shoppings do Rio de Janeiro.

A solução encontrada para driblar essa concorrência foi extremamente engenhosa: explorar áreas deficientes do Rio Sul. O resultado disso foi a especialização do Rio Plaza no setor gastronômico (subexplorado pelo Rio Sul) e no setor de móveis de luxo (o setor de móveis é praticamente inexplorado no Rio Sul).

A ideia é basicamente a mesma para um futuro complexo de lazer do Engenhão. Junto À exploração das eventuais falhas do Norte Shopping, devemos também fazer um complexo voltado para a cultura do futebol, em especial a do Botafogo, e para as necessidades do Botafogo no Matchday. Essas necessidades merecem um sub-tópico próprio.

5.4.1.7 – O “ MATCHDAY” - DIAS DE JOGOS

Um dos principais problemas do Engenhão é o seu difícil acesso, pois as ruas do entorno do Estádio são estreitas, e aos domingos várias delas são interditadas para lazer da comunidade, tal como é feito nas ruas da orla da Zona Sul e no Aterro do Flamengo.

Essa questão do alargamento das ruas é um problema político e o clube deve se organizar politicamente para tal, junto a vereadores, prefeito, deputados e governador. As olimpíadas devem facilitar essa negociação, na qual o Botafogo não deverá despender nenhum tostão, já que as vias são públicas.

A despeito disso, existe uma contribuição essencial da torcida do Botafogo para que o caos se instale em dias de jogos com grande apelo: os torcedores chegam praticamente juntos, em cima da hora da partida.

Embora a torcida seja a causadora fática desse problema, a culpa não é bem dela, mas sim da falta de estrutura do Estádio que desestimula a chegada do torcedor de maneira adiantada. Não existe hoje, no Engenhão, um complexo de lazer voltado PARA O TORCEDOR DO BOTAFOGO, ao contrário de outros estádios, especialmente na Europa.

Vamos tentar, sucintamente, trazer algumas ideias para incentivar o torcedor do Botafogo a chegar cedo ao estádio, evitando confusões e aumentando a arrecadação do clube.

5.4.1.7.1 – AÇÕES PEPIRESCAS

Algumas ideias apresentadas pela Pepira são excelentes para essa finalidade, tais como: (i) Revitalização da área do entorno do Stadium Rio; (ii) Ocupação da área dos galpões em anexo para a criação de um centro médico, implementação de uma universidade e de um centro de convivência com vistas às Olimpíadas; (iii) incremento dos serviços de catering, alocando nos lugares onde hoje se encontram os péssimos bares, lojas de alimentação como Bob’s, Doggis, Nestlé, Patroni, Forno de Minas, Frescatto, Funny Pop e Casa da Empada, além da inauguração de 3 restaurantes com vista panorâmica; (iv) programa de fidelidade, onde o consumidor que fosse um certo número de vezes no mesmo bar ganharia um desconto.

Vejam, contudo, que essas ações não são suficientes,.

5.4.1.7.2 – A QUESTÃO INFANTIL

Um problema que salta aos olhos é a falta de programas voltados para o público infantil. Esse é um grande problema, pois as famílias não suportam crianças reclamando o dia inteiro, o que é típico quando os pais os levam para atividades tipicamente adultas.

Uma solução para isso é a criação de um parque temático infantil do Botafogo, dentro do Estádio, destinado a divertir as crianças menores enquanto seus pais frequentam o complexo de lazer. Além de dar maior liberdade para os pais consumirem, cria-se na criança uma grande identidade com o Botafogo e o habitua a passar os domingos no Estádio do Botafogo. Afinal, o clube só sobrevive se crianças se apegarem a ele.

5.4.1.7.3 – O COMPLEXO DE LAZER

O famigerado complexo deve conter os mais variados tipos de serviços de entretenimento, com shows, bares, restaurantes, entre outros, de modo que a família realmente passe o dia se divertindo no estádio como se estivesse indo a um shopping, mas indo, no fim do dia, assistir a um jogo de futebol do seu querido clube.

Ainda nesse sentido, para aumentar o estímulo da ida do torcedor ao estádio, ações de “cross-action” são essenciais.

Explicando, são serviços que, ao serem prestados, automaticamente dão ao consumidor descontos em outros serviços, estimulando-o a consumir também esse outro serviço, criando assim um círculo vicioso de consumo para o torcedor e um círculo vicioso de lucro para o clube.

À guisa de exemplo: um torcedor que gastasse uma determinada quantia no bar do estádio, teria 50% de desconto na compra de uma camisa, desde que dentro da loja oficial no Engenhão. Quem comprasse uma camisa teria desconto no ingresso, ou no estacionamento, e assim por diante, de modo a manter o consumidor sempre consumindo e o clube sempre lucrando.

5.4.1.7.4 – O MUSEU DO BOTAFOGO

O Museu do Botafogo tem o potencial de se tornar um grande ponto turístico da cidade, afinal, quem tem, entre os clubes do Rio, história mais bonita que a nossa?

Mas a ideia de tê-lo no Casarão Colonial de General Severiano me parece um tanto absurda. Primeiramente porque o Casarão é tombado e pequeno demais para tal empreendimento. Fazer o museu ali é limitar muito o pontencial do mesmo. Segundo porque historicamente o Casarão é um lugar de festas, não de um museu, e essa história deve ser resgatada.

O Museu do Botafogo pode e deve ser construído dentro do Engenhão, como mais um atrativo para os dias de jogos do Botafogo.

Várias ideias podem ser aproveitadas de outros museus de clubes do mundo. No museu do Real Madrid, você pode interagir em 3D com vídeos antigos de Di Stéfano, Puskas, entre outros. Já imaginou você interagindo com Garrincha, Nilton Santos, Amarildo, Jairzinho, Heleno, Quarentinha, entre outros, em 3D?

Que tal ver filmes de jogos antigos do clube? Ou gravar o seu nome na “parede de torcedores do Botafogo, para seu tetraneto um dia ver o seu nome na parede do museu no Engenhão? E ver a sala de troféus? Ou ler os documentos históricos do clube, com nomes de ex-jogadores, ex-dirigentes e ex-torcedores?

Tudo isso pode ser feito no Engenhão, criando uma nova fonte de renda e resgatando a história do clube para seu torcedor, além de ser mais um ponto de caracterização do Estádio pelo Botafogo. São muitas as ideias, assim como o despedício e a inercia dos dirigentes atuais.

Pelo menos, recentemente, a diretoria do clube começou a acenar com a possibilidade de fazer o museu no Engenhão, e não em General Severiano.

5.5 - CONCLUSÃO

Deixei aqui algumas ideias de como desenvolver o Engenhão, com base na sua caracterização como sendo do Botafogo, e pela ocupação do espaço pela torcida do Botafogo. Devemos continuar promovendo a resistência civil pacífica contra a entrega do Engenhão feito pela atual diretoria, um verdadeiro desserviço ao clube. Esse foi, até agora, o capítulo mais extenso da série e, ainda assim, parece incompleto, dado o imenso potencial subutilizado do local.

No próximo capítulo abordaremos a questão do Marketing.


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Total: 23 comentários



08/02/10@18:28

Peço desculpas pela pausa de 3 semanas na postagem da série, mas compromissos pessoais, profissionais e a quebra do meu laptop dificultaram a postagem. Espero regularizar a situação em breve.

Abraços para todos e na torcida pela improvável vitória de quarta-feira de cinzas.



08/02/10@18:41

Kosh,

Gostei da idéia do parque temático infantil. E como você falou a pepira e até a diretoria tem boas soluções para o estádio. Mas só falta concretizá-las. E na diretoria do Botafogo a distância entre a idéia e sua concretização é gigante muitas das vezes.

Quanto às falhas do N. Shopping acho que faltam opções de alimentação. O Barra shopping e até o rio plazza tem mais opções. Sem contar que o engenhão é do lado do Méier, que é a parte mais rica da região, além do estádio situar-se no meio do caminho entre o Méier e o N. Shopping.

Pela grande densidade populacional, e pela lotação do N. Shopping, principalmente nos fins de semana, acho q é viável a existência dos dois complexos.

Abraços



08/02/10@18:50

Kosh,

Depois de tudo que lí e relí, tenho uma proposta a fazer a torcida botafoguense, Kosh, para presidente.

Vou repetir, Kosh Presidente.

Patinhas.



08/02/10@18:53

Chega de sofrer,

Fora Omissão, Kosh é a solução.

Patinhas.



09/02/10@09:22

Estava sentindo falta das colunas Kosh...

Parabens, mais um capitulo, super bacana!!!



09/02/10@09:51

kosh.... CONFESSO QUE não li, por completo, mas respaldado no amigo PATINHAS..... endosso o lançamento....KOSH PARA PRESIDENTE..... e tenha certeza que não é papo furado não.....



09/02/10@18:17

Kosh para Presidente!



09/02/10@18:18

O Caio Martins nos deu mais sorte que o Engenhão...



09/02/10@19:10

KOSH,

embora nascido e criado no rio e conhecer o norte-shopping, tem mais de 20 anos que passei pela última vez nessa região, tão minha conhecida das partidas de futebol amador do meu tempo de juventude, morador em vila isabel e, posteriormente, na tijuca, onde nascí.

aqui da distante blumenau, quero mais uma vez lhe agradecer pela coluna e lhe dizer que essa sua pentalogia é muito especial para aqueles torcedores que extendem sua paixão ao clube a limites muito mais amplos que apenas ao futebol.

eu tenho afirmado aqui no canal e no debate, que o botafogo tem que ser repensado, coisa que tem em você seu iniciador.

sem dúvidas, o amigo foi quem deu esse pontapé inicial.

me alegro, pois a sua visão coincide com a minha, no sentido que a força propulsora dessa ação é exclusiva de nossa torcida.

às vezes, tenho a impressão que o botafogo não tem noção de sua pujança, pois com sua história, suas conquistas, tem direito a fazer parte do banquete e não correr atrás de migalhas, como se fosse um pardalzinho do futebol.

de todos nós que frequentamos os blogues e fóruns botafoguenses, lhe considero o mais preparado para vir a ocupar o cargo de presidente do clube em futuro próximo.

alem das vigorosas forças da juventude, lhe norteiam a visão, o discernimento e, estou certo, a determinação de colocar o botafogo, em termos de organização esportiva, como referência.

sou um admirador virtual, mas tenho certeza que numa breve ida ao rio, terei a honra de lhe dar um abraço fraterno, carregado de admiração.

VÁ EM FRENTE E MÃOS À OBRA.

saudações botafoguenses

mvo


09/02/10@19:40

Alguém conhece esse volante Sandro Silva - ex-Palmeiras - que o Botafogo contratou segundo o Lancenet?
Será que esse cara é bom?



09/02/10@20:36

MVO,

EU TENHO UM FILHO PALMEIRENSE E VEJO SEMPRE DAQUI DE BLUMENAU OS JOGOS DO VERDÃO.

FOI MUITO BOA CONTRATAÇÃO E POSSO LHE ASSEGURAR QUE SERÁ TITULAR COMO VOLANTE, POIS MARCA MUITO BEM.

SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES



09/02/10@20:55

Endosso as palavras do Sr. Patinhas e demais Botafoguenses: KOSH para PRESIDENTE DO BOTAFOGO.

mvo


09/02/10@20:59

lscunha

Obrigado pela atenção meu irmão.

Abraços alvinegros !!



10/02/10@03:00

Amigos, antes de mais nada, muito obrigado pelos elogios.

Infelizmente ainda sou muito jovem e inexperiente para assumir um cargo de tanta responsabilidade como o de presidente e, se isso não fosse suficiente, não tenho ainda uma situação financeira estável o bastante para me dar ao luxo de não trabalhar por três anos, já que a presidência do clube exige, na prática, dedicação exclusiva e não é pago.

Mas fiquem certos que terei todo o prazer em ajudar, assim como todos vocês têm.

Abraços para todos.



10/02/10@04:44

Estou com insônia e fiz algumas correções de Português agora.

Infelizmente, sempre que eu acabo de escrever, posto a coluna direto e fico com preguiça de revisar. Por isso, acaba saindo com alguns errinhos. Peço desculpas, como sempre.



10/02/10@10:32

Kosh,

parabéns, e tu sofre disso também, o pior é ter que trabalhar no outro dia bem cedo, mas nada que um gole na maldita não resolva, hehehe.

Um colossal abraço.



10/02/10@11:28

Kosh... Dom Pedro de Alcântara foi guindado ao poder na mais tenra idade..... e tb não tinha dinheiro....



10/02/10@18:53

Kosh

Só discordo quanto à visão de que a nossa torcida está concentrada na Zona Sul.

Pelas últimas pesquisas, a Torcida Alvinegra é a mais bem distribuída geograficamente e por classes sociais.

Vindo da Central (moro em Botafogo), muitas vezes cheguei à Estação Engenho de Dentro juntamente com o trem que vinha do subúrbio. Um mar de gente Alvinegra desembarca, provando que temos muita força nas paragens para além do Engenho de Dentro.

Parabéns por mais uma coluna brilhante.
Cadu



11/02/10@07:42

Kosh, esse foi um dos melhores capítulos da série até agora. Eu realmente fico muito triste quando vejo a própria torcida alvinegra desdenhando o Engenhão. Sempre vi o estádio como uma jóia que pode dar muitos lucros se for bem administrada.

Lamento muito que você ainda não tenha possibilidade de assumir o cargo de presidente. Já defendi isso aqui e em outros fóruns. Lamento, mas entendo e respeito sua decisão.

Apesar disso, existe alguma chance de alguém do Botafogo, com interesse a se candidatar nas próximas eleições, seguir pelo menos parte da sua cartilha? Aliás, já há alguma conversa no sentido de aplicar alguma de suas propostas no próximo triênio?

Um grande abraço



11/02/10@08:57

André, assim como em 2008, provavelmente eu farei o anteprograma de gestão de uma chapa a ser encabeçada pelo Marcos Portella.

Claro que esse anteprograma seria todo baseado na série, mas depois de pronto ele iria para votação junto aos membros da chapa e alguma coisa será modificada, formando assim o Programa de Gestão para o triênio 2012-14.

Mas também é claro que isso é só um indicativo, pois dependendo das companhias que estiverem numa futura chapa do MCR, eu vou me afastar (pois não conseguiria nunca ver meu nome na mesma chapa de gente que lesou o Botafogo, por mais politicamente conveniente que isso seja), embora torcendo para que a gestão dê certo.

Abraço!



12/02/10@23:50

Sinceramente... um tema que todos batem mas ninguém faz nada. To cansado. Diretoria de merda;.



14/02/10@19:32

Acho que com o fechamento do Maracanã o carioca vai desenvolver o hábito e ir ao Engenhão e assim as pessoas vão passar a ir mais frequentemente nosm jogos.
Parabéns pela série.
Vamos em frente.
ST com voto já!
Maurício L. L.



03/10/10@19:35

De fato, o Engenhão é um bom estádio de futebol e, em função do preço cobrado, um achado para o Botafogo.
Porém, para quem não reside na Zona Norte do Rio, a situação do transporte é tão sofrida que se torna quase proibitiva em dias de semana. Nos finais de semana, tirando os torcedores que tem veículo próprio ou alugam uma van, apesar do trânsito melhorar, a escassez de transporte coletivo mantém a situação ruim.
Numa quarta-feira, jogo contra o Vasco com SOMENTE 15 mil presentes, sai do Centro do Rio às 18h e cheguei ao estádio por volta das 20h, em função da escassez de transporte e do trânsito caótico.
No retorno, a situação não melhorou, pois o entorno se mantém caótico, dificultando o trânsito. Sem falar na imensa sensação de insegurança, maior a cada hora que passa e cada quilômetro sem uma só viatura policial (que parecem ter medo dos arredores também..).
Enfim, são essas as minhas críticas e consequentes contribuições. Se o Botafogo souber contornar essas dificuldades, talvez os torcedores possam tornar o apelido de Vazião em algo inadequado...

 


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