EU VOU COM ESSE TIME ATÉ A ESQUINA E VOLTO
Por Bernardo Santoro
Em 26/04/2010, às 17:02:18
Após a semana de intensas comemorações e, no meu caso, de uma particular exibição da gloriosa camisa alvinegra por várias cidades brasileiras (no dia seguinte à grande final, tive de viajar a trabalho para Brasília, Cuiabá, Campo Grande e Porto Velho, vestindo o manto alvinegro em todas essas cidades), acho que está na hora de relembrarmos que temos um novo campeonato pela frente, que não se parece em nada com o bem-sucedido Estadual 2010, seja por conta da qualidade dos adversários, seja pelo modo de disputa.
O campeonato brasileiro é decididamente muito diferente do campeonato estadual do Rio de Janeiro. Primeiramente pela qualidade dos adversários. No Brasileirão, enfrentaremos times com elencos grandiosos tanto em quantidade quanto em qualidade. Santos, São Paulo e Corínthians, em São Paulo, Atlético-MG e Cruzeiro, em Minas, Grêmio e Inter, no Rio Grande, e até mesmo os derrotados Flamengo e Fluminense, no Rio, tem times mais qualificados, tanto entre os 11 titulares, quanto entre os reservas. Por outro lado, o modo de disputa do campeonato brasileiro favorece os times com bons bancos de reserva e com regularidade. Todos os clubes citados também prevalecem sobre o Botafogo nesse quesito. Nesse sentido, uma observação pertinente: se o estadual tivesse acontecido em pontos corridos, o Flamengo teria posto 6 pontos de vantagem sobre a gente. Esse fato tem um significado muito forte, tendo em vista o modo de disputa do brasileirão. Por isso, fico extremamente preocupado com a declaração do Nininho no sentido de que “com esse time ele iria até a lua”. Bem, eu, com esse time, vou até a esquina (o campeonato carioca) e volto, pois sei que não temos condições de fazer um bom campeonato brasileiro (a lua) com esse elenco. Precisamos, por baixo, de dois bons armadores, dois laterais e um volante para o time titular. Além disso, precisamos de banco para a zaga, a armação e o ataque. Não vou me aprofundar na discussão de COMO devem ser feitas essas contratações, pois, como vocês sabem, sou um grande crítico da política de contratações com base em contratos curtos, pois o jogador, em regra, perde identificação com o clube, ou simplesmente não chega a tê-la, pois sabe que está ali apenas de passagem. Essa política é a regra da atual gestão e, por conta disso, teremos de refazer todo o plantel ao fim do ano. Essa não é postura de clube grande. Claro que sempre podem ocorrer exceções, como o esforçadíssimo e raçudo Herrera que, mesmo sendo contratado por apenas um ano, sua a camisa como se tivesse sido criado na base do clube, mas, repito, é uma exceção, não a regra. Fico no aguardo da contratação de jogadores para as aludidas posições. Sem isso, o brasileiro 2010 não será diferente do de 2009 para nós. RAPIDINHAS *Fiquei extremamente comovido com a vibração que encontrei no clube no sábado anterior à grande decisão. Tive a sorte de poder participar do Futchurrasco do Canal, o que quase não foi possível em virtude de um compromisso que eu teria no fim de semana da decisão, fora do Rio. Com o cancelamento do compromisso, pude ir à sede no sábado e ao jogo no domingo, onde encontrei muitos amigos. O clube estava cheio e pessoas de todas as correntes políticas se encontravam no local. Lá eu me encontrei com o pessoal do Canal, do MCR, da Comfogo, dos Loucos e da Fúria, e, claro, vi alguns diretores lá também. Parecia que todos sabiam que domingo seria o dia da redenção. Aquele sábado foi a demonstração cabal da importância da democratização do clube, para que o que foi aqui relatado deixe de ser um ocasião casual e passe a ser a praxe dentro do clube. *A “rapidinha” acima não foi lá muito rápida, mas a ocasião mereceu um registro à altura. *E novamente saí invicto no futebol do Canal. Foi mal para os patos, hahahahahaha! Vou começar a cobrar para entrar no meu time! |