Minha saída do MCR
Por Bernardo Santoro
Em 06/04/2011, às 08:53:40
Caros amigos,
para quem ainda não sabe, não sou mais membro integrante do Movimento Carlito Rocha. Talvez tenha demorado muito a tomar essa decisão, mas explicarei para vocês o porquê da mesma. Na época das eleições de 2008, fui voz firme contra a composição com um grupo que considero prejudicial ao Botafogo e sem caráter. Conforme previ, o MCR foi humilhado e escurraçado da vida política do clube, mesmo depois do papel essencial que o movimento teve na reconstrução econômica e moral do Botafogo. Foi justamente esse papel essencial e a postura ética que me fizeram admirar o MCR e, posteriormente, com a obtenção do título de sócio do clube, pleitear a minha admissão àquele. Após as eleições, e durante todo o ano de 2009 e 2010, praticamente todo o movimento retornou às arquibancadas. Eu e Thiago Pinheiro fomos os únicos que, durante todo esse tempo, nos expusemos e demos a cara a tapa, seja através das mídias virtuais, como também dentro do clube e nos estádios, e em todo lugar fomos uma voz contra as pessoas que na diretoria estão e que, como podem ver, fizeram do Botafogo uma referência de imoralidade para todo o futebol brasileiro, levou o clube da 6º posição de clube mais endividado do Brasil para a 2º (e corre à boca pequena que nossa dívida já é maior que a do Vasco, o suposto primeiro colocado), negligenciou novamente s divisões de base (entregando ao Eduardo Uram), subordinou os interesses econômicos e políticos do clube ao seu maior rival e, por fim, fez distanciar a cota de TV que nos separava do Flamengo de seis para quarenta milhões. Não preciso dizer que 40 milhões de reais anuais de diferença, ou três milhões de reais por mês (contando o 13º) inviabiliza qualquer pretensão de conquista de título de campeonato brasileiro por parte do Botafogo, PARA SEMPRE. Durante esses dois anos, eu e Thiago Pinheiro fomos constantemente atacados, acusados de sermos anti-botafoguenses, e inclusive ameaçados fisicamente, como no caso de um membro da diretoria que ameaçou um outro amigo no meio da rua, caso nós não parássemos de atacar a diretoria. Quando levei essa situação para o grupo, a resposta foi que essa era uma questão privada, mesmo que a razão da ameaça fosse justamente a defesa do MCR e do Botafogo. Na minha coluna neste Canal Botafogo também fui constantemente atacado por pessoas ligadas à diretoria, sob o principal argumento de que "quando eu era situação, não tinha implementado aquilo". A principal acusação ao MCR era de que nós éramos um "movimento da boquinha", e eu, como um dos únicos carlitenses ativos, era visto como uma das principais boquinhas, mesmo nunca tendo ocupado qualquer cargo no Botafogo. E toda essa minha movimentação se deu numa época em que eu estive em gravíssima situação econômica, mas fiz de coração movido ao amor pelo clube e ao respeito aos meus companheiros e à história desse movimento que tanto admirava de fora. Nesse período, escrevi mais da metade de um programa de gestão para o clube, o "Consertando o Botafogo", mas pouco menos de dez companheiros se dignaram a ler o trabalho, e não tive ânimo para continuar, pois não estava recebendo o feedback necessário para continuar a sacrificar a mim e a minha família. Com o abandono dos outros autores, o site do MCR passou a ser tocado sozinho pelo Thiago, e ele conseguiu publicar um livro com os textos dele publicados no site. Apenas TRÊS carlitenses foram ao lançamento do livro que NASCEU DENTRO DO MCR. Fiquei particularmente comovido (de maneira negativa) e profundamente triste quando vi um movimento do MCR em direção à composição com um grupo que prejudicou e prejudica sensivelmente o meu Botafogo (razão de todo o meu sacrifício) e o MCR. Juntando todas essas questões, tornou-se insustentável minha permanência lá. Estamos agora trabalhando na criação de um novo movimento político dentro do clube, baseado nas ideias expostas no "Consertando o Botafogo", além das contribuições fundamentais de outros amigos, como o Ronaldo (frequentador deste site), Thiago Pinheiro e Fernando Lopo, entre outros. Espero que muitos tenham interesse em participar, visando até mesmo a participação nas eleições deste ano, como voz altiva em defesa dos interesses do Botafogo. E espero, sinceramente, que o MCR, agora sem a minha presença como integrante, mas quem sabe como parceiro, venha a aderir a esse projeto. Saudações botafoguenses, Bernardo. OBS: Como de praxe, minha coluna reflete ideias minhas, não sendo necessariamente as mesmas dos donos desse site, que me deram essa coluna para que eu me manifestasse com total independência. |