O DIA EM QUE O VASCO NOS HUMILHOU SEM JOGAR CONTRA NÓS
Por Bernardo Santoro
Em 27/10/2011, às 09:50:38
A vitória do Vasco contra o Aurora ontem foi mais do que uma vitória sobre um time boliviano: foi a vitória de uma filosofia esportiva vencedora. Infelizmente, o maior derrotado do jogo de ontem não foi o Aurora, ou a Bolívia... foi o Botafogo.
Até o momento, o Vasco jogou 63 vezes nesse ano, e, mesmo pondo reservas de qualidade em alguns jogos do campeonato brasileiro, nunca desistiu de nenhuma competição. Para o Vasco, todas as taças são importantes. E estamos falando de um time veterano. Já o Botafogo jogou 53 vezes nesse ano, dez a menos que o Vasco. Por conta do seu fracasso, ou, como diria o nosso Gerente de Futebol Anderson Barros, "falta de planejamento", ficamos um mês parados, fazendo treinamento com um time horrível. Após uma forte pressão da torcida, algumas peças foram contratadas e montou-se um time competitivo. Mas esse time, que não ganhou nada nesse ano, teve intertemporada e é mais jovem que o time vascaíno, bem, esse não pode jogar dois campeonatos simultaneamente. E o nosso técnico tem a cara-de-pau de culpar o calendário. O calendário do Vasco foi pior e eles estão aí. Todo esporte se trata de duas coisas básicas: (i) compromisso com a excelência física, tática, técnica e psicológica e (ii) obsessão pela vitória ao longo da partida. Esse Botafogo, até o momento, se autodeclarou fisica e psicologicamente inapto e mostrou obsessão pela vitória raríssimas vezes. Nesse sentido, dá até pena ver um jogador como o Loco Abreu, que é um esportista completo, possuindo as duas características do esportista, tentar vender esse comprometimento para seus companheiros, atletas que deveriam naturalmente possuir tais características. Entrar em uma partida de futebol desejando perdê-la é uma falta de respeito não só com o torcedor do Botafogo ou com a instituição Botafogo... é uma falta de respeito com o futebol e com a cultura esportiva mundial. O Barão de Coubertin teria vergonha de chamar esse time, e a diretoria e comissão técnica que impôs essa filosofia, de desportistas. O Vasco ontem nos impôs a pior humilhação que o clube Botafogo poderia receber: expôs a nossa pequenez de espírito esportivo. Para o Botafogo, resta agora a OBRIGAÇÂO de vencer o campeonato brasileiro, obrigação essa imposta pelo próprio Botafogo ao se entregar covardemente ao comodismo de jogar uma única competição exclusivamente. Eu, particularmente, duvido que conseguiremos, mas temos um exemplo de verdadeiro desportista dentro de campo que pode nos guiar a isso. Se ele conseguir tal feito, será um verdadeiro herói alvinegro. *** Não posso deixar ainda de comentar rapidamente sobre a bagunça nas eleições do clube. Até Hitler, um dos mais odiados líderes da história (odiado com toda a razão, diga-se), não se negou a participar de eleições. Pela segunda eleição consecutiva, Mauricio Assumpção realiza todo o tipo de tramoia para impedir que ocorra o debate democrático dentro do clube, agora com acusações levianas de fraude, mesmo com a oposição apresentando e-mails assinados pelos dois impugnados dizendo que fazem parte da chapa. Por outro lado, a oposição prova que sete candidatos ao pleito nunca apareceram em qualquer lista que traga os nomes dos sócios do Botafogo, em nenhum tipo societário (proprietário, contribuinte, emérito, benemérito e grande benemérito). Isso significa uma de duas coisas: (i) a situação está adulterando cadastros do clube, ou (ii) a situação trabalha com uma lista paralela maior. Em ambos os casos, está configurado o abuso de poder. Esse abuso de poder pode estar se confirmando se for provado que um dos integrantes da chapa tinha menos de três anos de associado. Caso isso se confirme, restará configurada a fraude nos registros do clube. Aguardemos. Por fim, dou destaque à patética tentativa do Presidente do Conselho Deliberativo, Luis Eduardo Miranda, de assumir a presidência da junta eleitoral do clube, sendo que ele é candidato na chapa da situação. Meus caros, nem em eleição africana eu ouvi falar de um membro de uma junta eleitoral ser candidato na eleição que ele regula. Nem no continente mais zoado e confuso em matéria eleitoral houve tamanha obscenidade. Caso isso se confirme, estará provado o vício no processo eleitoral e essa balbúrdia não vai terminar bem para ninguém, especialmente para o Botafogo. |