VENDENDO O JANTAR PARA COMPRAR O ALMOÇO
Por Bernardo Santoro
Em 22/12/2011, às 12:51:09
A "grande" administração Assumpção conseguiu, graças ao caótico orçamento apresentado, escancarar duas falhas gritantes de gestão, uma relativa a 2011 e outra relativa a 2012.
Sobre 2011: Botafogo adiantou, em 2011, R$ 18 milhões de cotas de TV de 2012. (Retirado de http://www.lancenet.com.br/botafogo/Botafogo-gastou-milhoes-verba-TV_0_613138792.html) Sobre 2012: Orçamento do Botafogo prevê déficit de R$ 43 milhões. (Retirado de http://www.lancenet.com.br/botafogo/Orcamento-Bota-preve-deficit-milhoes_0_613138788.html) Desde que tive o prazer de ocupar esse espaço, venho insistentemente batendo na tecla da responsabilidade administrativa e do aumento de receitas com contenção de despesas. Isso é impossível sem a separação orçamentária de futebol e clube social em um primeiro momento e sem a instituição do programa de sócio-torcedor com direito a votar e ser votado. Falta organização e fiscalização de quem paga a conta: a torcida. Se essa situação perdurar, projeta-se que o Botafogo terá, ao fim da Gestão Assumpção, uma dívida de mais de meio bilhão de reais. Ao contrário do famoso ditado popular "esse cara está vendendo o almoço para comprar o jantar", o Botafogo está "vendendo o jantar (receitas futuras) para comprar o almoço (receitas presentes)", afinal, a diretoria precisa comer agora, e o "jantar" será responsabilidade da próxima diretoria, que ainda terá de arcar com a conta do almoço do Nininho. Não posso deixar de pensar, nessa hora, no economista que destruiu, moral e utilitariamente, a economia moderna: Lord John Maynard Keynes. Keynes, sempre preocupado em estimular a economia no presente, sem se preocupar com a conta do estímulo no futuro, ensinou que poupar é errado e gastar é o que importa. Infelizmente essa teoria fez escola e até em administração de empresas se ensina esse non-sense. O Botafogo keynesiano vai se empanturrando de crédito e comprometendo seu futuro. Mas que futuro? Afinal, Lord Keynes uma vez disse que "no longo prazo, todos nós estaremos mortos". O longo prazo está chegando e a previsão de Keynes se mostra cada vez mais inevitável: o Botafogo está morrendo. |