Por Cesar Oliveira
Em 27/05/2010, às 22:17:21

Cricrizada Amiga:

Há alguns meses, quando o Canal Botafogo atravessava uma baixa de colunistas, indiquei Carlos Ferreira Vilarinho aos administradores.

Dessa indicação, não me arrependi.

Vilarinho defende o futebol, o Brasil e o Botafogo (não necessariamente nesta ordem) com grande empenho, muito amor desabrido e de peito aberto.

Gostar dele, não é pra qualquer um. Mesmo porque ele não permite que qualquer um goste dele (hehehe...). Tenho a impressão, em determinadas ocasiões, que, em outra encarnação, Vilarinho foi um pit-bull preto e branco.

Ele rosna, dentes rilhados, quando acuado ou contrariado. E é capaz de aceitar a sua companhia com cordialidade, embora não chegue a abanar o rabo... (hehehe... de novo).

O Canal Botafogo já sabe que Vilarinho escreve bem pra caramba. Mas, lendo Quem derrubou João Saldanha, que Vilarinho lança na Livraria da Travessa de Ipanema, no dia 8 de junho, terça-feira, a partir das 19 horas, vai conhecer um meticuloso e ardiloso pesquisador da História do Brasil entremeada com o Futebol Brasileiro.

A Copa de 1970 foi, para mim, inesquecível.

Garoto ainda, nos tempos em que um moleque de dezoito anos era um garoto, eu andava de peito erguido pelas ruas, com minha camisa do Botafogo ainda sem nenhum adesivo de propaganda, apenas a linda Estrela Solitária brilhando grandiosa na camisa preta e branca que, nos anos anteriores, havia ganhado tudo no Rio de Janeiro (além de uma Taça Brasil e muito, muitos torneios internacionais).

Dela, me lembro ainda perfeitamente do time fantástico, comandado por Gérson, sim, mas com tamanha quantidade de craques que, imagino, não veremos mais tantos juntos.

Me lembro do mais fantástico jogo de xadrez jogado na grama, um absurdamente tenso Brasil 1, Inglaterra 0, resolvido por um relâmpago do gênio de Tostão, pela frieza e argúcia de Pelé, e por uma bomba de Jairzinho.

Um dia, numa reunião da Confraria da Amizade Botafoguense, perguntei ao “Furacão” por que ele tinha ido comemorar o golaço justamente atrás do banco inglês, onde a britânica fleuma de sir Alfred Ernest Ramsey (1920–1999).

Ele soltou uma gargalhada, botou a mão no meu ombro e disse: — Cesar, eu não tinha a menor idéia de onde eu estava! — querendo dizer que aquele momento o deixou completamente fora de si.

Mas o iniciador daquele momento mágico não estava lá.

Não no gramado, dirigindo a “seleção canarinho”. João Saldanha, o João Sem Medo, comentarista, jornalista, técnico e dirigente esportivo como poucos, estava comentando a Copa para a rádio Globo, entre o botafoguense Waldyr Amaral (1926–1997) e o flamenguista Jorge Curi (1920–1985).

Lendo Quem derrubou João Saldanha, você vai conhecer uma história de intrigas, rasteiras, ciumada, ditadura, amor ao futebol, talento, qualidade... e caráter — o ponto alto da história de Saldanha, até hoje lembrado com saudades por quem teve a sorte de vê-lo e ouvi-lo.

Saldanha, como diz dele o também genial arquiteto Oscar Niemeyer, é o tipo do homem que não deveria morrer. Mas morreu e deixou um buraco no futebol brasileiro, no Botafogo e no Brasil.

Para sorte nossa, Vilarinho pinçou, da enorme biografia de mil laudas que escreveu — e desistiu de publicar — sobre Saldanha, uma parcela importante, fundamental, da história brasileira que, hoje, quarenta anos depois, podemos ler e entender.

João merece. E nós também. Por isso, está aí — para a Cricrizada Amiga do Canal Botafogo — o convite para a noite de autógrafos de Quem derrubou João Saldanha.

Valeu, Vilarinho!


Serviço

Lançamento: 8 de junho

A partir das 19h30

Livraria da Travessa (Ipanema)

Rua Visconde de Pirajá, 572

Quem derrubou João Saldanha

Formato: 14 x 21 cm

Páginas: 252

Preço: R$50

A partir de segunda-feira, entra no ar o hot site do livro no site www.livrosdefutebol.com. Lá, você terá um quiz com dez perguntas formuladas pelo Vilarinho que vai contemplar os vencedores com um exemplar autografado pelo autor.


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