http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2015/10/06/clubes-brasileiros-ja-toparam-jogar-champions-das-americas-diz-fundador/
O empresário italiano Riccardo Silva causou alvoroço no futebol nacional com a ideia da criação de uma Liga de Campeões das Américas, juntando clubes brasileiros, norte-americanos, argentinos e mexicanos. Seu projeto – que já tem logo, executivo e sócios – tem como base a MP & Silva, empresa de sua propriedade que tem receita de US$ 720 milhões com a venda de direitos de televisão de eventos esportivos. Compra de detentores de direitos e os redistribui.
Em sua primeira entrevista a um veículo brasileiro, Silva explicou ao blog, por e-mail, qual a sua ideia para o campeonato: 64 times que disputem até dez jogos cada em sistema de mata-mata de fevereiro a novembro. Os times se classificariam pelas competições nacionais em modelo similar ao da Liga dos Campeões da Europa.
O empresário afirmou que os principais clubes querem a competição e já se comprometeram em disputá-la. No Brasil, citou Flamengo, Corinthians e São Paulo, entre outros. Foi oferecido para eles uma cota inicial de US$ 5 milhões (equivalente hoje a R$ 20 milhões) mesmo que só disputassem dois jogos (veja o gráfico). O valor poderia subir a US$ 30 milhões em caso de título.
A ideia é não interferir com a Libertadores: ele espera que a taça continue a existir. Questionado sobre a investigação do FBI sobre a Conmebol e a Concacaf, Silva disse que nunca tratou com as duas confederações em 12 anos de negócios. E afirmou apoiar qualquer medida para tornar mais limpo o mercado de venda de direitos de televisão na América do Sul.
Blog: Há muitos rumores sobre a Liga dos Campeões das Américas ser criada pela sua empresa MP & Silva. Poderia contar como esse torneio funcionaria? Qual seria o seu tamanho?
Riccardo Silva: A Liga dos Campeões das Américas (ACL) vai ser uma competição anual entre os melhores times de futebol da América do Sul, da América Central, da América do Norte e do Caribe. Há uma oportunidade de as Américas criarem uma estrutura equivalente à Liga dos Campeões da Europa e não há motivo para não fazer. Os atuais torneios de futebol das Américas são menores em termos de geografia, escala e clubes participantes comparado com outros continetes. O formato proposto inclui 64 times, jogando em mata-mata (eliminação direta) composto por jogos em casa e fora até a final, que seria um evento global jogado em uma sede única, como a Liga dos Campeões da Europa.
Blog: O senhor já tem um plano de negócios para o campeonato? O senhor tem sócios neste empreendimento? Se tem, quem são?
Riccardo Silva: É importante dizer que este novo torneio é formado sob os conceitos modernos do esporte, com transparência e prestação de contas. A ACL está reunindo um conselho que vai consistir de líderes de alto gabarito no esporte e nos negócios tanto da América do Norte quanto da América do Sul. Paul Tagliabue, ex-comissário da NFL (principal executivo da Liga de futebol norte-americano), será um deles, e outras pessoas de alto gabarito vão se juntar. Nós já estamos trabalhando com grandes firmas internacionais jurídicas, empresas de prestação de contas, redes de televisão, patrocinadores, etc.
Blog: Como a Liga dos Campeões vale mais de US$ 1 bilhão por ano, quanto o senhor acha que valeria uma Liga de Campeões das Américas? Quanto que o senhor entende que um clube poderia arrecadar em uma competição bem organizada em toda a América?
Riccardo Silva: Nós trabalhamos com os clubes e para os clubes: os clubes pediram que nós desenvolvêssemos a Liga das Américas e nós estamos fazendo. Todos os principais clubes da América do Norte e da América do Sul querem a Liga dos Campeões das Américas e já se comprometeram em jogar o torneio quado ele acontecer, e em relação ao Brasil isso inclui Flamengo, Corinthians, São Paulo e muitos outros