Rodolfo Fischer – Recordações de um atacante argentino que deixou saudades no Botafogo
O Botafogo de Futebol e Regatas, tradicional clube do Rio de Janeiro conta atualmente com dois atacantes estrangeiros que estão se destacando no clube alvinegro. Herrera e El Loco Abreu, um argentino e outro uruguaio, trazem a raça e garra peculiar de seus países, e com merecimento, estão a ganhar destaque pelas atuações convincentes e luta em campo, sobretudo pelo título da Taça Guanabara de 2010.
O Blog Mais Memória volta ao tempo e vai encontrar em 1972 a passagem de Rodolfo José Fischer – El Lobo – um brilhante atacante da seleção argentina que brilhou no Botafogo de 1972 a 1976.
Não foi campeão, diga-se de passagem, mas destacamos três oportunidades nas quais deixou registrada sua carreira no Botafogo, dentre vários momentos inesquecíveis.
Em 1972 na decisão do Campeonato Brasileiro quando o glorioso foi vice-campeão. Em 15 de novembro do mesmo ano, quando participou da famosa goleada de 6 x 0 aplicada ao Flamengo. E no vice-campeonato de 1975, quando apesar de vencer a máquina de Rivelino na final de 1 x 0, perdeu o campeonato no saldo e gols.
El Lobo com a camisa alvinegra.
O CONTEXTO DA ÉPOCA
O Botafogo havia terminado seu período de supremacia na década de sessenta, com o Bicampeonato Carioca e da Taça Guanabara de 1967 e 1968, além do título da Taça de Prata em 1968. A geração de Manga (Cao), Moreira (Mura / Carlos Alberto Torres), Zè Carlos, Lêonidas e Valtencir (Paulo Henrique). Carlos Roberto (Afonsinho), Gérson e (Nei Conceição), Rogério (Zequinha), Roberto Miranda (Nilson Dias), Jairzinho e Paulo César Lima (Dirceu), não seria mais campeã e, aos poucos todo o time foi se desfazendo até 1975. Neste período ocorre o início do maior período em que o glorioso ficou sem títulos, só chegando a conquista do Carioca em 1989.
É neste contexto após a disputa da Taça Independência – Copa realizada em comemoração aos 150 anos da Independência do Brasil, na qual a Argentina trouxe um time onde se destacou Rodolfo José Fischer –El Lobo que o Botafogo vai contar em sua história com um estrangeiro de destaque. Ressalte-se que nos anos quarenta o Botafogo contou com um beque de nome Basso, o qual merece grande destaque da parte do radialista Luiz Mendes pela enorme categoria daquele zagueiro.
El Lobo veio suprir a ausência do grande ídolo do Botafogo – Roberto Miranda – que se contundira após a Copa do Mundo do México e jamais foi o mesmo jogador. Roberto se transferira inicialmente para o Flamengo em 1971 e depois para o Corinthians.
El Lobo disputou ainda a Taça Libertadores de 1973 quando o Botafogo foi eliminado na segunda fase pelo Colo-Colo do Chile.
FISCHER EM SEUS PRIMEIROS ANOS DE BOTAFOGO
- Em pé: Brito (tricampeão da Copa do Mundo de 1970), Wendell (goleiro cortado da Copa de 1974 dias antes do início do certame/atual treinador de goleiros da seleção brasileira,Valtencir, Nei Conceição, Osmar e Marinho Chagas (eleito o melhor jogador brasileiro da Copa de 1974).
Agachados: Zequinha, Carlos Roberto, Jairzinho (tricampeão Copa do Mundo de 1970) EL LOBO FISCHER e Ademir Vicente.
BREVE HISTÓRIA DO ÍDOLO
Rodolfo José Fischer nasceu na cidade de Oberá/Misiones, na Argentina, em 2 de abril de 1944. Iniciou a carreira no San Lorenzo de Almagro em 1965, onde se destacou desde jovem como grande artilheiro.
Foi artilheiro do Campeonato argentino de 1969 com 14 gols.
Campeão argentino em 1968 e 1971.
Marcou 13 gols pela seleção argentina por onde jogou de 1967 a 1972. Teve uma infelicidade em termos de Copa do Mundo, pois no seu auge, a Argentina não disputou a Copa do Mundo de 1970 – eliminada pelo Peru e em 1974, foi preterido não disputando a Copa da Alemanha quando se encontrava em grande forma no Botafogo.
Após sua passagem pelo Botafogo, jogou no Vitória da Bahia ao lado de outro argentino, o goleiro Andrada que jogara no Vasco da Gama
Fischer na formação campeã de 1968 pelo San Lorenzo.