Não é só o futebol brasileiro que para neste momento para uma reflexão dos próprios passos. O mesmo acontece na Argentina, sobretudo após o vice-campeonato na Copa América no Chile, com a derrota para a seleção da casa nos pênaltis. Por isso, o Olé, maior jornal esportivo do país vizinho, deixou o tradicional humor de lado para criticar a equipe de Tata Martino, mas houve um alvo principal: Messi como mostrou o editorial assinado elo jornalista Leo Farinella neste domingo.
“A equipe não fez jus ao seu tamanho em mais uma final. Principalmente o capitão Messi, que vagou em campo. E mais: desta vez não foi a poderosa Alemanha, mas sim o Chile. 'É um carma, uma tortura', disse Mascherano. Até quando”?
Em outro trecho, o jornal critica a postura de Messi e questiona o papel de capitão do camisa 10, que acumulou um novo vice com a camisa albiceleste (antes perderá as finais da Copa América de 2007 e da Copa do Mundo de 2014).
“Sem mais desculpas. Chega, por favor. Um pouco de respeito com essa gente que se abraçou à TV ou gastou o que não tem para viajar e ficar entre os chilenos no Nacional do Chile. Nada. É preciso pedir desculpas, abaixar a cabeça como Messi sabe fazer perfeitamente e dar um passo para a frente. Apertar os dentes para da próxima vez ser uma equipe mais parecida com Mascherano. A braçadeira de capitão está mal colocada. Terminemos com isso. O melhor jogador do mundo não nos representa nos momentos mais importantes. Seu desempenho de sábado foi ultrajante”.
Se Messi foi considerado o grande vilão da derrota, por não ter se apresentado em campo como o melhor do mundo, a postura da equipe como um todo também foi motivo de críticas.
“Há momentos em que você pode jogar bem, outras vezes não. Mas nunca se pode caminhar e caminhar para longe, enquanto os companheiros se dedicam. Ser o melhor não dá apenas direitos. Também há as obrigações. Esta foi uma grande oportunidade para termos uma revanche da final da Copa do Mundo no Brasil, essa que também perdemos, mas para a gigante Alemanha. Desta vez, foi uma dolorosa derrota nos pênaltis para o Chile, mas isso não foi o pior. O que mais dói é o sentimento de uma seleção amarga”.
Por fim, antes de finalizar o texto, o jornal diz que é o momento de reavaliar o caminho feito pelo futebol argentino.
“Outra decepção, uma nova angústia se apodera da seleção. Novamente batemos na trave e caímos em lágrimas, enquanto outros enlouquecem de felicidade. É uma crueldade inimaginável esse ponto final. Carma, maldição ou estigma, a palavra que você quiser. Mas quando você tem o melhor jogador, o melhor do mundo, você olha para baixo e quer ser engolido pela terra. É hora de aceitar o problema e tomar decisões fortes. Parabéns, Chile”.