MORDE A FRONHA!

Vou logo avisando, se você era fã do Bebeto de Freitas, vai amar o artigo, senão, pode pular fora porque vai ficar profundamente irritado no final. Ou bem antes, depende do seu nível de antibotafoguismo.

O QUE SERIA DO BOTAFOGO COM BEBETO

O título sugere uma situação atípica, porque o comum seria "o que seria do Botafogo sem Bebeto", ou "se não fosse" o Bebeto.

Mas no caso deste artigo é assim mesmo, cabe esta afirmação. Até o final você vai entender!

Quando escrevi "JUSTA HOMENAGEM", sobre a revolução que vai acontecer no Botafogo, citei nosso eterno Presidente porque este sonho, de ver o Botafogo gigante já havia sido projetado por ele há muitos anos. Infelizmente o Botafogo não topou à época. E que surpreendente, guardou até rancor dele, tanto que se o Presidente Mufarrej não tivesse agido rápido, nem direito a velório na sede de General Severiano Bebeto teria tido direito.

Uma blasfêmia! Justo ele, sobrinho de João Saldanha, primo de Heleno de Freitas... E ele próprio tendo se dedicado tanto ao Clube, atleta decacampeão de vôlei pelo Glorioso!

Mas permita-me contar - de novo, para quem ainda não leu - duas passagens que tive a honra de participar com este grande botafoguense, antes de adentrar no tema em questão:

“Causo” número 1:

Ontem (dia 20/5/2015) eu liguei para o Bebeto. Minha ideia era dizer a ele que podia contar comigo, diante da repercussão de suas declarações numa matéria veiculada num jornal do Rio de Janeiro, para que ele continuasse a usar o meu nick no Fórum do site Canal Botafogo. Na minha imaginação, a conversa seria mais ou menos assim:

- Alô...

- Alô, Bebeto, é o Stemp!

- E aí, Stemp, tudo bem?

- Tudo. Cara, você tem 30 segundos?

- Claro!

- Bicho, só quero dizer que diante do que aconteceu após sua declaração no jornal, dos desdobramentos, você pode contar comigo, valeu?

- Pô Stemp, valeu, bla bla bla...

E pronto. Era só isso. Mas em se tratando de Bebeto de Freitas, as coisas nunca transcorrem conforme a gente planeja.

- Alô...

- Alô, Bebeto, é o Stemp!

- E aí, Stemp, tudo bem?

- Tudo. Cara, você tem 30 segundos?

- Claro!

- Bicho, só quero dizer que...

- Puta que pariu, gol do Figueirense... (pausa)... Gol do Figueirense... (pausa longa e fúnebre)...

O Botafogo estava jogando naquele momento com o Figueirense e eu não tinha lembrado, e justamente quando fiz a ligação o Botafogo levou um gol. Eu não tenho como descrever o tom que ele usou para me comunicar que o Botafogo tinha levado um gol, mas imaginem uma pessoa diante de uma janela te dizendo:

- Caiu um 747... Caiu um Boing 747...

Parecia que centenas de pessoas haviam morrido... Saca quando você chega no hospital e uma pessoa te diz:

- Fulano morreu... Acabou de falecer, neste instante...

Foi assim. É desesperador assistir à frustração do Bebeto ao ver o Botafogo levar um simples gol... Você fica sem palavras, sem reação, vocês não têm noção! Após ele se recuperar, prosseguimos com os 5 segundos que ainda me restavam...

- Pode falar, Stemp...

- Cara eu só queria te dizer que...

E aí ele me interrompe de novo e deslancha a falar:

- Não, eu é que vou falar, o Botafogo tem que blá blá blá blá...

E os 30 segundos viraram meia hora! Conversar com o Bebeto era icônico, era sui generis. Porque ele RESPIRAVA Botafogo. Era uma paixão diferente, ele era diferente de todos nós!

“Causo” número 2:

Era a manhã de um dia de sábado e eu estava em casa quando meu celular tocou, era Bebeto. Atendi a ligação e ele disse que tinha ligado pra contar como tinha sido a entrega do prêmio que recebera em Atlanta, quando entrou para o Hall da Fama do Vôlei! E ele contava tudo quando em determinado momento seguiu-se o seguinte diálogo (mais ou menos assim):

- Stemp, estava indo tudo bem quando você não imagina o que apareceu no telão...

- Não faço ideia Bebeto... O que apareceu?

- O escudo do Botafogo...

Galera... Seguiu-se então um pequeno silêncio, eu posso imaginar que deve ter escorrido uma lágrima em seus olhos. Eu não estava do outro lado da linha, não tenho como afirmar, mas ele estava emocionado porque apareceu... no telão... o escudo do Botafogo!!!

Vocês já perceberam o quanto eu sou apaixonado por este clube, e tenho certeza de que não sou mais louco por ele do que cada um de vocês, mas uma coisa eu garanto, o Bebeto era mais do que todos nós. Porque esse “negócio” de Botafogo, no caso dele, veio de berço, era de família! E foi só aumentando, era algo inexplicável.

Bem, “causos” contados, segue esse “trem” o seu caminho.

Após a leitura do artigo "Justa Homenagem", seu primo (e meu amigo), o Fábio, chamou atenção para o fato de que ninguém melhor para ocupar a função de CEO no Botafogo S/A do que o Bebeto!

E faz sentido esta afirmação. Olhem para o Galo mineiro, veja a estrutura sólida, competente e sustentável que ele desfruta, herança direta da administração de Bebeto!

E quem insistentemente teimar em duvidar da sua capacidade, lembrem do início de sua passagem pelo comando do Botafogo. O clube, segundo suas próprias palavras, era "terra arrasada", fruto de administrações desastradamente maléficas à nossa instituição. Coisa de quem ama tudo, menos o Botafogo!

E é disso que eu estou falando, é por isso que eu estou otimista. Porque os Moreira Salles não precisam do Botafogo pra nada, pra absolutamente nada! Eles estão literalmente enfrentando as "feras" que existem DENTRO do próprio Botafogo pelo amor que sentem pelo Botafogo. Desculpem a analogia sórdida, mas reerguer o Botafogo é como querer tirar uma ninfomaníaca gananciosa de dentro de um "pxteiro".

Alcançaram o conceito? Pra querer bem o Botafogo é preciso compreender isso.

E ela, a ninfo-gananciosa, só topou sair de lá porque era isso ou o caixão, e acreditem, eu não estou exagerando.

Da mesma forma que os irmãos Salles, Bebeto era um apaixonado pelo Botafogo, ao extremo. E é por isso que ele seria o CEO ideal para o Botafogo S/A. É uma pena que ele não esteja mais aqui, porque eu fico imaginando o que realmente seria do Botafogo com Bebeto como CEO...

Se bem que com tanto ódio armazenado no subsolo de General Severiano, é bem possível que a meretriz, digo, a “ninfo-gananciosa” preferisse mesmo a morte do que assistir o Clube ser refeito das cinzas sob o comando de Bebeto.

Mas tudo bem. Com ou sem Bebeto o Botafogo será novamente gigante!

Morde a fronha aí, ordinária!

Um colossal e esperançoso abraço do Stemp!