Minha opinião já foi apresentada aqui. Mas como sei que no clube não existe boa intenção quando o assunto é fugir da mesmice (sempre a velha e surrada “antecipação de receitas”, já que pensar dá um trabalho danado – ao que tudo indica), não custa traduzir para os foristas o que tencionei dizer ao citar um dos dois exemplos acima: Quando mencionei a legislação na resposta anterior, tentei chamar a atenção para o fato de que a Diretoria deveria pensar numa outra maneira de enxergar o torcedor como um investidor.

Tentei chamar a atenção para o fato de que existem meios, novas formas de o torcedor ajudar o clube. Um bom exemplo disso  poderia ser o clube fazer estudos para implantação de Títulos de Capitalização; começar a vender, a partir de 2019, o "É GOL", um novo título de capitalização em que o comprador (torcedor ou não do Botafogo) concorreria a prêmios de até R$ 500 mil. Além disso, ao comprar o "É GOL" vendido nas Casas Lotéricas, o torcedor ajudaria o time do coração, já que 50% do resgate do título, por lei, é repassado ao clube.

Ações desse tipo já envolve 28 equipes do Brasil, incluindo, Grêmio, Palmeiras, Corínthians, São Paulo FC e nenhum clube carioca que, talvez porque os dirigentes do Rio só consigam enxergar a mesmice, não têm atentado para a importância deste novo jeito de olhar o torcedor (como INVESTIDOR e não como mero adquirente de ingressos e/ou contribuinte de mensalidades dos voláteis planos de Sócio Torcedor).

Com isso, uma nova história no clube começaria a ser escrita, pois o torcedor botafoguense poderia ganhar muitos prêmios e ainda ajudar o seu time de coração. Seria como se o torcedor fosse o patrocinador pessoa física do clube, contribuindo diretamente com o time de futebol, reforçando as condições para que o clube contratasse mais jogadores, mantivesse seus eventuais craques revelados na base, e investimento em infraestrutura.

Mas, aí, os torcedores tradicionalistas, aqueles que insistem em não enxergar o óbvio ululante e vivem apenas sonhando em revelação de craques como a única cura para a doença das finanças do clube, encontrariam mil e um argumentos para serem “contra” esse tipo de fonte de custeio. Um bom exemplo seria argumentar: “Título de Capitalização não é investimento rentável, pois investi, por exemplo, R$ 1.500,00 e, ao final, quando fui resgatar o valor pago, recebi apenas R$ 1.200,00. Ou seja, Título de Capitalização só é bom para o clube, mas não é para o torcedor/investidor”.

Pois então, é aí que o clube tem ser CRIATIVO, encontrar novos métodos de atração para o torcedor acreditar na seriedade da sua proposta – o que poderia ser feito, exemplificativamente, o seguinte: Eventual valor entre o que investidor/torcedor pagou pelo Título de Capitalização e o que recebeu, ao final dos meses pagos, se menor ao que fora pago, a diferença seria devolvida com outro título ou moeda de troca ao investidor: mensalidades quitadas pela aquisição de planos de sócio torcedor ou de título de sócio proprietário.

Com isso, ambos sairiam ganhando: o clube parque teria outra fonte de receita (seja pelo Título de Capitalização, seja pelas mensalidades de novos sócios torcedores ou proprietários) e o torcedor – por óbvio, já que além de ajudar o clube, ainda concorreria a prêmios semanais, quinzenais ou mensais, além de volta o seu dinheiro investido, devidamente corrigido e, de quebra, também passaria a se sentir uma espécie de “dono do Boatfogo”, que são como se sentem os velhos encastelados em General Severiano.