A PALESTINA DAQUI 

Quem vai resolver?

MINIATURAS

Já repararam como existem certas coisas que são como miniaturas de outras coisas?

Repare na representação à seguir:

A Via Láctea

Nosso Sistema Solar

Átomos, Prótons e Nêutrons

Não parece a representação da mesma coisa? Algo no centro, e vários outros circulando em sua órbita...

Incrível como a vida parece nos dizer que é assim que funciona... E talvez esta seja mais uma forma de Deus nos falar, como seu filho o fez, em parábolas...

Este tipo de raciocínio – as parábolas - nos proporciona um entendimento mais fácil, com exemplos que nós entendemos com mais clareza.

Muitas vezes a situação mais difícil, mais complicada para ser entendida pode ser traduzida de forma tão simplificada que parece impossível acreditar que alguém não tenha entendido.

Vamos tomar como exemplo a questão da violência aqui no Brasil. Mais propriamente, no Rio de Janeiro.

Todos nós diariamente reclamamos desta violência crescente e o uso de adolescentes pelos marginais, como forma de usar a lei contra nós mesmos, cidadãos trabalhadores, que pagamos impostos e seguimos à risca as leis que os governos nos impõe.

Como estes adolescentes não podem ser “presos”, mas apenas “apreendidos”, são logo postos em liberdade. Não entrarei no mérito disto, não é o meu foco.

A questão que quero abordar é COMO as pessoas encaram esta situação. Ouço muito críticas, duras críticas a estas “crianças crescidas”...

Frases do tipo “Tem mais é que morrer”, “cadeia para estes marginais”, ou ainda “sementes do mal” são constantes.

Também não quero entrar neste mérito.

O que eu quero falar é, COMO RESOLVER ISSO?

Sempre digo que não adianta criticar um problema ou encontrar um culpado, mas resolvê-lo.

Eu vejo esta situação como a da questão Palestino Israelense.

Israel quer a paz, mas o Hamas quer o fim de Israel. E aquilo não se resolve... Não tem fim. E morrem militares, civis, adultos, homens, mulheres, crianças...

Ninguém encontra uma solução. Mas se você observar com mais atenção, é relativamente fácil... Basta o Hamas aceitar a existência de Israel, então não há mais guerra...

Simples, não é?

E quanto à nossa Palestina no Brasil?

Será que é tão fácil assim?

Da mesma forma que os Átomos refletem a realidade do sistema solar, que reflete a realidade das galáxias... Nossa realidade reflete à da Palestina. Todos os dias.

Pense...

Porquê nós reclamamos?

Porque há violência.

Porquê há violência?

Porque os menores cometem os crimes.

Porquê os menores cometem os crimes?

Porque eles não tem outra opção.

É muito fácil, muito mesmo, todos nós reclamarmos dos menores infratores, criminosos, insensíveis, cruéis, e à noite irmos para as nossas casas, tomarmos um bom banho, vestir uma roupa limpa, saborear aquele bom prato de comida, assistir um bom programa e depois irmos para a cama, quentinha, limpinha... E no dia seguinte, se escaparmos de toda esta criminalidade, acusar novamente estes garotos que só fazem aumentar as estatísticas criminais.

Eles não tem, muitas vezes, uma casa. Eles não tomam banho num chuveiro quente e nem tem uma roupa limpa. O prato de comida talvez seja fruto do próprio furto. A TV pode ser a da janela do vizinho... E a cama quentinha pode ser a da praça, ou numa calçada forrada com papelão.

Esta realidade facilita a proposta do traficante, muito conveniente, de “entrar” para a família da criminalidade... A única que irá ajuda-lo a “sobreviver”. A única oportunidade que ele terá...

Creia... Eles querem sobreviver.

Você quer, eu quero... Eles também querem!

E quem garante a sobrevivência deles? O governo?

Não.

É justamente quem os arrebanha para fazer as coisas que nós reclamamos, nos queixamos, nos revoltamos.

É o suficiente para absolvê-los?

É justificável?

O que nós devemos nos perguntar é: Tem solução este problema?

Esta Palestina tupiniquim, esta faixa de Gaza ali da esquina... Estes meninos bomba... Esta tragédia cotidiana... Tem solução ?

GERAÇÃO COCA-COLA

E se eu disser que há um VOCÊ dentro de VOCÊ? Em miniatura?

Da mesma forma que o exemplo da via láctea... É possível?

Se nós observarmos com outros olhos, é fácil, é possível sim.

Preste atenção nisto:

Quando você come algo, o alimento vai para o estômago, que irá juntar vários sucos digestivos e depois tudo vai parar nos intestinos – grosso e delgado, e tudo vai ficando cada vez mais diminuto e diminuto... Será absorvido pela corrente sanguínea que vai levar o produto final – açúcares – para todas as células do nosso corpo.

Agora, PENSE que cada célula é uma miniatura sua... Aguardando pacientemente num quarto dentro do seu corpo, que o alimento chegue pelos corredores – as veias e artérias.

Então o que você come, é para alimentar o seu “eu” diminuto, microscópico... Certo?

Mas veja bem, você precisa de ar – oxigênio - para viver... Este seu “eu” também precisa... A célula também “respira” e é por isso que você respira OXIGÊNIO !

E porquê ela precisa do OXIGÊNIO?

Para processar este alimento... Ora bolas.

A célula “oxida” o alimento final e para isso, usa o OXIGÊNIO.

E transforma tudo isso em “energia”, que vai chegar a você em forma de vontade de viver, de correr, de existir!

E quando você “expira”, você joga para fora o CO2... O Gás Carbônico, resultante desta “oxidação”... É mais ou menos com o que sai das chaminés das fábricas. É “lixo” em forma de gás.

Muito bonito e poético, e é assim que funciona!

Mas existe um grande problema hoje em dia... E muito sério.

Quando você bebe aquele refrigerante, saboroso, gelado... O que acontece?

Bem, ele irá se juntar ao alimento, que vai parar na sua célula, no seu “eu”. O que você come, você está alimentando o seu “eu” menor. Certo?

E o alimento que você tem feito uso? Já parou para pensar?

Ele é feito para não estragar, não é assim? Em sua composição há “conservantes”.

Você não vai querer comer nada estragado, vai?

Claro que não!

E os conservantes são, nada mais, nada menos que... ANTIOXIDANTES!

Então, repare... Quando come um delicioso hambúrguer com refrigerante, o que você está “dando de comer” ao seu “eu” microscópico?

Tudo o que ele não precisa... Antioxidante e CO2.

Está dando LIXO para o seu “eu”.

É verdade, é isto mesmo... LIXO.

A célula precisa de oxigênio para oxidar os alimentos e você dá a ela o quê?

Um gás que ela já expeliu e uma substância que foi criada exatamente para impedir que a célula faça o que tem que ser feito... Oxidar o alimento!

Você está se suicidando, meu amigo... Isto é um suicídio lento e gradativo.

A conta é simples... Você é o que você come!

É 1 + 1 = 2 !

Mas talvez você argumente: Ah, mas “péra” aí, refrigerante é uma delícia... Se fosse ruim do jeito que você fala a gente saberia...

Bem, é uma delícia, porque eles “entopem” o refri de... AÇÚCAR!

Por isso é gostoso. Já experimentou um refri sem açúcar ou nada que o adoce?

Então você não beberia... Mas você bebe porque é uma delícia, pois os fabricantes botam – e muito – o açúcar!

Espertos estes empresários, não são?

Pegam você como a gente pega mosca... Com açúcar!

Vamos ver o que acontece agora lá no mundinho do seu eu.

Você, pequenino, microscópico, com fome... Vem alguém e entrega em sua porta o alimento. Cheio de antioxidante, CO2 e açúcar. O que ele faz?

Ele diz: Isso eu não quero comer... Isso não... Isso é lixo!

Ele fica com fome e deixa o alimento ali mesmo, na porta. Que vai se acumulando, cada vez que você come este tipo de coisa.

E como ele está com fome, ele reclama com o pai dele – o cérebro!

- Ô... AEEEE... EU TÔ COM FOMEEEEE !!!!!

E o pobre do cérebro, que não percebe nada, reclama com o estômago:

- AEEEE... PRECISAMOS DE COMIDA !!!

E o ciclo se repete.

Você tem suas vontades, não tem? Sua célula também tem... Tem vontade própria, tem gosto, sente prazer... E se revolta também, igualzinho a você. E reclama! Reclama com o cérebro, que reclama com o estômago, que diz a você para comer mais !!!

Este seu “eu” é cópia fiel de você, como os prótons e o sistema solar são da via láctea!

Você come algo azedo ou amargo?

Não!

Sua célula também não vai comer. O que você come é agradável a quem? Ao paladar...

Tua língua sente o sabor – do açúcar – e envia os sinais para o cérebro: HUMMM... QUE DELÍCIA !!!!

Mas quando toda esta porcariada chega na outra ponta, na célula, o seu “euzinho” não vai querer comer... E a comida vai se acumular, cada vez mais...

Onde?

No corredor. Nas veias. Nas artérias... Lixo.

Lixo, lixo, lixo, todos os dias, todo santo dia... Lixo. Lixo puro!!!

E quem vai recolher este lixo? Ninguém vai.

Nós fomos criados de maneira perfeita, somos perfeitos, mas para fazer o certo!

Nossa máquina é projetada para comer e expelir o resíduo... O CO2, as fezes, a urina... O que a gente joga pra fora é o que não pode ser aproveitado!

Não há mecanismos para jogar para fora o lixo que está sendo acumulado dentro de nós!

Ele vai ficar lá e vai te matar aos poucos.

Infarto, embolia, pressão alta, fadiga, diabetes, bla bla bla...

DE VOLTA À PALESTINA (DAQUI)

Da mesma forma que o lixo que nós produzimos em nós mesmos, existe o “lixo” humano, aquele que você reclama, que se queixa, que se revolta, que está do lado de fora...

São as crianças que nós não queremos “digerir”. Que nos causam amargor, que são azedas de maldade, por estarem fora da lei...

E quem vai recolher este “lixo” humano?

Ninguém!

Nós estamos produzindo este lixo que nós mesmos não queremos digerir. É um problema social, não alimentar... Mas é um problema... E da mesma forma que a questão palestina, não é difícil de entender, se tivermos um pouco de boa vontade!

São crianças... Tem desejos... Querem sobreviver. Já parou para pensar nisso? Elas não tem oportunidades alguma...

Nossa sociedade está cada vez mais “tecnológica” e menos “mecânica”.

Cada vez que uma vaga de emprego é criada, mais são exigidas qualidades, aptidões, conhecimento...

Ensino médio, inglês, informática, experiência anterior...

E estas crianças - que estão chegando mais e mais - que são fruto da nossa política de dinheiro na cueca, nos paraísos fiscais, que oportunidade tem para obter este conhecimento?

Quem as está orientando, cuidando, dando abrigo?

Não sou eu, não é você. Não é o governo. São os que estão à margem da lei. Estão fabricando cada vez mais criminosos, é a escola da vida...

Enquanto nós tivemos oportunidade de frequentar as escolas particulares ou até mesmo governamentais, as crianças “do lado de fora” estão frequentando a escola da vida, estão aprendendo a pegar em armas, a roubar, a assaltar para manter o vício e por aí vai.

Quem está cuidando dela é o Hamas daqui.

E nós somos a Israel menor, cada vez mais aprisionados em nossas casas, refugiados em nós mesmos, sendo atacados diariamente por este exército de antioxidantes açucarados com CO2...

Não tem Chapolim Colorado não, meu amigo... Não tem super-homem, não tem “o vira lata” (a galera mais nova não entendeu essa do vira lata, mas tudo bem).

Não adianta reclamar e não fazer nada.

Não adianta se queixar e continuar a produzir lixo. Alimentar, familiar, sedimentar, social...

Não adianta ficar reclamando e ver o lixo se acumulando... Não adianta criticar, reclamar, vociferar se a gente continua jogando o que não presta pra dentro da boca da sociedade.

É muito bom saborear o carro novo, a conta corrente bem gorda, o investimento, a casa de campo, o jatinho, se a gente continua jogando para a rua o que a gente não quer, mas que vai nos matar, aos poucos.

Estes “prazeres” sociais, estas conquistas são como o açúcar. Vão proporcionar prazer para o cérebro... Mas e os excluídos? Estes são o CO2 e o antioxidante que nossa sociedade não quer e que vão se acumulando cada vez mais do lado de fora.

Algo tem que ser feito.

Na palestina, na sua rua, na sua cabeça, no seu cardápio.

Em Brasília!

Consciência... Nós precisamos ter consciência.

Consciência de que não adianta agradar a língua, satisfazer o paladar se isso, no fim das contas, vai nos matar.