Vídeo mostra jacaré perto de campo de golfe da Rio-2016

Um vídeo de um jacaré entrando na água nas proximidades do campo de golfe que será usado nas Olimpíadas do Rio do ano que vem deixou a imprensa inglesa assustada. Em uma reportagem publicada nesta quarta-feira em seu site, o jornal “Daily Mail” diz que os atletas podem ter que lidar com “criaturas potencialmente perigosas” no entorno da área de competição.

O vídeo foi gravado por um trabalhador da Ransomes Turf e divulgado na conta de Twitter da empresa, responsável pela manutenção do campo de golfe. O funcionário estava aparando a grama num espaço do campo que não foi especificado quando se deparou com o jacaré. Imediatamente, o trabalhador resolveu gravar a imagem do animal momentos antes de ele entrar nas águas da Lagoa de Marapendi.

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A reportagem lembra que muitos jacarés vivem na área no entorno do campo de golfe, que fica na Barra da Tijuca, pois ele foi construído próximo a uma reserva natural. O "Daily Mail" publica ainda entrevista com o diretor da Federação Internacional de Golfe, Anthony Scanlon, que vem tentando acalmar os torcedores e jornalistas desde que começou a ser reportada na imprensa internacional a presença de jacarés na região, em 2013.

- Teremos uma estratégia que vai minimizar qualquer possibilidade de um jogador ou espectador encontrá-los (os animais). Outra coisa que é preciso lembrar sobre os jacarés é que, quando eles aparecem, normalmente é à noite, e não jogaremos partidas de golfe à noite. Não acredito que vamos levar uma mordida - ironizou Scanlon.

A imagem do jacaré na região perto do campo de golfe - Reprodução

Mas o fato de o vídeo ter sido gravado durante o dia fez o “Daily Mail” questionar se não deveria haver uma preocupação real com a segurança dos atletas e espectadores.

POLÊMICAS COM O CAMPO DE GOLFE

A construção do campo de golfe gerou muita controvérsia e debate com ambientalistas. Eles criticaram várias vezes a escolha do local na Barra, por ser, segundo os especialistas, de proteção ambiental. A prefeitura do Rio, no entanto, rebateu afirmando que a região funcionava como um depósito de pré-moldados da construção de Cieps na década de 80 e que a obra não impactaria o meio ambiente.

Em março, a prefeitura divulgou um dossiê sobre o campo de golfe para tentar explicar as obras. Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes citou uma licença ambiental que teria sido viabilizada pela prefeitura em 2007 e disse que não estava prevista a construção de um campo de golfe, mas ela foi inevitável depois que a Federação Internacional de Golfe e o Comitê Olímpico Internacional (COI) se recusaram a utilizar os campos do Itanhangá e da Gávea, já existentes.

No início de março, o Ministério Público Estadual do Rio (MP-RJ), instaurou um inquérito para apurar se Paes teria cometido ato de improbidade administrativa no acordo feito com a Fiori Empreendimentos para construir o campo, permitindo vantagens “excessivas” e “injustificadas”. Pelo acordo, o grupo imobiliário bancaria os R$ 60 milhões da obra do campo e ganharia em troca o direito de construir 23 prédios de 22 andares na região da Área de Preservação Ambiental (APA) de Marapendi. A prefeitura argumentou que são permitidas construções naquela área, embora seja de proteção ambiental.