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AndreRJ
  Parte 2: O MITO DA AMIZADE VASCAÍNA – BOTAFOGO 4x1, EM 07/11/1982

Desde 08/2007 • 16 anos de CANAL
Rio de Janeiro/RJ

Garrincha


Em 24/04/2015 às 20:46

No domingo, dia 7 de novembro, pela oitava rodada do returno do campeonato carioca, o Botafogo (12 pg), que agora dividia a liderança com o América (que derrotara o Flamengo no sábado), enfrentou o Vasco da Gama (11 pg), vice-líder ao lado do Fluminense.

No domingo anterior, em Ítalo Del Cima, o Vasco havia perdido um ponto precioso ao ceder o empate ao Campo Grande (1x1). Na etapa inicial, num lance irregular, Roberto abriu o placar e atingiu a marca de 499 gols. No entanto, levou o terceiro cartão amarelo, sendo punido com suspensão automática por um jogo. A partida foi disputada em clima de guerra. O juiz Aloísio Felisberto da Silva se recusou a apitar o segundo tempo, acusando o vice-presidente do Campo Grande de coagi-lo no vestiário.

Mas se aproximavam as eleições no Vasco. Um dos candidatos situacionistas, Eurico Miranda (assessor do presidente vascaíno), avisou que iria pedir a interdição do Estádio de Ítalo Del Cima e a anulação da partida. Dito e feito! Na quarta-feira, o Vasco oficiou à Federação Carioca de Futebol, pedindo a anulação do jogo e, consequentemente, do terceiro cartão amarelo de Roberto. Além disso, pediu a abertura de inquérito para apurar um fantasioso esquema de favorecimento do Botafogo. Palhaçada! Ocorre que o presidente do TJD, Homero das Neves Freitas, abriu vistas para o Campo Grande. Não haveria tempo para julgar o pedido de anulação. Mas o Vasco estava se lixando para a decência e a legalidade. O procurador do TJD, Daniel de Marco, abriu o inquérito com o qual o Vasco pretendia coagir o juiz da partida de domingo, Valquir Pimentel (futuro dirigente do Fluminense).

O técnico Antônio Lopes escalou Roberto no coletivo de quinta-feira. E desafiou o Botafogo: “O Botafogo está muito empolgado e isso é bom. O time vai para o Maracanã pisando em ovos. Vamos ver se realmente está com toda essa bola quando chegar a hora de mostrar seu futebol no campo. Por enquanto, as entrevistas são muito interessantes. Nós vamos apenas nos preocupar em preparar a equipe com humildade”. Eurico Miranda cantou vitória: “Roberto vai jogar contra o Botafogo e marcará o 500° gol de sua carreira nesta partida”.

Na sexta-feira, no fim da tarde, o presidente do TJD negou ao Vasco da Gama o pedido de liminar para escalar Roberto. O Vasco alegava que a partida contra o Campo Grande estava sub judice, portanto, não podia ser homologada. Sendo assim, o terceiro amarelo também estava sub judice. À noite, com o auxílio do diretor de futebol da CBF, Severino Garcia, e do membro do STJD, João Carlos Ferreira, o Vasco obteve do presidente do STJD, Carlos Henrique Saraiva, a malsinada liminar que autorizava a escalação de Roberto. João Carlos Ferreira não procurou esconder a manobra: “Aparentemente, não há condições do Botafogo cassar a liminar até a hora do jogo porque teria que esgotar as instâncias para isso e não há tempo hábil”.

O expediente no Conselho Nacional de Desportos se esgotou às 19 horas. Mas na noite de sábado, o Botafogo foi à residência do presidente do CND, general Cesar Montagna de Sousa, que cassou imediatamente a liminar, pois o art. 149, item 3, do Código Brasileiro Disciplinar do Futebol (CBDF) vedava a concessão de “mandado de garantia contra pena disciplinar”. O despacho foi entregue, no campo, a Valquir Pimentel. Roberto já estava uniformizado quando o vice-presidente de futebol, Antônio Soares Calçada, também candidato à presidente, recebeu das mãos de Valquir Pimentel o documento do presidente do CND. Imediatamente, após consultar o vice-presidente jurídico, proibiu-o de entrar em campo. Houve trocas de insultos com Eurico Miranda. Este defendia a entrada do artilheiro. Depois, o Vasco acharia uma saída “jurídica”. Então, alguns levantaram suspeitas acerca da autenticidade da assinatura do general. Outros alegaram que o papel não era timbrado. Localizado nas tribunas de honra, Montagna foi convidado a se dirigir ao vestiário vascaíno, mas se recusou. Pediu que não o incomodassem!

Diante de um público superior a 77 mil pessoas, a maioria, alvinegra, o Botafogo mandou brasa. Aos 29 minutos, a bola vem da defesa botafoguense e o lateral-esquerdo Pedrinho erra a cabeçada. O couro cai nos pés de Geraldo, na altura do grande círculo. Ele livra-se em velocidade de Serginho, tocando à direita e apanhando no outro lado. Com a canhota, aplica idêntica finta no quarto-zagueiro Celso. Quando Mazaropi ameaça sair, ele o encobre com um lençol maravilhoso: 1x0. Aos 37, apoplético, o quarto-zagueiro vascaíno Celso é expulso de campo ao dar uma cabeçada em Té.

Aos 11 do segundo tempo, num corner, na direita, Geraldo cobra curto para Perivaldo, que manda à boca da meta. Nei não sobe. Té então desfere uma cabeçada no canto direito alto: 2x0. Aos 23, Marquinho reduz em cobrança de falta, da meia lua. O Vasco da Gama adianta as suas linhas e pressiona. Aos 37, Alemão sofre pênalti, mas Valquir Pimentel “não vê”. Entretanto, aos 43, num contra-ataque, Alemão estica para Té na altura do grande círculo. Ele dispara até a grande área, dribla Serginho, livra-se de Nei e fuzila: 3x1. Aos 45, numa nova jogada ensaiada, sensacional, Té estica para Alemão, livre na ponta-esquerda. Já na grande área, embora tocado por Geovani, por trás, Alemão continua de pé. Nei chega atrasado. Então o jovem craque conclui rasteiro entre as pernas de Mazaropi: 4x1. Foi uma vitória inesquecível!

O Botafogo venceu com a seguinte formação: Paulo Sérgio, Perivaldo, Abel, Eraldo e Josimar, Osvaldo, Alemão e Mendonça, Geraldo, Té (Chicão) e Mirandinha (Gaúcho).

AndreRJ

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Garrincha


Em 24/04/2015 às 20:55
 

Rapaz... Eu tinha 11 anos de idade e me lembro perfeitamente deste jogo. Geraldo, nosso ponta-direita, infernizou a zaga vascaída naquele dia... Fiquei tão eufórico, que meu pai teve de me tranquilizar ao fim da partida.

Eram anos difíceis, não ganhávamos nada há 14 anos e eram raras as nossas vitórias sobre os portugas naquele tempo. Tínhamos um bom time, mas infelizmente, durante este campeonato, perdemos pontos bobos para os ditos pequenos e ficamos fora da final, que foi decidida em um triangular entre américa, portugas e mulambos, com os portugas sendo os campeões após vitória de 1x0, gol de Marquinho, sobre os mulambos.

Pra vocês verem o que o eurico já aprontava naquela época...


Na Real

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Garrincha


Em 24/04/2015 às 21:01
 

eu tava no maraca.

Fabio Arruda

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Garrincha


Em 24/04/2015 às 23:05
 

Eu também estava no Maracanã.

Fabio Arruda

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Garrincha


Em 24/04/2015 às 23:08
 

E eu ia comentar que éramos maioria no estádio.

Ainda bem que está escrito na matéria, caso contrário eu seria quase linchado aqui, chamado de lunático e doente.


Fabio Arruda

Desde 01/2010 • 14 anos de CANAL
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Garrincha


Em 24/04/2015 às 23:17
 

Só tem uma coisa errada nessa história: NO segundo gol, o Té não cabeceou "alto", como diz a matéria. Pelo contrário, ele cabeceou para o chão, como manda o figurino e "matou" qualquer chance de defesa do Mazaropi.

Marechal Severiano

Desde 09/2008 • 15 anos de CANAL
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Garrincha


Em 25/04/2015 às 00:10
 

Eu tb estava no Maracanã (3).

Antológico o gol do Geraldo, bom ponta-direita que tivemoslá pelos idos de 82/83.



Na Real

Desde 01/2011 • 13 anos de CANAL
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Garrincha


Em 25/04/2015 às 08:48
 

geraldo jogou na seleção.

Na Real

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Garrincha


Em 25/04/2015 às 08:49
 

eu tenho esse jogo inteirinho em dvd.

AndreRJ

Desde 08/2007 • 16 anos de CANAL
Rio de Janeiro/RJ

Garrincha


Em 25/04/2015 às 15:54
 



Fabio Arruda

Desde 01/2010 • 14 anos de CANAL
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Garrincha


Em 25/04/2015 às 18:00
 

E como o Vasco gosta de ficar de 4 para o Botafogo, hein?

mamfogo

Desde 04/2008 • 16 anos de CANAL
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Profissional


Em 25/04/2015 às 19:51
 

Eu também estava nesse jogo, foi a segunda vez em anos que tive a sensação que seríamos campeões, depois desse jogo empatamos em moça bonita com o Bonsucesso, e perdemos um jogo inacreditável para o Fluminense quando pressionamos o jogo inteiro, mandando duas bolas na trave. Logo depois o Mendonça foi vendido, sendo culpado pela torcida por mais um ano sem títulos.

Na Real

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Niterói/RJ

Garrincha


Em 25/04/2015 às 22:00
 

MAMFOGO, eu lembro desse jogo contra o FLU. As meninas já estavam fora. Cumpriam apenas tabela, e o botafogo conseguiu perder de 3x0, salvo engano. O Flu tinha um jogador chamado Gilberto q acabou com o jogo.

Fabio Arruda

Desde 01/2010 • 14 anos de CANAL
Rio de Janeiro/RJ

Garrincha


Em 25/04/2015 às 23:13
 

Também fui nesse jogo com o Flugay. Foi brochante.

AndreRJ

Desde 08/2007 • 16 anos de CANAL
Rio de Janeiro/RJ

Garrincha


Em 26/04/2015 às 06:50
 

Me lembro desse jogo contra as floridas... Apesar do placar, o goleiro delas, o Paulo Vitor, fechou o gol naquele dia.

mamfogo

Desde 04/2008 • 16 anos de CANAL
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Profissional


Em 27/04/2015 às 14:36
 

Na Real, acho que o jogador que você se refere era o Gilcimar, ponta esquerda que fez dois gols naquele jogo, Gilberto o meia escurinho jogava no América, que acabou sendo campeão da taça Rio (se não me engano foi a primeira a ser disputada)

 
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