Por Thiago Franklin
O principal cabo eleitoral do presidente Carlos Eduardo Pereira na última eleição do Botafogo, o ex-atleta Carlos Alberto Torres, era visto por todos dentro e fora do clube, como o principal nome da nova gestão alvinegra.
Pessoas que acompanharam de perto as eleições alvinegras disseram que a presença de Torres foi fundamental para a vitória da “Chapa Ouro”. Um nome forte de uma das chapas concorrentes chegou a dizer, logo após as eleições, que não entendia o motivo da “moral” que o Capita estava tendo, já que ele era declaradamente torcedor do Fluminense e tinha menos partidas pelo Botafogo do que o atacante Jobson.
Passado o período eleitoral, Carlos Alberto Torres indicou seu amigo de longa data, René Simões, para ser técnico do Botafogo. Seu pedido foi prontamente atendido, já que o técnico aceitou o salário de cinqüenta mil reais proposto pelo departamento de futebol do clube.
Além da escolha do técnico, o presidente Carlos Eduardo Pereira teria dado autonomia para Torres indicar alguém de sua confiança para ser o novo gerente de futebol do Botafogo para a temporada 2015.
Logo essa escolha acabou sendo determinante para a saída de Carlos Alberto Torres do Botafogo.
Mantuano ter escolhido o nome de Antonio Lopes como gerente de futebol, sem a consulta do Capita, acabou o deixando chateado. O único nome até aquele momento que agradara Torre, tinha sido de Anderson Barros. O ex-gerente alvinegro acabou sendo descartado devido ao medo de uma possível repercussão negativa de seu nome junto à torcida.
A definição do nome de Antonio Lopes aconteceu em apenas duas reuniões: A primeira 26 de dezembro, e a definitiva, 27 de dezembro. Em nenhuma delas, Torres foi convidado para participar.
Segundo pessoas ligadas ao departamento de futebol alvinegro, Mantuano sentia-se “desprestigiado” com o poder dado para Carlos Alberto Torres. Com a escolha de Lopes, sem a consulta e o aval do Capita, ele quis mostrar para todos sua força dentro do futebol alvinegro. Foi à primeira vez, que sua autonomia e o poder de seu cargo foram vistos no clube.
Chateado, Torres comunicou ao presidente que não faria mais parte do projeto. Carlos Eduardo Pereira, não conseguiu fazer o Capita mudar de opinião.
O romance entre Carlos Alberto Torres e Botafogo durou apenas trinta e um dias. Tempo inferior ao período em que ele foi embaixador do Engenhão na gestão Mauricio Assumpção.