Publicado em 23/08/2013 às 09h28
Empresários se juntam contra a influência de Seedorf sobre os jogadores do Botafogo. Ele estaria indicando agência para administrar a carreira de jovens revelações. O clube, líder do Brasileiro, campeão carioca, lava as mãos…
O Botafogo goleou o Atlético Mineiro.
Foi impressionante a autoridade com que venceu o campeão da Libertadores.
4 a 2 foi até um placar modesto no Maracanã.
O time de Oswaldo de Oliveira é um caso à parte.
Com constantes dois meses de salários atrasados desde o início do ano.
Venceu o Campeonato Carioca de maneira direta.
Não permitiu sequer a final.
Ganhou a Taça Guanabara e a Taça Rio.
Lidera o Campeonato Brasileiro.
E deu uma arrancada impressionante nas oitavas da Copa do Brasil.
Com tudo isso, seus jogadores estão sendo valorizados.
Só que seus empresários perderam o sono.
Por causa de Seedorf.
O veterano jogador holandês é o grande líder do time.
Sua visão de jogo e alta técnica têm decidido várias partidas.
Divide com Oswaldo de Oliveira detalhes táticos da equipe.
Briga por uma melhor alimentação com a direção do clube.
Determina até quando jogadores devem ou não dar entrevista.
Com tanta moral, ele influencia todo o grupo.
Dentro e fora de campo.
O volante é agenciado e embaixador da Think Ball.
A empresa gerencia carreiras de jogadores de futebol.
Pertence aos empresários Bruno Paiva, Marcelo Goldfarb e Marcelo Robalinho.
Jornalistas que cobrem o dia a dia do Botafogo alertam.
Seedorf estaria usando toda sua influência.
E convencendo companheiros a trocar de empresários.
Já teria feito isso com Fellype Gabriel antes de ir para o Al Sharjah, dos Emirados Árabes.
E estaria tentando fazer o mesmo com Vitinho, Gabriel e Gilberto.
Empresários ficaram desesperados quando souberam da denúncia do jornal Extra.
Trataram de cobrar o presidente Maurício Assumpção.
Ele se viu em uma situação complicadíssima.
Não poderia ficar contra o líder do time.
O maior ídolo.
Responsável pela ressurreição do Botafogo no cenário internacional.
Mas também não poderia virar as costas aos empresários que o auxiliam.
Tratou de ir pelo caminho mais político.
O clube divulgou uma nota oficial.
Alegando que não sabia de assédio algum do holandês aos demais atletas.
E pronto.
Mas os empresários ficaram alertas.
A Traffic não titubeou em relação à revelação Vitinho.
Já foi avisado.
A empresa fará valer até na Justiça o acordo que tem com ele.
O jovem atacante é fascinado pelo veterano volante.
A relação entre eles parece paternal.
Carlos Leite também já tomou suas providências com o volante Gabriel.
O empresário não abrirá mão do vínculo legal que tem com o jogador.
E deu a cara para bater.
"O Seedorf fez um acordo com um grupo e está utilizando o nome dele para captar jogadores.
O mercado é livre e eu não gosto de chororô.
Mas é desconfortável, porque ele ainda é jogador.
Ele tem todo o direito de querer ser empresário, mas não agora."
Confirmou ao jornal Extra o assédio.
Leite é inteligente.
Sabia que precisava falar para dar peso à denúncia.
Travar a ação de Seedorf.
Sendo empresário de Mano Menezes, Leite sabia que seria ouvido.
Deu certo.
Seedorf se cala sobre a denúncia.
Se recusa a falar sobre o assunto publicamente.
Sabe que está muito mais vigiado.
Não é ilegal o que estaria fazendo.
Os empresários se revoltam porque não esperavam essa concorrência.
Os donos da Think Ball dizem que o volante não ganha dinheiro com a indicação.
Apenas que ele confia na maneira de trabalhar da agência.
Seedorf joga no Botafogo graças à Puma.
É patrocinadora do clube que banca os seus salários.
Eles chegariam a R$ 700 mil mensais.
E, por contrato, precisam ser pagos em dia.
Seria até comum ele emprestar dinheiro a atletas com salários atrasados.
Sua influência no Botafogo vai muito além de normal.
Passou da melhor estratégia, alimentação, trato com a imprensa.
Tudo indica que está influenciando carreiras de jovens promissores.
A direção do Botafogo já deixa claro que não vai interferir.
Até porque no campo o resultado é excelente.
Nos demais clubes do Brasil, a prática é mais discreta.
Jogadores trocam de empresários influenciados por companheiros de time.
Mas no Botafogo surgiu um fato novo que ainda vai gerar muitas discussões.
Principalmente entre os empresários.
Campeão carioca, líder do Brasileiro, a diretoria está feliz demais.
E vai deixar Seedorf à vontade.
Vale a livre concorrência.
Mauricio Assumpção não vai comprar essa briga.
Para desespero de empresários.
Pela primeira vez, desde a criação da Lei Pelé, eles se sentem ameaçados.
E com medo de a novidade se alastrar pelo Brasil.
Com veteranos indicando aos companheiros com quem devem trabalhar...