Quem foi, viveu uma noite mágica no Estádio Nilton Santos. Em altíssima intensidade, o Botafogo foi pressionando o Atlético-MG e conseguindo os gols que o classificou para as semifinais da Copa do Brasil. Empurrado por mais de 27 mil vozes, o Glorioso passou por cima de mais um gigante do futebol. Não há muito mais o que falar desses jogadores, verdadeiros guerreiros de alma alvinegra.
Elogiar a organização tática da equipe comandada pelo técnico Jair Ventura, a entrega de todos na marcação, a união dos jogadores (seja quem está em campo, seja quem ficou no banco ou sequer foi relacionado), todo mundo está fazendo, com enorme justiça! Mas, torcedores alvinegros, permitam fazermos um elogio a Antônio Lopes, o Delegado. Sim, ele mesmo, tão criticado por grande parte dos torcedores.
Observando a resenha dos comentaristas da ESPN analisando a crise do Atlético-MG, muito se falou que não há comando por lá. O presidente, Daniel Nepomuceno, que não é do mundo da bola, está fazendo cobranças sem efeito. Logo em seguida, o ex-jogador Zé Elias, comentarista, citou por exemplo o caso de Antônio Lopes no Botafogo: o gerente de futebol é um cara com uma experiência enorme no assunto.
E é aí que queremos chegar. Muito do sucesso deste Botafogo passa pelas mãos de Antônio Lopes, o Delegado. Não estamos no dia-a-dia do clube para comprovar, mas quem milita no futebol sabe o quanto é importante o comando e a presença de uma pessoa vitoriosa, que já viveu diversas experiências.
Hoje com 76 anos, Lopes foi técnico por 31 temporadas, desde que começou no Olaria, em 1980. Foi campeão brasileiro duas vezes (por Corinthians e Vasco), da Libertadores, da Copa do Brasil, do extinto Torneio Rio-São Paulo e sete vezes campeão estadual. Tudo isso como treinador, sem falar no título da Copa de 2002, quando foi coordenador-técnico da Seleção Brasileira. Tá ruim?
Lopes chegou ao Botafogo junto com o presidente Carlos Eduardo Pereira, em dezembro de 2014, com o clube rebaixado e apenas oito jogadores no elenco. Foi o principal responsável pela montagem do grupo que subiu o time no ano seguinte. Pelo bom relacionamento com empresários e dirigentes, conseguiu trazer boas peças que hoje formam o melhor Botafogo dos últimos tempos.
Uma imagem emblemática da participação positiva dele é no aquecimento dos jogadores antes das partidas no Estádio Nilton Santos. Com aquele estilão clássico, de mãos nos bolsos, está lá, sempre observando o trabalho dos jogadores. Também está sempre presente nos treinos. Tem falhas? É claro que tem! Mas quando falamos de contratações, lembrem-se: o Botafogo não tem dinheiro.
A corneta que transforma, educa e dignifica continuará presente. Mas é preciso falar de Antônio Lopes.
Saudações alvinegras!