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15.1 - Posicionamento
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Desde 12/2007 • 16 anos de CANAL Blumenau/SC
Garrincha
Em 22/02/2021 às 14:24 |
15.1 - POSICIONAMENTO É necessário que a cada instante você memorize, como se uma fotografia fosse, os posicionamentos dentro do campo e os espaços abertos Seus reflexos devem ser apurados com rápidas reações e ser ótimo no controle e condução da bola Se iludem aqueles que pensam que basta ter craques dentro de campo. Tem que ter craques também nessa “modelagem” prévia de como jogar, que é a função desses profissionais de bastidores. É fundamental. Como exemplo disso e o tempo não disponibilizava dos recursos atuais, registro que na copa de 1970, o nosso ponta direita titular seria o Rogério, intitulado “Bailarino” pela sua fantástica capacidade de driblar e o Jairzinho seria seu reserva. Ocorre que na véspera de nossa estreia ele se machucou e sua recuperação exigia um período longo e foi cortado da relação, mas permaneceu na delegação com a missão de ir fotografar e observar nossos adversários, para sabermos como se distribuíam e se movimentavam em campo. Com base nessas fotos, eram traçados pelos analistas os nossos esquemas de jogo e face o sistema defensivo da Itália ser um permanente homem a homem, foi elaborada uma movimentação para desmantelar a mesma e os nossos jogadores entraram em campo na certeza que a vitória era imperativa e foi o que ocorreu e os nossos gols, demonstram exatamente isso pela forma como foram assinalados. Outro exemplo de como aquela seleção era inteligente fora e dentro de campo foi no gol de empate contra o Uruguai, ao qual viramos um resultado adverso de 0x1 para 3x1. Nossos adversários, sabiamente perceberam que marcar o Pelé era uma tarefa muito difícil e então teriam que impedir que a bola chegasse nele e quem era o seu municiador? Um cara chamado Gérson e aí colocaram sobre nosso meia armador, uma marcação homem a homem sem dar qualquer espaço ou margem para ele pensar em construir, mas no máximo conseguir entregar a bola para nossos defensores ou o volante Clodoaldo, que não tinha como seu forte o lançamento, mas a marcação. Gerson notou isso e aí preparou o antídoto e trocou de posição, ficando ele de volante marcador e o Clodoaldo de meia armador e com liberdade de se projetar. Imediatamente após essa troca de função, Clodoaldo se projeta livre pela meia esquerda, invade a área uruguaia, recebe o passe, finaliza e empata a partida, o que nos permitiu ir para o intervalo em igualdade e lá se arquitetou nova forma de jogar e fizemos mais dois gols e poderíamos com um pouco mais de sorte ter feito outros dois. Quando falarmos sobre esquematizações, vamos ver que não é necessário, mas infelizmente costumeiro, trocar jogadores para mudar a forma de atuar e que isso pode ser feito com mudança de funções em campo, pois a premissa e que substituições devem ser excepcionalidades, uma vez que em campo está sempre a melhor formação para aquele adversário. LUIZ SERGIO CUNHA |