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  9 - Preparação individual por posição

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Blumenau/SC

Garrincha


Em 03/08/2020 às 09:31

 PARTE 9 - PREPARAÇÃO INDIVIDUAL POR POSIÇÃO

Cada posição no futebol requer competências específicas e penso que seja um erro o treinamento físico apenas coletivo, pois o mesmo tem que ser direcionado de forma adequada para cada posição

É claro que há um condicionamento físico, baseado nas exigências de uma partida com prorrogação, que proporcione a participação de todos em nível elevado e excetuando os goleiros, todos devem ser preparados para essa exigência, ou seja, aguentar ritmo competitivo para 120 minutos de futebol.

Numa preparação, além dessa capacitação física aeróbica, há necessidades de aprimoramentos e/ou aquisições para cada posição.

Eu elencaria, as seguintes.

a) Físicas: explosão, velocidade, resistência, impulsão, potência, domínio e uso do corpo, precisão de passes, lançamentos, cruzamentos e finalizações.

b) Mentais: determinação, compartilhamento, senso de marcação e movimentação.

c) Cognitivas: esquematização tática, leitura de jogo, alternâncias de função em campo.

É claro que todos precisam em maior ou menor proporção, possuírem essas características, mas há uma postura do corpo técnico que considero altamente produtiva, que seria ter em seu quadro de profissionais ex-jogadores de cada posição, com reconhecida identificação com o clube, para que estes transmitam em todas as categorias para aqueles que jogam em suas posições, as suas experiências no exercício das mesmas, salientando as falhas e virtudes que podem ser cometidas durante uma partida, no exercício das mesmas.

A parte física deve ser confiada a profissionais capacitados para planejarem e executarem a bateria de treinamentos adequados a ampla capacitação de suas aquisições e uma listagem por posição estabelecida, de forma a ser trabalhada.

d) Vivenciadas: estou convencido que é imperativo que nossos jogadores sejam orientados de forma a que possam exercer com mínimo de erros e alta predominância de acertos, seus desempenhos nas funções que as suas posições e o esquema de jogo estabelecido ou impostos pelo andamento dos jogos lhes exijam e tenham sido previstas durante os treinamentos coletivos.

A parte mental deve ser coordenada pela equipe de psicólogos e essa deve ser coletiva, pois não requer especializações, mas tão somente estado mental onde as vaidades devem ser combatidas e eliminadas e o espírito coletivo implantado.

A parte cognitiva deve ser conduzida por professores de esquematizações táticas de jogo e sua leitura por parte de cada um segundo suas funções defensivas e ofensivas. Nesse quesito, o trabalho de edição de plano de jogo, pontos fortes e fracos dos adversários e particularidades dos principais jogadores deles, formas de cobranças de penalidades em geral, posicionamentos e movimentações, dribles característicos e formas de os impedir devem ser mostrados e debatidos, para que todos saibam exatamente o que terão pela frente.

A parte que chamei de vivenciadas seria administrada por ex-jogadores identificados com o clube, no sentido de transmitirem suas experiências pessoais sobre aspectos e ocorrências do que se deve fazer e o que não se deve fazer, no exercício de cada função imperativa nas posições de goleiros, laterais, zagueiros, volantes, armadores, ponteiros e centroavantes, aumentaria em muito os potenciais e as formas bem sucedidas dessa funções serem exercidas.

 

Há um inimigo muito difícil de ser vencido que é o tempo disponível para treinamento, pois nosso calendário, devido as viagens e nosso território continental os restringe muitíssimo e a obtenção desse padrão pelo elenco é fundamental, pois é imperativa que não se tenha uma formação básica, mas sim uma adequada que permita um rodízio entre os jogadores e face a impossibilidade de se manter o mesmo time em todos os jogos, um planejamento considerando cada adversário e o sequencial de enfrentamentos deve ser observado.

Essa situação tem impedido que treinos coletivos com frequentes interrupções para correções de posicionamentos, desarmes, coberturas, recomposições defensivas e ofensivas, lançamentos, penetrações e infiltrações por serem demorados.

Hoje, não é mais possível enfrentar as diversas competições simultâneas, sem que se tenham duas formações básicas e uma mista, para atender essa demanda de jogos e daí eu insistir em dizer que um padrão de procedimentos e treinamentos deve ser introduzido e praticado em todas as categorias, pois muitas vezes será necessário que o elenco principal utilize jogadores da categoria sub-20 e esta da sub-17 que por sua vez utilizará da sub-15 e assim vai.

 



LUIZ SERGIO CUNHA

mvo

Desde o início • 17+ anos de CANAL
Vitória/ES

Garrincha


Em 03/08/2020 às 10:56
 

Excelente matéria. Muito valiosa.

 
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