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  B- Domínio de bola

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Garrincha


Em 14/10/2019 às 11:51

B – DOMÍNIO DE BOLA

Um jogador não necessita ser um malabarista com a bola, mas tem que ter uma técnica apurada de domínio da mesma e a primeira ação nesse sentido é saber efetuar a recepção dela ou em outra situação, saber “se encontrar com a bola”.

Vejamos em primeiro a recepção e aqui iremos falar sobre o seu domínio, que se origina naquilo que é chamado de matar a bola, ou seja, efetuar uma ação específica, que a torne “dócil”.

Há quatro tipos de “matadas de bola” no futebol: com os pés, com as coxas, com o peito e com a cabeça.

Todas só são possíveis com a prática da técnica de amortecimento que consiste em ter o tempo preciso de efetuar um movimento de amortecimento no exato instante em que a bola tocará uma das partes citadas com o corpo e tirar sua velocidade através de um movimento rápido e aqui está o truque, não no sentido contrário a trajetória da bola, mas na mesma direção de sua trajetória, porém imprimindo ao membro com o qual fará o domínio, de uma velocidade bem rápida e curta. Se você imprimir uma direção contrária, ela explodirá em sentido contrário ao que vinha, o mesmo acontecendo se apenas a deixar bater, pois o efeito reverso que a faz amortecer, por incrível que possa parecer, se consegue da forma de se movimentar na mesma direção em que ela vai se chocar com o nosso corpo.

As matadas com o pé, para serem perfeitas, devem sempre ser efetuadas com o lado interno do pé e nesse tipo de matada, com a prática e domínio acentuado, se consegue direcionar a bola para o ponto que se deseja, coisa que não se consegue com facilidade para as demais, pois são basicamente de domínio e não para domínio-direcionamento e num segundo momento após obter a posse da bola, aí sim a direcionar para a trajetória que em sequência se queira dar a ela.

 A matada no peito é plasticamente muito bonita, pois a ação da bola de subir e cair amortecida, parece uma reverência da mesma ao autor da matada. Para tal é preciso se posicionar de forma adequada e estufar o peito e o movimento de amortecimento é obtido com a simples contração de fechamento da postura de peito aberto para o fechado, o que demanda um movimento rápido de inclinação do dorso para trás.

Já na matada com a coxa, tanto com a parte interna como com a externa, requer o movimento de deslocamento da mesma através do giro da anca e deve ser muito rápido e nesse caso a postura certa do pé de apoio, o qual não terá contato com a bola é fundamental e poucos, muito poucos jogadores na história do futebol dominaram essa técnica de grande valia, pela dificuldade de sua execução. Para se ter uma ideia sobre essa dificuldade, o último jogador que vi e olha que acompanho futebol pelo mundo dado as ofertas que hoje os canais de televisão nos oferecem, foi o Didi, mas o mestre dessa matada foi o Ipojucan. Vi um ou outro a efetuar, mas mais por caso fortuito do que por maestria nessa técnica.

 A técnica de matada com a cabeça, muito usado nos primórdios do futebol, já que não se conhecia a matada com o peito, infelizmente caiu em desuso, mas vejo nela um diferencial extraordinário, pois em muitos lances desperdiçados por cabeçadas difíceis de serem executadas como finalização ou como base do passe, se a mesma fosse efetuada, permitiria num segundo momento uma finalização mais conveniente com os pés ou o passe mais preciso também com os pés. segundo informações que tive ainda menino de meu pai e tios, era que o Leônidas a executava usualmente, mas foi Friendereich seu grande usuário.



LUIZ SERGIO CUNHA

 
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