Eu vejo um descontentamento significativo em parte considerável de nossa torcida, com críticas contundentes ao nosso planejamento e se alongando ao nosso técnico e nesse ponto, temos que fazer uma consideração.

No meu entender não houve uma falta de planejamento, mas uma troca consciente do mesmo.

A pedra angular da SAF, chamada de Botafogo Way, estabeleceu uma filosofia de jogo de agressividade ofensiva, com intensidade e velocidade apoiadas em imposição física e para isto funcionar é necessário um elenco mais novo e com muita força e preparação física para sustentar essa opção.

Em paralelo, ocorreram dois problemas que foram a imperativa necessidade de contratar um técnico economicamente viável que não estivesse envolvido com empresários e muito menos com jogadores amigos e o outro devido ao tempo da janela, para que o Scouting selecionasse jogadores com características e valências desejadas.

Aconteceu que as coisas se embolaram e na demora de fechar com o técnico, o Scouting procurou e selecionou jogadores que atediam o padrão vitorioso de 2024 e o Botafogo dispensou aqueles que não mais entregariam em decorrência de declínio técnico e físico por conta da idade.

Surge então um novo problema, pois o Botafogo de 2023 e falo de Luiz Castro era um modelo funcional e o de 2024 de Arthur Jorge um misto dos dois, cm a equipe em seu setor defensivo era posicional e o criativo e ofensivo funcional.

Então chegamos ao ponto de fazermos uma comparação, para que posamos entender melhor essas duas coisas.

O sistema funcional, desde as remotas épocas, impera em nosso futebol e ele traz consigo o seu desenvolvimento baseado nas funções em campo e daí as especializações e é mais instável em comparação com o posicional.

O funcional é um sistema assimétrico e já o posicional é simétrico.

No funcional, o jogador vai a bola e no posicional, a bola é que vai ao jogador e a consequência mais perceptível é que a funcional provoca o confronto direto entre adversários e já o posicional tem como meta estabelecer, através de troca de passes rápidas e corretas uma vantagem numérica, pois assim ele é o bailarino que deve comandar a dança do jogo e o adversário é a bailarina a ser conduzida.

Ainda há as variantes de híbridos, como um misto que pode se posicional defensivamente e funcional ofensivamente (meu preferido) e vice-versa.

Como exemplo desses modelos, diria que o Botafogo 2024 seria um híbrido de funcional defensivamente e posicional com o quarteto mágico e as trocas de posições que eles efetuavam,

Como posicional o Fluminense do Felipe Diniz e funcional o Grêmio do Renato Gaúcho e como modelo posicional defensivamente e funcional ofensivamente o atual Flamengo, por herança do Jorge Jesus.

Há também jogadores com estilo mais adequado a cada um deles e vou pegar nosso Botafogo do ano passado com Júnior Santos mais posicional, Luiz Henrique funcional e Almada hibrido, assim como Savarino.

Retornando ao nosso planejamento, penso que o Renato Paiva vendeu a ideia do modelo posicional e suas vantagens sobre o funcional e acho que no computo geral seja verdade, pois se fundamenta em movimentações e passes, que é o fundamento principal do futebol, pois time que não erra passes dificilmente será derrotado e o Textor entendeu e viu nele o tipo de futebol que quer, mas o problema e que o Scouting já tinha montado o nosso elenco, mesmo sem encontrar substitutos de características semelhantes para Almada e LH e tendo o modelo funcional com padrão e assim, vai ser necessário um tempo para que os jogadores entendam o modelo de jogo posicional, sua movimentação tanto ofensiva com defensiva e seus desdobramentos.

Se encaixarmos nesse modelo e por isto não falo só dos que estão dentro de campo, mas de todo o elenco, vamos estar numa prateleira de qualidade de jogo acima de todos, pois a primeira sensação que nos trará é de que sempre estarmos em vantagem numérica, pois para isso que o modelo posicional foi desenvolvido.

lscunha