Vini-s

Embora o modelo dessa camisa supostamente “dourada” seja muito bonito vou fazer uma pequena objeção quando à escolha da cor pelo motivo que passo a relatar ao colega (em razão de estarmos ligados ao mesmo meio jurídico).

Explico: Como o você também é proveniente do meio jurídico, não sei se conheceu a (atualmente tirada de circulação) “Revista Jurídica CONSULEX” – a primeira revista jurídica editada na América Latina, em policromia, nos moldes das revistas de variedades Veja e IstoÉ que entupiam bancas de jornais durante anos.

Pois bem, se você conheceu e ainda possui algum exemplar do referido veículo de comunicação impresso em sua casa (Revista CONSULEX), e se der uma “olhadinha” no seu editorial, vai perceber que, além de redator de textos e redação, eu fui idealizador daquele periódico – uma “novidade” que assombrou o nosso meio e que atingiu, no início dos anos 2000 tiragem superior a 220 mil exemplares/assinantes.

E quando falo em “novidade” refiro-me ao fato de que não criei porra nenhuma, mas apenas, conforme justifiquei ao Editor e proprietário da empresa o porquê da proposta, usei o seguinte argumento: “Já passou da hora de, no Brasil, ser editada uma revista com a cara da Veja e o focinho da IstoÉ, mas para abordar variedades relacionadas apenas ao mundo jurídico!”. Dito de outro modo, apenas colocamos em prática o ditado segundo o qual “nesse mundo nada se cria, tudo se copia” – visão periférica, portanto, e nada de repetir a mesmice que se fazia no meio editorial na época.

Então, você me perguntaria: E o que isso tem a ver com a cor dessa camisa “dourada” que o Botafogo está lançando e que te faz sentir objeção?

Respondo: Na medida em que a revista Consulex foi conquistando novos assinantes, aumentando a sua tiragem, naturalmente tivemos que melhorar o produto: a qualidade editorial passou a constituir-se numa necessidade – sob pena de a “novidade” cair na mesmice e o que “antes era novo” virar coisa “antiga”. O aperfeiçoamento do produto também passou pela qualidade de impressão, ou seja a combinação das 4 cores (policromia) iniciais já não atingia as exigências do mercado. Tivemos que contratar profissionais especializados em combinação de quais cores comportariam ser impressas em bobinas de máquinas rotativas.

Para a nossa surpresa (e isso, infelizmente, até hoje predomina no mercado, apesar das novas tecnologias, das impressões modernas, sublimações que se fazem hoje em dia), constamos que ainda não se inventou uma fórmula química eficiente para transformar a cor OURO em papeis e tecidos.

De fato, a cor “dourado” ainda não passa de “cor de bufugido”, misto de amarelo-diarréia, com verde-miolo-de-abacate, infelizmente.