CARENTES OU CARONTE?

Eu tenho postado meus artigos fazendo associação com livros que já publiquei (e até o que ainda não o fiz, caso da obra intitulada "DO GALEÃO AO GLORIOSO"). 

No caso de OS DOZE BARQUEIROS vai ser complicado seguir este padrão, porque o tema é bem mais focado, num período de tempo muito curto (mas bem místico) de 12 anos.

Este livro é bem sugestivo e tive o privilégio de contar com a colaboração do meu grande amigo PC Rabello, uma verdadeira enciclopédia viva da história do Glorioso! Foi uma honra!

Mas eu vejo esta geração de agora reclamando muito... O Botafogo foi campeão Carioca em 2018, no ano passado! Foi uma final eletrizante, o gol que levou a decisão para os pênaltis foi no último segundo, não foi no último minuto, foi no último segundo! E nós vencemos um adversário mais forte, aquilo foi heroico! 

Mas a torcida do Botafogo tem esta característica, ela esquece fácil, não valoriza tanto nossas conquistas, ela é exigente demais. Luiz Mendes – o comentarista da palavra fácil – dizia que “o medo de perder tira a vontade de ganhar”, acho que a nossa torcida, na ânsia de conquistar tudo acaba não valorizando nada!

No período macabro de 21 anos de “seca”, nós tivemos muita coisa boa... Embora não tivéssemos conquistado NADA, pudemos ver, por exemplo, o time do camburão alcançar a maior invencibilidade do Brasil, e depois assistimos a vitória que impediu o "coisa ruim" de bater este recorde! E tivemos tantos jogadores que honraram as nossas cores, Nilson Dias, Alemão, o goleiro Zé Carlos, nós tivemos o grande Mendonça... Poxa vida, o Mendonça!

Quando resolvi escrever sobre estes grandes heróis da nossa história, fazendo uma associação com o Barqueiro da mitologia grega, não esperava descobrir que além deste detalhe ainda havia uma associação com o Popol Vuh, o livro sagrado dos maias!

Incrível como a nossa história teve esse privilégio, de unir duas histórias mitológicas!

Vejam que coisa interessante:

1. No Popol Vuh, os irmãos gêmeos se fingiram de mortos e depois ressuscitaram para derrotar os deuses do submundo;

2. Os Barqueiros se encarregaram de fazer a travessia (durante o período em que o Botafogo estave morto) até a outra margem (De 1977 até a ressurreição em 1989)!

Fantástica essa união de mitologias, os "irmãos gêmeos" morreram em 1977 e ressuscitaram em 1989, depois de 12 anos, e quem fez esta “travessia” foram os Barqueiros!

No livro OS 12 BARQUEIROS eu contei que em 1988, os Barqueiros se convenceram a encerrar a travessia por causa das lágrimas da Sonja, que havia chorado após a derrota para o Vasco, que impediu o Botafogo de conquistar seu tão sonhado título. E adivinha, ela tinha 12 anos!

E mais, quando o Botafogo vendeu a sua sede, no ano de 1977, o próprio Carlito Rocha definiu isso como uma “morte”!

Será que é só mesmo coincidência?

Será que toda esta poesia existencial ligando duas civilizações tão distantes, tanto geográfica quanto temporal pode ter algo a nos ensinar?

Porque imaginem isso, os gregos difundiram a mitologia de Caronte há milênios... E o livro sagrado dos Maias é bem recente, séculos após o início da era Cristã!

É uma simbiose de mitologias, uma sopa de personagens e mitos, entrelaçados por meio de um esporte que une todas as civilizações em torno de um jogo de bola, que coisa mais fantástica!

E o que dizer do número 12? Este número que esteve tão presente na elaboração do calendário maia que findou em 21/12/2012, na pirâmide de Chichén Itzá, com o fenômeno de sombras que acontecem no dia 21 de março e 21 de setembro, graças a uma inclinação de 12 graus... 

Mas o número 12 também nos remete às escrituras sagradas!

As 12 tribos de Israel, os 12 apóstolos, o capítulo 12 do livro de Apocalipse que começa com: “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de 12 estrelas sobre a sua cabeça.”

Tudo isso junto e misturado me remete a uma possível ponte temporal, afinal, o dia é dividido em duas partes de 12 horas, o ano recomeça em 12 meses... Tem a ver com o tempo, não tem? Claro que tem!

Talvez a torcida do Botafogo tenha que ser mais paciente, ela é por demais carente!

Amigos, tenham paciência, o ano do Botafogo será 2021!

E olhe, dentro desta “mixtura” de tanta coisa, fiquem sabendo, no calendário Chinês, o ano do Boi começa sabe quando? 

No dia 12 de fevereiro de 2021!

Que barato, não é não?

O Botafogo é um universo de crenças, de misticismos, de mitologias e de muita história pra contar. Tudo isso é motivo de orgulho pra nós, porque como disse Armando Nogueira, o Botafogo é mais que um clube, é uma Predestinação Celestial!

Um colossal e temporal abraço do Stemp!