Ótima observação. O nome que se dê ao profissional encarregado de “abrir as gavetas” é o de somenos importância. O que interessa mesmo é saber se o tal “Controller” terá autonomia, ou não, para realizar aquilo que o Botafogo mais precisa, nesses tempos de “vacas magras”: Choque de Gestão.

Se isso ocorrer, os empregados do Botafogo já devem começar a “colocar as suas barbas de molho”, pois, fatalmente, o clube não entrará numa era de gestão profissional, como promete o atual presidente, sem iniciar tal processo pelo enxugamento da máquina.

É o que dá a entender a intenção do novo presidente, ao anunciar a contratação de um profissional da área, para rever todos os tipos de contratos realizados e em vigor (onde, por óbvio, se inserem contratos de trabalho) no Botafogo.

Não seria crível admitir-se a contratação de um “Controller” apenas porque está na moda a utilização de estrangeirismos para saneamento de contas, seja no âmbito empresarial, seja em entidades desportivas – como é o caso do Botafogo.

Plano de Demissão Voluntária – PDV – será apenas um dos instrumentos eficazes para as dispensas que, fatalmente, ocorrerão no clube – principalmente porque, nos últimos anos, não apenas em razão da pandemia decorrente do coronavírus, mas também por outros fatores, dentre os quais crise econômica global – dentro da chamada “cadeia produtiva que faz o dinheiro circular” – não são apenas nas empresas de grande e médio porte que “está faltando dinheiro”. O setor de entretenimento (onde se situa o futebol) é um dos segmentos econômicos mais afetados.

Não tenho a menor ideia de como funciona a máquina administrativa do Botafogo. Também não sei qual é a quantidade de empregados que o clube possui, com contratos de trabalho regidos pela CLT e, muito menos, em torno de quantos milhões de reais gira a sua folha salarial (nela incluídos os chamados encargos sociais). Desconfio que seja alta – caso contrário, o clube não estaria na situação financeira em que se acha.

Todavia, a título de “palpitômetro”, achismo mesmo, antevejo que poderá estar vindo, por aí uma palavrinha mágica com a qual devem se preocupar os empregados do Botafogo: “reestruturação” – o que significa que muitos dos seus empregados poderão perder seus empregos; que muitos acumularão funções; que haverá revisão de estruturas hierárquicas, trabalhadores poderão ser dispensados e substituídos por mão de obra terceirizada, tudo no afã de “enxugar a máquina” alvinegra.

Sem isso, sem chance.