Não há como fingir e não enxergar o descontentamento no momento atual e é inevitável o processo de caça aos culpados pelas causas do mesmo.

Eu também estou descontente, mas como titular de uma coluna, não posso mesmo que seja de forma discreta, não considerar que eu seja um formador de opinião.

Assim, me cabe uma análise ampla, profunda e justa dos fatos.

1-   O primeiro ponto é o planejamento e lembro que pelos compromissos do Botafogo, adquiridos pelas conquistas, que nos levou a ser o clube no mundo que mais partidas fez no mundo, a iniciarmos nossa pré-temporada algumas semanas depois que os demais clubes e tivemos que disputar o carioca, que serve para ajustar o time, com um time formado pelos reservas dos reservas.

2-   A demora na definição do técnico, pois na verdade ser técnico do Botafogo é desejável, mas trazer a família para morar na atual cidade do Rio de Janeiro é uma temeridade, só não se prolongou pelo fato do Renato Paiva já estar morando no Rio.

3-   Houve e na minha opinião uma necessária reestruturação do elenco, pois vários de seus elementos não dariam a intensidade que o modelo de jogo definido exigiria e, infelizmente, o elenco se estabeleceu num patamar técnico abaixo do anterior e com jogadores em recuperações física e técnica demandando tempos que não dispúnhamos.

4-   A mudança do modelo funcional para o posicional, também demanda um tempo longo de treinamentos para encaixe, o qual sabidamente não possuíamos

5-   Os contratados ainda não mostraram ao que vieram e pior, não acenam em preencher o que deles esperamos com algumas exceções.

Posto os itens acima, hoje podemos afirmar que houve um somatório de erros e não temos como reconhecer que o planejamento foi falho.

Eu não presencio o dia a dia do clube e por isto não me sinto à vontade para criticar o trabalho do RP, mas lembro que todos os jogos que perdemos foi por 1x0, no campo do adversário, em jogo sem supremacia incontestável dos mesmos, perdendo muitos gols e em alguns com flagrante prejuízos de arbitragem e até mesmo no único compromisso fora que empatamos contra o Palmeiras, atual líder do campeonato, em que sofremos duas penalidades não marcadas e amassamos o time paulista.

Posso concordar com algumas escalações aparentemente errôneas, mas pode ser que tenham sido necessárias pelas circunstâncias, o mesmo podendo ser dito sobre substituições, mas para sermos justos, teríamos que considerar o nosso vestiário, ao qual não temos acesso.

Como otimista e paciente que sou, ainda rego o vaso da esperança e todo dia e louco para ver aflorar a flor da esperança.

lscunha