i) cenário de ser contratado no final de um ano para começar a planejar o outro, que é uma possibilidade ótima, melhor até que ser contratado no começo do ano, porque você já pode começar a sentir o vestiário, e ir pensando numa peneira, sem trauma, às vezes apenas não renovando, liberando ou facilitando a vida de quem quer sair, abre pro jogador se ele está ou não no plano de jogo pro ano seguinte, etc. A gente teve essa janela e ela foi dada a ninguém menos que Thiago Nunes, pegar um clube ainda disputando título, classificado pra Libertadores podento tanto tentar recuperar nomes como desistir de alguns ele nunca mais vai ter uma situação na carreira melhor do que pegar um time de z4 com chance remota de salvação, isso se não virar um leão de acesso daqui pra frente.

ii) Nosso erro nessa escolha do ano passado queimou a segunda oportunidade de contratação de técnico, que é logo no começo do ano, queimaríamos a pré, o início do estadual, mas ainda teríamos contratações chegando com aval do professor que fosse, algumas saídas e mesmo, hipoteticamente, uma olhada na base, no nosso caso, o treinador teria não de peneirar, mas faiscar ouro no riacho. 

iv) Aguardaríamos até a "parada" pra Copa América, que neste ano não irá acontecer, mas sempre foi uma boa época para mexer no cargo, mesmo pra a gente que finge buscar nomes lá fora, um que outro estaria em fim de ciclo, desempregado de alguma liga europeia, viria e teria aí seus quinze dias pra esconder o elenco numa Atibaia da vida, ensiar aos caras da frente como fazer 1-2 e aos caras de trás como correr em linha. E pegaria uma xepa da janela de meio de ano. Essa possibilidade é impossível nesse ano.

O que nos leva à hipótese iii) Não planejar nada, perder um campeonato surpreeendentemente ganho, alternar uma agência de estagiários e não conseguir convencer sequer um Caçapa da vida de que seria muito melhor pra ele sair daqui campeão e seguir o projeto dele do que sair com o troféu "Mantive o 100% do Mister". Essa 3ª hipótese nos leva a queimar o fim do ano num delírio coletivo de que daria, ficarmos fora ainda mesmo de uma Libertadores e iniciarmos o ano trocando de igual pra igual com os Boavistas da vida e com contratações que tem a cara de qualquer treinador ou de nenhum.

Agora, dentro dos cenários de não-planejamento, temos um "início de ciclo" relativamente tranquilo pro cara chegar, sentir o clima e já demonstrar algo:

pior grande do país fora de casa, sem treinador, sem espinha dorçal e perdemos.

em seguida, 3 jogos seguidos em casa:

4º colocado da série b do ano passado

Vice da série b do ano passado (não são jogos moles, mas aposto que o campeão, e talvez até o g4 não perca jogos pra esses 2)

adversário peruano no nívell do mar que tem tudo pra ficar em último no grupo 

São eventos que vão escalando em dificuldade, mas sem tempo de deslocamento e com um cenário de recuperação bom (dentro da merda) e culminam com um clássico contra um rival que, se não sofre tanto atrás, passa boa parte do tempo como arame-liso se escondendo numa máscara de estabilidade.

Resumindo o livro:

Meu tempo ao mister vai até o clássico. 

Não é muito, mas são quinze dias que vão definir em que parte da tabela a gente vai brigar nos próximos meses. Perder pontos pra dois times que brigam pra não cair, não pontuar na Libertadores e não competir num clássico, pra mim, já fecha a passagem dele.