Em mensagens trocadas com João Moreira Salles sobre os passos necessários para a modernização do futebol brasileiro, ele esclarece definitivamente qual é sua posição em relação ao que envolve o Botafogo, seu clube de coração.
Leia:
“Infelizmente, não há muito fundamento nas informações que têm saído na imprensa.
Não tenho qualquer intenção de me tornar acionista controlador do Botafogo.
São muitas as razões, dentre as quais esta, quem sabe a principal: o futebol brasileiro não precisa de mais um episódio de amadorismo.
A notícia, se alguma, é a possibilidade de profissionalização de um clube maravilhoso, com imensos serviços prestados ao futebol brasileiro, que, por razões conhecidas, se encontra em situação crítica.
No entanto, o que parece interessar mais é o enredo rocambolesco de eventuais loucuras financiadas pelo voluntarismo de um salvador da pátria apaixonado.
Não sou investidor, não sou empresário, não sou empreendedor.
Não tenho qualquer competência para definir o destino de um clube de futebol.
Não é um papel que me caiba.
O que meu irmão e eu fizemos foi apenas contratar um estudo sobre a situação do clube – um diagnóstico dos problemas com suas possíveis soluções.
Recebemos o trabalho e o repassamos para a diretoria do Botafogo.
Acompanhava um bilhete que, às tantas, dizia o seguinte:
‘Nosso compromisso com o Botafogo cessa com a entrega do estudo. Não temos projetos políticos pessoais em relação ao Botafogo. Não seremos candidato a nada, tampouco temos predileção para que o clube se torne isto ou aquilo – seja agremiação sem fins lucrativos, clube social, fundação ou empresa. Acima de tudo, não queremos ser donos do clube. Se essa possibilidade surgisse graças a mudanças no estatuto, nem assim nós a perseguiríamos. Nossa única intenção ao contratar a EY foi entregar ao Botafogo um roteiro realista dos caminhos possíveis a serem percorridos. A partir daí, caberá ao clube, e só a ele, definir o seu futuro.’
Qualquer decisão sobre o destino do clube não passa mais por nós”.