Talvez 2010 seja conhecido, no futuro, como o ano de pré-temporada. Aquele em que as equipes tiveram mais tempo pra se organizarem teoricamente, fora das quatro linhas.

A aplicação dessa teoria no campo, todos sabemos, é outra coisa. Precisamos ter autorização e aceitação de normas que garantam a saúde de jogadores, técnicos e dos outros profissionais que participam da preparação das equipes.

Há alguns anos, quando também estávamos em crise financeira, mas éramos mais irresponsáveis, a estação da pré-temporada nos permitia sonhar com jogadores melhores. Até mesmo havia o anúncio da busca de alguma estrela. Era frissom nas redes alvinegras.

Mas, quando começava a competição, víamos que prevalecia o  marketing sem a menor consistência.

Mas, eis que 2020 começou com uma jogada ousada, embora com boa base de sucesso. A chegada de Honda agitou a torcida alvinegra, carente de nomes que nos façam, pelo menos, brigar por alguma competição internacional e não nos deixe entre os que estarão lutando pra não cair.

Veio a pandemia que assusta a todos, mas as especulações típicas de pré-temporada continuam a nos acenar com dias melhores dentro de campo – fora dele ainda há uma grande incógnita, mas muita confiança de que iremos sair dessa fase de devedores insolventes.

Yaya Touré e Obi Mikel são dois nomes que poderiam trazer muito torcedor pra arquibancada e aumentar o número de sócios do Botafogo. Gosto muito da ideia de tê-los no Fogão, mas se tivesse que optar por apenas um ficaria com Obi Mikel pela condição de muito bom marcador, boa saída de bola e pela vulnerabilidade de nosso sistema defensivo.

Há pouco, Carlos Augusto Montenegro disse que um deles era quase certo de o Botafogo contar na volta às competições. Essa poderia ser uma ótima notícia, mas há meses o mesmo Montenegro disse que Yaya já estava contratado e acabamos ficando na intenção.

Certo é que a fórmula de trazer jogadores bem rodados e diferenciados, acima da média do futebol brasileiro, vai comprovar que o Botafogo está num bom caminho. Isso para aprimorar a qualidade do futebol que pratica e dar melhores condições de preparo para os jogadores das categorias de base.

Mas tudo, absolutamente tudo, depende de um bom encaminhamento do projeto da SA. Será ele, o clube-empresa, que vai nos possibilitar a garantia das condições mínimas, tais como salário em dia, CT e dívida equacionada, para a melhoria de nossa condição atual.

Aparentemente, esta jogada também depende de o Senado votar o projeto que foi aprovado ano passado, na Câmara, e que teve decisiva participação de Rodrigo Maia.

Hoje, somos azarões em todas as competições de que participamos.  Mas isso pode mudar muito rapidamente porque poucas equipes se prepararam tanto pra entrar no universo das SA como o Botafogo.

SA,

Macau

PS:  abraço pro Jair, alvinegro deste Canal, maior responsável por este texto