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  Manual de futebol

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Blumenau/SC

Garrincha


Em 11/11/2019 às 17:18

As contribuições foram muito discretaas e eu gostaria qie fossem inúmeras.

Acho que talvez a exposição por bloco e não por ítens facilie o entendimento.

Assi sendo eu escreveria hoje sobre o fundamento do drible, mas resolvi postar todo o conteúdo do manula que estou escrevendo, do que já fou publicado até esse ítem  e vamos ver co o sera a recepção, a crítica e contribuição dos irmãos de paixão.

Assim... 

 

 PREFÁCIO

 

O domingo 06/03/1955, amanheceu luminoso no Rio de Janeiro.

Tínhamos ido passar o fim de semana na casa de uma das irmãs de meu pai em Copacabana e ele se levantou cedo para ir jogar futebol, num time de várzea, pois desde que abandonara sua carreira de jogador de futebol, passou a praticar o mesmo como diletantismo.

Eu sempre o acompanhava nesses jogos, mas naquele dia, em virtude de ter passado a noite com problemas de intestino desarranjado, provavelmente pelo excesso de sol que tomei, prudentemente decidiram que eu ficaria em casa. Tudo numa boa, explicada a situação e por mim aceita obedientemente.

Amanhã já findava, quando um telefone transfigurou a face de minha mãe e foi dada a ordem de retornarmos para a casa de seus pais em Vila Isabel e pegamos um taxi para tal.

A viagem foi silenciosa, pois minha mãe nada falava e até a tagarela de minha irmã se manteve em silêncio.

O fantasma do pressentimento pairava sobre nós três.

Ao chegarmos ao casarão da família, muitas pessoas lá se encontravam e dei de cara com a realidade.

- Mamãe, o papai morreu?

A pergunta a fez desabar e lágrimas lhe escorreram pelas faces.

- Não sei, filho, Me disseram apenas que passou mal.

A certeza veio com a primeira manifestação de pêsames, por parte de um vizinho desavisado.

Al, naquele momento três vidas se modificaram para sempre e nem conseguimos avaliar o tamanho da enorme perda.

Hoje, 06/07/2018, numa manhã de cerração pesada em Blumenau, dia em que o Brasil joga contra a Bélgica sua continuidade no campeonato mundial de futebol na Rússia, antes de iniciar a primeira decisão do dia entre Uruguai e França, resolvi iniciar o meu registro de vida na parte que diz respeito ao futebol.

Todos nós temos a obrigação de deixar um legado pessoal as gerações que se seguem e a minha, mesmo que tardia, me traz a esperança que servirá para alguns jovens que almejam ser jogadores de futebol.

Estive pensando e optei por escrever um manual sobre como se preparar para se tornar um bom jogador de futebol, o que meu pai foi e eu também.

Assim....

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE 1 – RACIOCÍNIO FUTEBOLÍSTICO

1.1  – PENSAR

Eu defendo que as crianças devam ir para a escola um ano mais cedo do que é estabelecido hoje.

Antes da magia das letras e do fascínio dos números, penso que seria oportuno as ensinarem a pensar, para que desenvolvam senso crítico e não sejam seguidores incontestáveis dos milhões de gurus. Com os quais irão se deparar na vida.

Claro que uma opinião depende do embasamento cultural que possuímos e para adquirir o mesmo é necessário um permanente hábito de ler, pelo menos sobre os assuntos que nos despertem interesses, mas como o mundo não é específico e sim generalizado, acho que o recomendado é que nos inteiramos da maior parte de assuntos que sejam importantes e não só dos interessantes.

E como devemos pensar futebolisticamente?

Primeiro, temos que ter consciência de que desejamos ser profissionais de futebol e surge a primeira pergunta: temos dom para tal?

É imperativo que no caso específico de jogador de futebol, um esporte dificílimo de praticar, pois com as pernas que nos permite se equilibrar, para andar, correr e saltar, ainda teremos que conduzir com maestria uma bola. Se você não tiver esse dom de forma natural, pode entrar nua escola e aprender fundamentos, mas nunca será um grande jogador de futebol, um diferenciado, pois estará lhe faltando o elo cognitivo de ligar as técnicas aprendidas de forma automática e súbita, pois seu pensamento não reflete corporalmente no tempo necessário, as soluções adequadas para as inúmeras situações que se apresentam.

Por outro lado, e abordaremos isso mais adiante em outra etapa, o jogo se inicia muito antes do juiz apitar.

Um pré-jogo que se estabelece com estudos preliminares e processamento de informações que deixam gravadas em nossas mentes as soluções adequadas para as situações específicas que podem ocorrer durante a partida.

Uma partida de futebol se ganha antes da bola rolar, pois quem planeja tem sucesso e quem não o faz e fica por conta do acaso, pode até vencer uma ou outra partida, mas jamais um campeonato.

Isto posto, começo a imaginar um treinamento virtual, onde situações hipotéticas sejam animadas em vídeos e as opções e desdobramentos das mesmas apresentadas aos jogadores e com eles debatidas, não apenas individualmente, mas setorialmente e coletivamente, ou seja, ações defensivas analisadas pelo setor defensivo titular e reserva, os de criatividade com todos que exerçam função nesse compartimento e os ofensivos da mesma forma, enfim, o todo pelo todo, mostrando que sempre a preferência seja para o passe mas seguro e a finalização com maior possibilidade de acerto e assim a vaidade de se tornar manchete de jornal, fique de lado e prevaleça sempre o espírito de equipe, de coletividade. Quando se toma um gol, todos o sofreram e quando se marca um gol, todos o desfrutamos.

Essa é a regra.

 

1.2  – JOGO COLETIVO

Todo jogador de futebol, por mais diferenciado que seja, deve ter consciência que o futebol é um jogo coletivo e que dentro do campo, cada jogador é muito importante na execução de sua função e é essa participação de toda a equipe que a leva ao sucesso, pois não adianta alguém ser brilhante se outros falham no trivial.

O drible é um recurso para situações extremas e deve ser executado de forma em que se tenha certeza absoluta de sucesso e, principalmente, por falta de opção momentânea de passe ou de forma estratégica para abrir defesas fechadas e superar o sistema defensivo do adversário.

Quando se pensa coletivamente, devemos pensar numa dinâmica com bastante mobilidade, em que deslocamentos e coberturas devem acontecer de forma sistemática e natural, de forma que possam ocorrer rotatividades de posições requeridas nas diversas situações da partida.

Assim, quando houver possibilidade de um zagueiro se projetar ao ataque, o mesmo poder a realizar, pois haverá um sincronismo de ocupação dos espaços, seja de um simples preenchimento de sua posição por um companheiro, assim como de um outro companheiro para a desse que se deslocou para ocupar o lugar do zagueiro.

Essa movimentação só é possível dentro de uma dinâmica exaustivamente treinada.

O importante é que a equipe atinja um estágio de que os pensamentos de cada um em campo, convirjam para a execução de uma mesma ação, ou seja, que todos pensem da mesma forma e executem o sincronismo de rotatividade de forma natural e que o espaço aberto pela descida do zagueiro seja imediatamente ocupado por outro jogador e que o espaço por ele também aberto por cobrir o zagueiro, também o seja por um outro elemento e da mesma forma também coberto e de tal forma que o time se ajuste e se recomponha de imediato.

O jogo coletivo se fundamenta no pensamento único e para se chegar a esse estágio, é necessário que previamente deva ser estabelecida e treinada a movimentação como um todo, de forma que os territórios do campo de jogo sejam sempre ocupados por alguém e não concedidos livremente aos adversários.

Para isso, a leitura de jogo daqueles que estão em campo, somada as situações de movimentação ordenadas como prioritárias nos treinamentos, deve ser posta em prática.

Futebol é um esporte de movimentação, a qual tem que ser coletiva e sincronizada.

Cada jogador deve saber exatamente seu posicionamento, defensivo, ofensivo e de recomposição defensiva e de infiltração ofensiva.

Com isso, quero que entendam de maneira clara e sem contestação, que os treinamentos são fundamentais e normalmente é que a realização com atenção as condutas pré-estabelecidas são imperativas ao sucesso.

 

1.3- VOCÊ É PARTE E NÃO O TODO

Mesmo Pelé e também o Garrincha, sempre se posicionaram como membros de suas equipes e se comportavam de forma preferencial, dentro das condutas em campo que lhes eram estabelecidas e a diferença é que por serem criativos e diferenciados em habilidade, possuíam recursos extraordinários, que lhes serviam como ferramentas para solucionarem as situações ocasionais de elevado grau de solução, que não estão no script e que são comuns de ocorrerem durante uma partida de futebol, onde uma mudança de tempo depois do jogo iniciado, uma expulsão a favor ou contra, uma bola resvalada em alguém com súbita mudança de trajetória e até mesmo o efeito que adquira, cria situações imprevisíveis, mas que impõem improvisos para tirar proveito das mesmas e só os bem virtuosos nas técnicas de fundamentos são capazes disso e por isso são diferenciados.

No entanto, cada jogador deve entrar em campo com uma missão previamente estabelecida, a qual deva ser adequada as suas características pessoais e as necessidades da equipe.

Não se pode exigir dos zagueiros, normalmente mais altos, porém menos velozes, um combate direto com atacantes rápidos e para isso, alguns cuidados devem ser tomados para não os deixar expostos ao que chamamos de “mano a mano”.

Assim, eles necessitam de coberturas à sua retaguarda e proteção à sua frente.

Cuidados com ajuda de outros companheiros, também devem ser estabelecidas ao goleiro e aos dois laterais,

O meio de campo e os jogos mostram que normalmente quem melhor atua no mesmo, leva sua equipe a vitória, também deve ser ajudado, com a volta dos atacantes para comporem a primeira barreira defensiva e orientado pelos zagueiros que estão a sua retaguarda sobre a forma de ação a serem por eles praticados em cada situação de jogo.

Um time tem que conversar em campo e pelo menos três jogadores como um zagueiro, um meio campista e um atacante, pela experiência ou qualidade técnica, devem ser esses orientadores, além do goleiro, que pela posição deve possuir uma boa leitura de previsão dos lances e prevenir sobre os riscos que se avizinham.

Você pode ser o herói da partida, pelas defesas que fez, pelos bloqueios e desarmes que realizou, pelos lançamentos milimétricos que efetuou ou pelos gols que marcou, mas nada disso seria possível, se não contasse com a ajuda e empenho dos outros dez companheiros.

Futebol não é um esporte para vaidosos, mas para gente humilde e determinada.

O que se leva para campo não é o enfoque pessoal de ser manchete dos jornais, mas a consciência de ser uma peça, igualmente importante como as demais, na tarefa de alcançar o objetivo, que se traduz por uma vitória.

 

1.4  – CONSCIÊNCIA DE DEFEITOS E VIRTUDES

O diamante, por mais magnífico e valioso que seja é encontrado estado bruto, com impurezas e defeitos, os quais são removidos através de técnicas apropriadas, para então ser lapidado na forma de diversas facetas.

A sabedoria divina, qualquer que seja a nossa origem, nos inseriu talentos para que possamos ter como ganharmos a vida e inclusive com alternativas.

Ninguém nasce com uma bala só no pente, pois portas podem se fechar, mas encontraremos outras que estarão abertas.

Sabermos que temos determinados potenciais é indicador dos caminhos pelos quais podemos caminhar, mas nunca esqueçamos que não serão avenidas pavimentadas e arborizadas, mas trilhas, com lamaçais, elevações e descidas íngremes, cheia de obstáculos e pedregulhos para nos desequilibrar os passos, nem teremos pela frente dias ensolarados com o suave frescor das brisas, mas variáveis que irão do calor abrasador ao frio cortante e penetrante.

E na caminhada, iremos descobrir qualidades a serem melhoradas, defeitos que precisam ser corregidos e/ou eliminados e carências a serem adquiridas.

Ninguém nasce pronto e até os prodígios infantis, passam por um tempo, mesmo que seja menor, de maturação.

Ter consciência de nossos defeitos e de virtudes é o primeiro passo no rumo do sucesso.

Eu sugiro, que se faça uma listagem pessoal dos seus pontos fortes, fracos e ausentes e através de treinamentos específicos que iremos ver mais adiante, aperfeiçoar os fortes, desenvolver para melhor os fracos e adquirir habilidades inexistentes, de forma a iniciar aquisições daquilo que não se tenha.

Nas atividades profissionais, você pode ser orientado, mas só você pode desenvolver seus recursos próprios e será bem ou mal sucedido conforme for suas escolhas e suas priorizações.

Você só pode treinar bater faltas, depois de se especializar em chutar, quer colocado ou com potência, ou seja, com jeito ou com força. Muitas vezes se é bom nas cobranças colocadas e não nas de maior distância e vice-versa.

Por outro lado, aquilo que se tem de bom, pode passar a ser ótimo e para tal, a atividade de aperfeiçoamento deve ser aprimorada. Se você bate bem falta colocada, precisa trabalhar os pontos dos pés para entender qual circunstância de efeitos que os mesmos proporcionam, quer com a parte externa como com a interna dos pés e concatenar isso de forma adequada ao tamanho da barreira e posicionamento do goleiro.

O posicionamento dos goleiros, o qual também será colocado mais adiante, serve para os batedores de falta também se orientarem, pois através dele detectarão qualquer falha de posicionamento de barreira e do próprio goleiro e assim fazer a cobrança de forma mais adequada para ser bem sucedido.  

 

2- TREINAMENTOS E APRIMORAMENTOS

Agora que você já fez uma listagem detalhadas de seus pontos fortes, fracos e ausentes de forma ampla e profunda, passaremos para a etapa de como aperfeiçoar, fortalecer e adquirir os mesos.

Não há outro caminho que não seja o treinamento específico para cada coisa.

Os três aspectos devem ser trabalhados simultaneamente, introduzindo exercícios a serem exaustivamente repetidos até que passem a ser de prática comum.

Então hipoteticamente, iremos escolher entre as três categorias, quais deles são mais corriqueiros de acontecerem na sua função em campo.

Digamos que eu seja forte em marcação, fraco em cabeceios e sem qualquer habilidade numa das pernas. Se assim for, temos que escolher treinamentos que me consolidem mais a prática de marcação, me submeter a uma bateria de formas diversas de cabeceio, pois as mesmas se impõem de forma diferente a cada momento e que introduza os exercícios de obtenção de domínio de bola com o “pé cego”.

 

2.1- FUNDAMENTOS

Os fundamentos, de uma maneira geral, podem ser classificados em técnicos, físicos, mentais e comportamentais, pois em qualquer atividade e no futebol não é diferente, há de se ter habilidade, preparo físico adequado para exercer a atividade fim, pensamento lógico, determinado e vencedor para obter sucesso e humildade nos bons e maus momentos, sempre respeitando o oponente e se movendo por uma ética competitiva, pois um atleta tem que ser um agente da justiça, pois possui admiradores, aos quais passará atitudes que serão modelares aos mesmos.

Um ídolo tem imensa responsabilidade com aqueles que lhe privilegiam com seu carinho e receptividade e o bom exemplo é imperativo.

 

2.1.1- FUNDAMENTOS TÉCNICOS

 

Antes de iniciarmos os estudos para capacitação dos fundamentos considerados decorrentes, precisamos aprender e desenvolver os que classifico como recorrentes e os separo em três, pois num jogo de futebol é necessário o uso dos pés, da cabeça, do corpo e no caso dos goleiros, também as mãos.

 

2.1.1.a – FUNDAMENTOS RECORRENTES

 

A- USO DOS PÉS

Os pés são as principais ferramentas na prática do futebol e há quatro formas de serem utilizados: com o seu lado interno, com o lado externo, com a sola do pé e com o peito do pé.

- LADO INTERNO DO PÉ.

É o mais utilizado, pois é o mais natural e fácil para direcionar a bola para onde se deseja. Normalmente é utilizado nos passes de curta e média distância, para cobranças de faltas próximas ao gol adversário e principalmente nos penalties, pois permite uma precisão admirável.

Como treinamento, no caso de passes em situação de jogo, recomendo que se coloque marcos em distâncias curtas, médias e a até mesmo longas, para que se pratique o mesmo e se faça uma avaliação de seu potencial de acertos e isso é um treinamento permanente.

Ele pode ser efetuado de forma rasteira, a média altura ou por cima, que requer uma altura que encubra os jogadores, mesmo seus companheiros, que estejam entre a bola e o companheiro para o qual se quer enviara a bola.

Aqui vamos chegar a um outro conceito que é o posicionamento do pé na sua entrada na bola, para a enviar na forma que desejamos, já que o modo de tocar a bola para ir na direção e altura desejadas, abre possibilidades diversas e a isso temos que somar a força a ser dada de forma que a mesma chegue numa velocidade que permita o domínio da mesma por parte de quem ela foi endereçada.

Há também a possibilidade de se acrescentar na forma como se toca a bola de um efeito que ocasionará uma curva no trecho final do percurso desejado, ao qual nos referimos em linguagem futebolística de “tirarmos” a mesma de obstáculos que estejam interceptando a trajetória que desejamos, o que é muito utilizado nas cobranças de faltas próximas a área, em cobrança a média altura, efetuada pela lateral da barreira, quando houver possibilidade para isso ou como ocorre com frequência, nas cobranças sobre a barreira de adversários.

Na minha opinião pessoal, a cobrança de penalty deve ser sempre efetuada com essa parte do pé, dado o seu grau de precisão e a força que se pode imprimir, de modo que a mesma contenha uma velocidade que impeça qualquer ação do goleiro adversário.

 Eu era batedor de penalties e comecei meus treinamentos para tal, avisando o goleiro, pois também é um treinamento para ele, onde iria bater, no princípio ele pegava um bom número de penalties, mas com os treinamentos fui adquirindo confiança e precisão de tal forma que ele não mais conseguia os pegar, pois eu fazia com tal arte que ele não tinha como evitar e meu raciocínio lógico me dizia que eu não perdia dizendo onde ia bater, imagina no jogo, onde eu nada diria ao goleiro adversário.

Ainda devo acrescentar que um pênalti deve sempre treinado com batidas nos dois cantos: com máxima segurança no pé das traves, com risco nos ângulos superiores e jamais a meia altura, pois é o caminho mais curto para o goleiro alcançar a bola.

Também é importante não olhar para o canto que se vai bater e o mesmo será decidido no momento em que se posiciona o pé para o lado que se fará a cobrança, de acordo com o pé de apoio do goleiro, pois a mesma deve ser sempre feita no pé que não está naquele momento sendo o de apoio, pois assim não terá impulsão imediata e até que consiga se arrumar para tal, a bola já está a caminho e ele não terá mais tempo para a alcançar.

 

- LADO EXTERNO DO PÉ

Esse fundamento e conhecido no futebol como o mais sutil e nobre, pois é a base utilizada pelos grandes jogadores não só na condução da bola, como nos passes de meia distância e lançamentos.

Se não permite, ou melhor, se é muito difícil alcançar a precisão desejada com ele, no entanto é capaz de conseguir o impossível, pois no futebol ele assim como na matemática comprova que a reta é a menor distância entre dois pontos, o lançamento de “trivela” ou de “três dedos” como é conhecido, lhe permite imprimir uma curva que impossibilita a interceptação da bola pelo adversário e nas cobranças de falta de curta e média distância, sendo um terror para os goleiros, pois ocasiona que bolas que têm a trajetória indicando que passarão pelas laterais das traves ou por cima do travessão, súbito apresentem uma curva que as reposiciona para dentro do gol, sendo que a última ação citada, ficou conhecida como “folha seca” em decorrência de sua trajetória e foi consagrada pelo seu maior mestre, o qual foi o Dudu, que dessa forma marcou o segundo gol do Brasil contra a França na Copa de 1958.

Por conta do posicionamento da bola, é muito mais difícil desarmar um jogador que conduza a bola com o lado externo do pé, do que um que a conduza com o lado interno e o domínio dessa técnica é indicativo de se tratar de jogador com recursos mais elevados de técnica individual.

O lançamento com o lado externo do pé, enseja que a bola, por conta do efeito a ela imprimido, não se alongue para a frente, sofrendo com seu impacto no solo, um amortecimento que a desacelera e assim possibilita e em muitos casos até dispensa o domínio da mesma, pois a mesma lhe chega “mastigada”, já pronta para ação, sem perda de tempo.

É possível fazer lançamentos que proporcionem mesmo em bola rolando a curva desejada, mas isso requer um domínio profundo dessa técnica e muito treinamento em sua prática.

 

- SOLA DO PÉ

Essa é uma técnica muito utilizada no futsal e no chamado futebol de campo se faz necessária em várias situações de jogo, como aquelas quer requer puxar a bola para si ou a parar, mas as travas da chuteira podem ser um agente complicador.

Uma vez assimilada, ela será uma ferramenta notável na execução de direcionamento da bola, ensejando dribles de belíssimas plasticidades.

O treinamento de “pentear a bola” como é chamada essa técnica é simples, mas como tudo no futebol, exige treinamentos adequados.

Os jogadores oriundos do futsal e nas últimas décadas, todos os nossos craques tiveram nele o seu berçário, necessitam uma adaptação quando passam para a prática do futebol de campo e alguns não conseguem bons resultados, pois de tal forma se condicionaram a utilizar a sola da bola, que perdem muito do potencial nessa troca e muitos só conseguem alcançar um patamar insuficiente para desenvolverem sua arte nessa modalidade.

 

- PEITO DO PÉ

Essa é uma técnica basicamente de finalização e muito utilizada para cobranças de faltas de distâncias longas.

Ela imprime uma potência muito grande a bola, mas tem pouca precisão e como descreve uma trajetória reta, não oferece dificuldade de mudanças para os goleiros e por isto, no futebol atual, pouco e usada, mesmo porque os goleiros através de treinamentos, praticamente as anula, o que levou os treinadores a desenvolverem estratégia de efetuarem lançamentos nas áreas. Ao invés de chutes diretos, no que é chamado de “bola parada”.

No caso das finalizações com o peito do pé, a entrada na bola é um quesito fundamental para não chutar a mesma na arquibancada e assim, a posição do pé que servirá de apoio, deve estar perfeitamente na paralela com o eixo transversal do centro da bola, pois isso além de permitir chutar na direção do gol, lhe oferece a potência máxima no arremate.

Hoje s cobranças diretas são feitas com as partes laterais dos pés. As efetuadas com o pé direito, normalmente são endereçadas ao canto esquerdo do goleiro e com o pé esquerdo no canto direito do goleiro, sendo impresso na bola um efeito que lhe permite tomar uma trajetória que na sua primeira metade parece estar se encaminhando para fora da meta e depois bruscamente efetuar uma curva que a direciona para dentro da meta, traindo os goleiros, em especial os viciados em adotar o chamado “golpe de vista”, no qual os goleiros ficam estáticos e só acompanhando a bola.

 

B- USO DA CABEÇA

Claro que neste quesito estamos falando do uso físico da mesma ou se preferirem do modo de a utilizar como um instrumento de ação, assim como os pés.

Assim como os pés, a cabeça também possui dois tipos de movimentação, ambas limitadas, mas que podem ser ampliadas através de exercícios específico.

O movimento vertical, que podemos chamar de frontal que funciona como se estivéssemos fazendo uma ação de aprovação e o horizontal que podemos chamar de lateral que funciona como se estivéssemos fazendo uma reprovação.

Como iremos ver mais adiante, o jogo aéreo é a solução mais adequada de todas para furar os rígidos sistemas defensivos e assim, o uso do cabeceio, seja ele como assistência ou finalização é fundamental para o sucesso ofensivo de uma equipe.

 

C- USOS DO PEITO E DOS OMBROS

Ambos podem e devem ser usados em ações que lhes permitam ação, mas não são frequentes no desenrolas dos jogos e quando se processam, causam grandes problemas aos adversários, pois são ações de improviso, que sempre surpreendem.

O peito ainda é mais utilizado nas chamadas “matadas” de bola a meia altura e os ombros mais no sentido do contato corporal, por intermédio de trancos permitidos que desequilibram o adversário e permitem interromper ou dificultar suas ações.

Contudo, ambos podem também serem utilizados e ações de assistências e até em caso de finalizações.

 

D- CALCANHARES

O uso dos calcanhares é hoje muito restrito, pois é uma técnica que requer um treinamento de campo bem sistemático, o que não é possível devido aos treinamentos de campo disporem de poucas horas e sempre o treinamento coletivo o ocupar.

A técnica do calcanhar é devastadora para os sistemas defensivos, pois é imprevisível e contraria toda a lógica de andamento dos lances, pois os marcadores têm com referência a visão frontal que o atacante está tendo no lance e súbito ele dá sequência a mesma num cenário formado as suas costas, para  qual os defensores não estão organizados e dessa forma se encontram com seus posicionamentos completamente inadequados para a situação que repentinamente se apresenta.

Tivemos pelo menos dois mestres nessa técnica, o Carlyle que vi jogar já em final de carreira no Botafogo e o maior do mudo nessa técnica que foi o Sócrates.

 

2.1.1.b – FUNDAMENTOS DECORRENTES

 

A – PASSES E LANÇAMENTOS

Eu considero o passe como o principal fundamento do futebol e para isso me apoio em dois pontos.

O primeiro é que o passe é que torna o jogo coletivo, pois caso contrário seria um jogo individual, que no momento que alguém tivesse a posse da bola, seria irremediavelmente combatido pelos outros 21 jogadores em campo e se perderia essa coisa de ser 11 jogadores contra outros 11 jogadores e todos seriam adversários e nem precisaria de gols, saindo vencedor um único jogador, ou seja, aquele que teve o maior tempo de bola durante o tempo de jogo. Além de se tornar um vale tudo, pois marcações de faltas não teriam serventia.

O segundo é que time que não erra passe, não perde jogo, pois durante suas ações, inúmeras vezes irá acabar com um jogador de cara com o goleiro adversário e por pior que sejam as finalizações, ainda assim alcançarão um número de gols assinalados, que o adversário não terá tempo sequer de igualar, mesmo porque terá uma posse de bola esmagadora e o tempo a seu favor.

O passe pode ser para trás, lateral, diagonal ou vertical, mas o mais importante é que seja feito na maioria das vezes como a melhor opção de segurança, para que seja bem sucedido, no sentido que sua equipe mantenha a posse de bola, mas há de chegar o momento que o mesmo deva ser mais atrevido, no sentido de surgir a oportunidade de contemplar uma infiltração para finalização.

É muito importante que a equipe que esteja com a bola se movimente e que o jogador que esteja com a bola tenha sempre opções de passe em todas as direções e sentidos, pois o mesmo pode se dar com a bola rolando pelo gramado que por conta do atrito lhe diminui a velocidade, a meia altura que é uma ação mais veloz, mas com mais dificuldade de domínio da bola por parte do jogador a quem ela é endereçada e até o mais alto ao qual chamamos de lançamentos que é sempre nas costas dos defensores adversários e não endereçados diretamente ao companheiro, mas ao que se chama de “ponto futuro”, um local mais distante do posicionamento dele, com introdução na mesma de um certo efeito de giro que permitirá a bola ao se encontra com o gramado, sofrer um amortecimento que lhe tira boa parte da velocidade inicial e facilite o domínio da mesma e que o jogador, para o qual a mesma é endereçada a alcance em rápido deslocamento, ficando com a vantagem de já estar à frente da marcação do último adversário e só tendo o goleiro do mesmo pela frente.

Então é preciso treinar todos os tipos de passes, mas para isto é necessário já ter o domínio das técnicas de utilização adequadas dos lados dos pés para execuções dos mesmos e assim sendo, sugiro mais adiante, a leitura atenta sobre os mesmos.

Quando o passe é longo é chamado de lançamento e a capacidade de o executar de forma, às vezes milimétrica, é característica dos grandes meio campistas, pois é através deles que desmontam os esquemas defensivos, pois não há como bloquear os mesmos, quase sempre utilizando o espaço aéreo e explorando a velocidade dos atacantes, quase sempre bem mais rápidos com os defensores e que já se posicionam de forma favorável para iniciarem suas arrancadas para o ponto de endereçamento da bola e por isso tendo a vantagem de um tempo decisivo que é perdido pelos defensores, que por estarem de frente para  bola, precisam girar o corpo antes de iniciarem sua arrancada.

Alguns mestres em lançamentos, imprimem um efeito a bola em seus lançamentos que funcionam quando a bola se impacta com o gramado, a amortecendo e facilitando o domínio da mesma por parte dos atacantes e lhes mantém a supremacia do controle da ação.

Vi grandes mestres nessa arte, mas destaco o Didi e aquele que considero o mais preciso de todos no mudo, que foi o Gérson.

 

B – DOMÍNIO DE BOLA

Um jogador não necessita ser um malabarista com a bola, mas tem que ter uma técnica apurada de domínio da mesma e a primeira ação nesse sentido é saber efetuar a recepção dela ou em outra situação, saber “se encontrar com a bola”.

Vejamos em primeiro a recepção e aqui iremos falar sobre o seu domínio, que se origina naquilo que é chamado de matar a bola, ou seja, efetuar uma ação específica, que a torne “dócil”.

Há quatro tipos de “matadas de bola” no futebol: com os pés, com as coxas, com o peito e com a cabeça.

Todas só são possíveis com a prática da técnica de amortecimento que consiste em ter o tempo preciso de efetuar um movimento de amortecimento no exato instante em que a bola tocará uma das partes citadas com o corpo e tirar sua velocidade através de um movimento rápido e aqui está o truque, não no sentido contrário a trajetória da bola, mas na mesma direção de sua trajetória, porém imprimindo ao membro com o qual fará o domínio, de uma velocidade bem rápida e curta. Se você imprimir uma direção contrária, ela explodirá em sentido contrário ao que vinha, o mesmo acontecendo se apenas a deixar bater, pois o efeito reverso que a faz amortecer, por incrível que possa parecer, se consegue da forma de se movimentar na mesma direção em que ela vai se chocar com o nosso corpo.

As matadas com o pé, para serem perfeitas, devem sempre ser efetuadas com o lado interno do pé e nesse tipo de matada, com a prática e domínio acentuado, se consegue direcionar a bola para o ponto que se deseja, coisa que não se consegue com facilidade para as demais, pois são basicamente de domínio e não para domínio-direcionamento e num segundo momento após obter a posse da bola, aí sim a direcionar para a trajetória que em sequência se queira dar a ela.

 A matada no peito é plasticamente muito bonita, pois a ação da bola de subir e cair amortecida, parece uma reverência da mesma ao autor da matada. Para tal é preciso se posicionar de forma adequada e estufar o peito e o movimento de amortecimento é obtido com a simples contração de fechamento da postura de peito aberto para o fechado, o que demanda um movimento rápido de inclinação do dorso para trás.

Já na matada com a coxa, tanto com a parte interna como com a externa, requer o movimento de deslocamento da mesma através do giro da anca e deve ser muito rápido e nesse caso a postura certa do pé de apoio, o qual não terá contato com a bola é fundamental e poucos, muito poucos jogadores na história do futebol dominaram essa técnica de grande valia, pela dificuldade de sua execução. Para se ter uma ideia sobre essa dificuldade, o último jogador que vi e olha que acompanho futebol pelo mundo dado as ofertas que hoje os canais de televisão nos oferecem, foi o Didi, mas o mestre dessa matada foi o Ipojucan, meio campista de nossa seleção na Copa do Mundo de 1950. Vi um ou outro a efetuar, mas mais por caso fortuito do que por maestria nessa técnica.

 A técnica de matada com a cabeça, muito usado nos primórdios do futebol, já que não se conhecia a matada com o peito, infelizmente caiu em desuso, mas vejo nela um diferencial extraordinário, pois em muitos lances desperdiçados por cabeçadas difíceis de serem executadas como finalização ou como base do passe, se a mesma fosse efetuada, permitiria num segundo momento uma finalização mais conveniente com os pés ou o passe mais preciso também com os pés. segundo informações que tive ainda menino de meu pai e tios, era que o Leônidas a executava usualmente, mas foi Friendereich seu grande usuário.

 

C – FINALIZAÇÕES

De uma maneira geral, as finalizações são efetuadas através de chutes e cabeçadas.

A primeira coisa que se deve adquirir é o conhecimento das características e comportamento das bolas que são utilizadas nos jogos, o que hoje é bastante difícil, pois são muitos os campeonatos e muitos são simultâneos em determinados períodos do ano e por conta de patrocínios, cada um jogado com uma bola, um pouco diferente das chuteiras que apesar das inúmeras marcas, permite o jogador utilizar o mesmo modelo de um fabricante durante todo o ano e em muitos casos fabricadas com a modelagem correta para cada pé.

Mas voltemos a moça caprichosa.

Hoje as bolas não possuem mais enchimento com birro, cujo dispositivo utilizado para encher as bolas, proporcionava diferentes comportamentos, face não ser balanceada de forma correta e dependendo da posição que se colocada a mesma, ela tinha comportamentos diferentes. Isso se encerrou, mas o material utilizado na confecção das mesmas e até entre modelos de um mesmo fabricante, pois há um estudo aerodinâmico no projeto das mesmas, as deixam mais leves, mais velozes e mais ariscas nas comparações entre elas.

Dado o sequencial de jogos e o entrelaçamento de competições, excluído o campeonato mundial de seleção em que há um modelo de bola padrão, já fica difícil treinar e muito mais “conhecer as bolas” e nessa condição os planejamentos, embora ainda efetuados, ficam por conta do acaso e dessa forma, tudo é possível.

Aqui estaremos fundamentados no exposto no item 2.1.1.a.

 

C.1 - FINALIZAÇÕES COM OS PÉS

Então temos as situações de finalizações de faltas, penalidades máximas e situações de lances do jogo e há duas coisas muito importantes em relação as finalizações com os pés.

 A primeira é a entrada do pé na bola para a impacta-la da forma que se deseja e a outra é a posição do pé que servirá de apoio, em relação a bola.

 

- POSICIONAMENTO DO PÉ PARA FINALIZAÇÃO

O objetivo primeiro de quem finaliza é acertar a bola dentro do gol, pois assim o problema passa a ser do goleiro de a defender ou não.

Claro que no ato de chutar, há uma direção de trajetória, mas alcançar o que se deseja, impõe um posicionamento perfeito do pé na bola, isso somado a força que se deseja e ao percurso a ser dado, que na maioria das vezes necessita de se colocar o efeito correto.

Veremos esse assunto de forma específica mais adiante, no que diz respeito aos exercícios necessários para que se tenha flexibilidade e rotativa do pé para tal.

No momento é importante saber que se batermos com a parte debaixo do pé, a bola será alçada, o que é o movimento correto para encobrir o goleiro.

Já o arremate com o peito do pé, tende a diminuir o ângulo de partida da bola e ela ganha pouca altura e, em sequência, tende a descer abruptamente.

O arremate com a parte um pouco acima do peito de pé ou digamos com a parte superior do peito do pé, direciona a bola para o chão e aí teremos o que se chama de chute rasteiro.

- POSICIONAMENTO DO PÉ DE APOIO

Quando o pé de apoio para a finalização se encaixa completamente com o eixo transversal da bola para ser chutada, se alcança a potência máxima e balisticamente o alcance da mesma será o maior possível, quando o ângulo do pé que finaliza for de 45°.   

Quando o pé de apoio se coloca antes do eixo central da bola, a finalização perde em potência e alcance, tendo a bola uma trajetória de ganhar altura.

Já quando o pé de apoio se posiciona depois do eixo central da bola, a finalização é bem menos potente e a bola faz sua trajetória rolando pela grama.

É importante que se saiba que todas essas finalizações podem, em decorrência da situação do lance de serem a mais recomendada para aquele momento e essa percepção da forma adequada é que diferencia um grande finalizador.

 

C.2 – FINALIZAÇÕES COM A CABEÇA

No futebol, a utilização da cabeça não é a tônica, mas ocorre com frequência.

As partes mais usadas são a testa, as têmporas e o cocuruto e cada qual tem seu objetivo delineado e servem para ações ofensivas e defensivas, para passes e finalizações.

A testa é usada quase sempre para imprimir maior força e velocidade a bola e o centro da testa e os dois lados da mesma, direito e esquerdo, servem para direcionar a bola para a direção que se deseja.

Com a prática, até mesmo uma ação de efeito pode ser obtida, pois o mesmo sempre depende da forma como se vai entrar na bola.

Dependendo da forma de finalização, se pode imprimir uma ação por cobertura ou direcionada para o chão.

Não temos uma estatística, mas estimamos que os gols assinalados através de cabeçadas, estejam na faixa de 1/3 dos ocorridos, o que convenhamos, é um belo porcentual e isso se deve as finalizações decorrentes de cruzamentos, quer por jogadas de linha de fundo, de escanteios ou de cobranças de faltas indiretas, chamadas de bola parada.

 

D- POSICIONAMENTOS

Ocupar espaços é fundamental na prática do futebol e é através dele que são montados os esquemas para cada jogo.

Por outro lado, essa ocupação impede o adversário de fazer uso dos espaços e executar com total liberdade o seu esquema de jogo.

Toda vez que um espaço é corretamente ocupado, a equipe se robustece ofensivamente e coloca a defensiva adversária em desvantagem.

Dentro desse contexto, surge a prática do que chamaremos de rodízio, o qual permite deslocamentos ofensivos e ocupação de eventuais espaços deixados no setor afeto a quem faz essa ação ofensiva e para tal é necessário um sincronismo entre as peças, pois para manutenção do equilíbrio da equipe, a recomposição defensiva deve ser efetuada de tal forma que não fiquem buracos e aí deve ser aplicada a ação que chamo de vizinho mais próximo, ou seja, que o jogador mais próximo desse buraco o vá preencher e como esse deslocamento abre outro buraco na área que antes era ocupado por esse jogador, outro mais próximo a ocupe e assim sucessivamente, de modo que a recomposição seja sempre completada.

Para isto é necessário em primeiro a percepção de ação de cada jogador e em segundo, de muito treinamento, pois tudo deve acontecer com um mecanismo de ação sincronizado.

Observamos que na cobrança de bolas paradas, os zagueiros pelo meio, quase sempre os mais altos do time, junto com os goleiros, se deslocam para a grande área do adversário e os homens de meio de campo os substituem provisoriamente, ocupando as posições que aqueles ocupavam e normalmente o terceiro meio-campista, o qual possui mais qualidade de arremate de fora da área, se coloca próximo da risca da grande área, num local que o permita alcançar o rebote e tentar a finalização.

Merece uma análise mais aprofundada, as posturas defensivas e ofensivas de cobranças de bolas paradas, quer sejam de faltas nos arredores das áreas ou de escanteios.

Assim, vamos primeiro ver a postura defensiva adequada.

Quem deve comandar a ação defensiva nesse caso é o goleiro, orientando a marcação.

Todos os cruzamentos em que a zona de definição dos mesmos seja a pequena área, devem ser de responsabilidade do goleiro, pois sendo ele o jogador com maior alcance de altura de bola, pois pode usar os braços, ir ao encontro da mesma e a agarrar nos casos de não ter assédio ofensivo de corpo a corpo ou a socar no caso de ter essa possibilidade.

Socar a bola também pode ser uma jogada ensaiada de início de contra-ataque, pois o centroavante se coloca no centro do campo e com isso prende dois adversários naquele setor do campo, seu marcador direto e o zagueiro de sobra. Assim um atacante rápido, tão logo a bola seja lançada sobre a área, se desloca para o setor de campo mais aberto e dessa forma, possibilitar que o goleiro soque a bola em sua direção e potencialize um contra-ataque que se bem executado, terá uma probabilidade alta de ser bem sucedido.

O goleiro deve ter uma combinação com os jogadores que eventualmente possam ser a sua referência e a forma pela qual essa bola socada deve ser direcionada.

Os defensores ao irem para a disputa da bola, devem sempre praticar o mesmo recurso, jogando o peso de seu corpo sobre os atacantes adversários, pois dessa forma, mesmo que eles vençam a disputa, não terão como aferir potência a cabeçada e a mesma será amortecida na direção do gol, o que facilitará a defesa do goleiro.

A atenção deve ser na trajetória da bola e não no adversário e tempo e espaço devem ser considerados para a ação de participação em atacar a mesma e se possível, esse cabeceio, também pode ser atrelado ao esquema de início de contra-ataque já descrito.

Os marcadores laterais, devem estar muito atentos a trajetória da bola e não deixarem os atacantes tomarem a sua frente, se colocando com preferência de a&cc



LUIZ SERGIO CUNHA

 
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