Cunha, o problema é que em qualquer negócio, em qualquer área de atividade, o fator tempo precisa ser levado em conta.

Entendo que haja um critério minucioso para a escolha da comissão técnica, que haja um departamento de scout e que não se possa contratar por contratar. Mas aliemos qualidade e agilidade.

No dia a dia de um jornal, o repórter busca apurar com o máximo de cuidado e publicar a informação o mais precisa possível, ainda prestando a atenção para não agredir o português.

Mas se fizer tudo isso fora do prazo para que a edição seja concluída, impressa e o produto chegue às bancas e às mãos do leitor antes da concorrência, não terá cumprido sua tarefa. A mídia mudou muito neste século, mas esses princípios valem para o jornalismo online e quaisquer outras modalidades.

Jornalistas que reiteradamente descumprem prazos e retardam o processo industrial de sua empresa não duram no emprego. Isso acontece na cadeia de comando inteira. Os editores são pressionados pelos donos e caso não demitam são demitidos.

O Botafogo tem uma temporada a jogar e esta começou dia 11 de janeiro. Se o dono não gosta do calendário, que brigue nas instâncias políticas do futebol para modificá-lo. Até lá, temos sim que jogar o Carioca e as supercopas. Outros clubes que estão na série A, como nós, disputam os estaduais para valer. O Volta Redonda está na série B e terá também um calendário extenso. Faz assim mesmo um Estadual digno, tendo entrado de férias uma semana antes do Botafogo.

Aliás, curioso o Botafogo desprezar tanto um título, como se nossa galeria estivesse apinhada de taças. Se o Flamengo ganhar esse Carioca aí, passa a ter o dobro das nossas conquistas nessa competição. Acho isso constrangedor.

Se não temos elenco com profundidade, se dependemos de todos os titulares ao mesmo tempo em campo para sermos minimamente competitivos até contra adversários modestos, se em três anos de SAF não se avançou nada para que nossa base seja estruturada, não é problema da concorrência. Os sócios torcedores estão pagando seus compromissos desde o início do ano, os direitos de TV estão sendo pagos, enfim, se o John Textor acha que o futebol brasileiro parou à sua espera, alguém conte a verdade pra ele.

Tem algo errado com uma empresa em que o dono mantém dezenas de funcionários sem qualquer autonomia para tomar decisões urgentes e que ele mesmo supervisiona a milhares de quilômetros de distância, na hora que bem entender.

A propósito: perdemos cinco mil ST desde janeiro.