Estamos há pouco mais de dois meses para ter o projeto SA bem encaminhado. Do contrário, o Botafogo não terá mais a participação de Carlos Augusto Montenegro.

Este o maior recado que o ex-presidente alvinegro deu em uma entrevista para a internet ocorrida na tarde/noite deste domingo, 17, comandada pelo canal de Fabiano Bandeira.

O curto prazo estipulado por Montenegro pode indicar que há perspectivas para a transformação do Botafogo em SA. Pode indicar, também, um certo cansaço ou uma desilusão em manter uma equipe de série A sem poder contar com os meios para isso.

E que ficará difícil fazer “mágica” para manter os aparelhos funcionando no nível em que estamos. Significa dizer, não há como seguir manter a estrutura e a equipes atuais.

Um dos exemplos que o ex-presidente deu e que serve para reforçar o seu sentimento pessimista foi que a única proposta ao projeto SA foi apresentada por um grupo norte-americano de investidores.

O grupo iria aportar 5 milhões de dólares, mas queria os dois meses seguintes para decidir se aceitaria a proposta do plano de negócio do Botafogo.

 E, nesse período também, o Botafogo não poderia manter negociações com nenhum outro grupo de investidores.

Como sabemos, esse tipo de negociação tem cláusulas de confidencialidade. Mas, caso houvesse alguma perspectiva concreta, Montenegro acenaria para a torcida, mesmo sem entrar em detalhes.

Bastaria dizer: “estamos negociando. Mas não posso dizer mais do que isso”.

O eventual afastamento de Montenegro do grupo que negocia o projeto do Botafogo SA não inviabiliza essa iniciativa,  mas é uma importante baixa.

Porém, pode ser pior: essa sua manifestação pode indicar que é a do grupo também, já que o ex-presidente é o líder. Parte majoritária dos que negociam podem ter estabelecido um prazo, um limite, para obter resultado.

Isso porque, no dia a dia, os salários atrasam, outras despesas surgem, os problemas se avolumam e não entra dinheiro pra bancar a manutenção do Botafogo.

Sem receitas, sem propostas e com o aumento de dívidas não restaria muito mais o que fazer.

Mesmo para um dirigente tão experiente como Montenegro, uma hora essa rotina cansa, retira o gosto pelo trabalho voluntário.

Tomara que essa tenha sido apenas uma manifestação em um dia de maior desgaste, um dia duro, um dia em que as coisas não aconteceram bem.

Do contrário, e caso não tenhamos boas respostas até julho, o projeto perderá fôlego, força e um grande defensor.

SA,

Macau