eu comecei a frequentar estádios de futebol, quando tinha 5 para 6 anos, no ano de 1951, levado por meu pai, que apesar de mineiro, sua família se mudou para o Rio quando ele tinha 14 anos e embora tenha jogado no américa e no Vasco, era um botafoguense fantástico, desses de acompanhar o time em tudo que era lugar.

eu já vi jogos e joguei em todos os campos do Rio, inclusive na Gávea em jogos de juvenis.

mas o papo é sobre o torcedor do Botafogo, que entre todos os torcedores, é sem dúvida o mais passional e a mim me parece o mais caricato, carregando na sua grande maioria, conduta patológica masoquista e no fundo fica na quase orgásmica posição de gozar com a tragédia, para estrebuchar, dizer que tem coisas que só acontecem com o Botafogo e depois de muito espernear e xingar, ir dormir tranquilo o sonho dos conformados, para acordar no dia seguinte renovado em energias e na espera ansiosa de novos sofrimentos.

ganhamos de 3x1, mas ninguém vai comentar a beleza de nossos gols, a forma como foram construídos e a sua plasticidade, mas sim a falha do gol que sofremos, onde a cruciificação já começa pelo nosso centroavante que não combateu como deveria o zagueiro adversário na sua saída com a bola e se encerra em nosso goleiro, que se tivesse 2 centimetros a mais de envergadura, teria evitado o gol, desviando a bola para corner.

esse é o nosso torcedor, que diferente dos demais, sabe a história de nosso time, da fusão, dos títulos, mas comete a omissão de aceitar como dirigentes as mais vorazes aves de rapina do mundo futebolístico

eu acho que a culpa não é do torcedor, mas também do nosso torcedor, pois somos aquele cão que ladra de portão fechado, mas na hora que o ladrão invade nosso terreno, deixamos de latir e saímos ganindo com o rabo entre as pernas.

eu vejo nessa ida para a segundona uma outra e creio derradeira oportunidade de mudarmos o curso de nossa história e subirmos de novo a montanha.

é hora de nós, torcedores, fazermos a diferença. 

lscunha.