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  OT - Cruzeiro deverá perder mais de 80% da cota de televisão

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rio de janeiro/RJ

Garrincha


Em 09/12/2019 às 14:15


 
 
Que cenário! Ainda bem que escapamos...

Por Rodrigo Capelo

Jornalista especializado em negócios do esporte

 

09/12/2019 09h00  Atualizado há 5 horas


Zezé Perrella e Wagner Pires de Sá — Foto: Bruno HaddadZezé Perrella e Wagner Pires de Sá — Foto: Bruno Haddad

Zezé Perrella e Wagner Pires de Sá — Foto: Bruno Haddad

Rebaixado pela primeira vez para a segunda divisão, o Cruzeiro enfrentará em 2020 um dos descensos mais difíceis da história moderna do futebol brasileiro. Ao mesmo tempo em que acumula dívidas, o clube mineiro terá de ajustar as suas contas com um faturamento consideravelmente mais baixo. Resultado da gastança e da irresponsabilidade que marcaram a administração de Wagner Pires de Sá, presidente, e Itair Machado, agora ex-vice-presidente de futebol.

A queda cruzeirense ocorre justo no momento em que o futebol brasileiro mudou de fórmula em relação aos direitos de transmissão. No passado, as cotas eram negociadas entre clubes e emissoras e tinham seus valores inteiramente garantidos durante o período do contrato.

A partir de 2019, o Brasil entrou em um modelo de distribuição semelhante ao das grandes ligas europeias. De todo o valor pago pelo Grupo Globo na primeira divisão, 40% são iguais para todos os competidores, 30% estão condicionados à quantidade de transmissões, e 30% são distribuídos de acordo com a colocação na tabela. Ainda há o pay-per-view, vinculado a uma pesquisa na base de assinantes.

A mudança na fórmula ocasionará a primeira consequência negativa para o Cruzeiro. Ficou estabelecido antes do início do Campeonato Brasileiro que, dentro dos 30% referentes à performance, rebaixados não teriam direito a nada. Se o Cruzeiro tivesse conseguido a 16ª colocação, receberia R$ 11,22 milhões neste mês de dezembro.

 

Se tivesse ficado na primeira divisão, o Cruzeiro receberia R$ 11 milhões da televisão por ter alcançado o 16º lugar. O dinheiro seria útil para pagar décimo terceiro salário, férias e pagamentos atrasados. Com o rebaixamento, não haverá repasse em dezembro de 2019.

 

Também por causa da alteração no modelo, a partir de 2020 o clube mineiro não poderá manter o contrato que possuía na primeira divisão. À diretoria caberá a seguinte decisão: ou o Cruzeiro opta por receber a cota fixa e igualitária da Série B, correspondente a cerca de R$ 8 milhões; ou decide receber os valores do pay-per-view, variáveis.

O blog simulou os valores recebidos pelo Cruzeiro, dentro do modelo 40-30-30, para chegar à diferença entre as cotas desta temporada e da próxima. No total, incluindo as televisões aberta e fechada e o pay-per-view, o clube recebeu cerca de R$ 70 milhões em 2019. Se ficar apenas com o pay-per-view previsto no contrato com a Globo, decisão mais provável, a cota ficará em torno de R$ 30 milhões em 2020.

 

A cota de televisão do Cruzeiro deverá ser reduzida de R$ 70 milhões para R$ 30 milhões, aproximadamente. Mas o cálculo piora. A maior parte da cota de 2020 foi antecipada por Wagner Pires de Sá e Itair Machado em 2018.

 

A redução em mais da metade seria problemática suficiente para um clube do porte do Cruzeiro. Mas a diretoria de Wagner Pires de Sá foi além. Na gastança em seu primeiro ano de administração, o atual presidente assinou a antecipação de recursos da televisão.

Por meio de operação financeira com o Polo, um fundo de investimento em direitos creditórios, o Cruzeiro antecipou em 2018 valores que seriam recebidos entre 2019 e 2022. No total, foram antecipados R$ 70 milhões. Esse dinheiro foi consumido em 2018. Dali em diante, a Globo passa a direcionar os pagamentos diretamente para o fundo de investimentos.

Antecipação feita por Wagner Pires de Sá, no Cruzeiro, com o fundo Polo — Foto: ReproduçãoAntecipação feita por Wagner Pires de Sá, no Cruzeiro, com o fundo Polo — Foto: Reprodução

Antecipação feita por Wagner Pires de Sá, no Cruzeiro, com o fundo Polo — Foto: Reprodução

Considerados apenas os pagamentos previstos para 2020, foram antecipados R$ 20 milhões nesta operação. Isso fará com que o Cruzeiro, dos cerca de R$ 30 milhões a que terá direito por meio do pay-per-view, receba apenas R$ 10 milhões. Pela temporada inteira. Isso se não houver outras antecipações das quais o blog não recebeu documentos.

 

Dos cerca de R$ 30 milhões que o Cruzeiro deve receber em 2020 pelo pay-per-view, R$ 20 milhões serão consumidos pelo empréstimo feito pela diretoria celeste. O restante não é suficiente para pagar nem um mês de salários.

 

Se na televisão a receita cairá dos cerca de R$ 70 milhões no total para apenas R$ 10 milhões, em outras fontes de arrecadação as perdas são difíceis de mensurar por causa da falta de transparência.

O programa de sócios-torcedores cruzeirense, que já chegou a proporcionar mais dinheiro até do que a televisão, possui apenas 23 mil adimplentes, segundo Zezé Perrella. Com o rebaixamento para e as desconfianças que cercam os atuais dirigentes celestes, o desempenho do programa em 2020 será uma incógnita. O mesmo vale para bilheterias. Talvez não valha abrir o Mineirão para jogos da Série B. Nos patrocínios, a falta de credibilidade e o amadorismo atrapalham.

As dívidas passaram do meio bilhão registrado no ano passado e se aproximaram de R$ 700 milhões, também de acordo com Perrella. As despesas, descontroladas há muitos anos, precisarão ser drasticamente reduzidas. E as receitas cairão muito, prejudicadas ainda por antecipações. Ao torcedor restará apenas uma certeza: diante da irresponsabilidade de dirigentes, para tirar o Cruzeiro da Série B, novamente é do bolso dele, torcedor, que precisará sair a salvação.

 

vini-s

Desde 02/2016 • 8 anos de CANAL
Porto Alegre/RS

Garrincha


Em 09/12/2019 às 15:22
 

 

No fim a gente sabe que a camisa sobe sozinha, só pela torcida e pelo nível tão mais baixo dos outros concorrentes (o nosso time mesmo em 2015 era tenebroso), além dos 'maiores' já não estarem na disputa (Coxa, Sport e o novo rico Red Bull), mas o Cruzeiro vai passar um perrengue com um amontoado de jogador ruim que eles não estão mais acostumados depois de anos montando seleções. 

 

Vai ser um choque de realidade poucas vezes visto no futebol brasileiro. 

 

Mas, claro, é muito bem feito... poucos times inflacionaram tanto o mercado qto Cruzeiro e Palmeiras, pagando 300, 500 mil pra qq cabeça de bagre. 

 





 

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