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  parte 14 - marcações ndvidual e coletiva

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Blumenau/SC

Garrincha


Em 25/01/2021 às 09:53

PARTE 14 - MARCAÇÕES INDIVIDUAL E COLETIVA

O jogador de futebol, tem que entender que defender e atacar é função de todos e se não as exercerem de forma permanente, colocarão seu time sob desvantagem numérica, que é o primeiro passo para ser derrotado.

Não há a menor chance de vitória para um time que não marca e para isso ser feito de forma bem-sucedida, dois tipos de marcações, a coletiva e a individual, devem ser exercidas permanentemente.

Marcação não é um conceito restrito a zagueiros, laterais e volantes, mas o fundamento principal do sistema defensivo e responsabilidade de todos que estejam no campo de jogo.

A marcação exige inteligência, percepção da jogada, conhecimento das posições dos companheiros e adversários no lance, conhecimento de jogadas básicas do adversário e total concentração no jogo e as formas adequadas de movimentação e sincronismo para as coberturas serem efetuadas com sucesso.

Dentro de campo, a cada momento, 10 confrontos diretos ocorrem simultaneamente e quem vencer a maioria desses confrontos, estará mais próximo da vitória.

 

14.1 - MARCAÇÃO INDIVIDUAL

A marcação homem a homem não é a adequada para ser a adotada de forma permanente por uma equipe, pois a movimentação do adversário, sendo o mesmo acompanhado por seu marcador, irá abrir no seu setor defensivo, buracos que concederão espaços para lançamentos e infiltrações do adversário e lhe oportunizando finalizações.

A marcação individual deve ser restrita as situações específicas, notadamente diante das bolas paradas, quer sejam faltas ou escanteios.

Essa marcação é reservada para ser efetuada em cima daqueles adversários mais hábeis e criativos, cuja a concessão de espaço e tempo para pensar lhe outorga a supremacia no lance, o que certamente será fatal.

É preciso saber quem são os cabeças pensantes e articuladores do adversário, para lhes anular e a marcação individual dos mesmos é a mais adequada estratégia defensiva a ser executada para esses casos, pois restringe e até mesmo anula, a participação de quem faz a diferença e assim sendo, o perigo passa a ser ocasional e não permanente.

É muito comum e gravíssimo erro no meu entender, mas muito comum no jogador brasileiro, principalmente por parte de nossos laterais, encurtar a marcação e depois de a reduzir quase que a um corpo a corpo, voltar a conceder espaço ao adversário que está com a posse de bola sob sua marcação.

Na marcação individual, é importante observar qual o pé está sendo usado como apoio pelo adversário, pois este não oferece perigo, já que está preso no gramado, mas sim aquele que está livre e irá processar a ação sobre a bola.

O marcador deve se posicionar de modo a nunca conceder ao adversário a possibilidade do drible para dentro da área, mas o forçar a se tentar a jogada individual, só ter o pior caminho para seu intento, que são as laterais.

Quando eu jogava futsal, era ala direita e normalmente era marcado e marcava os alas esquerdas adversários e todos que jogam futebol sabem que os canhotos são mais hábeis que os destros. Por conta disso eu me posicionava em suas marcações só lhes dando espaço pelo lado da linha lateral e se aplicassem um drible, fatalmente sairiam com a bola pela mesma. Por outro lado, apesar de destro, treinei muitos fundamentos e nos meus coletivos individuais de aprimoramento e/ou aquisição dos mesmos, eu procurava usar a perna esquerda e dessa forma desenvolvi uma boa habilidade com ela e quando me via na situação de encurralado na lateral, passava a bola para a perna esquerda e no momento que o pé direito do meu marcador passasse a ser o seu de apoio, eu driblava para cima dele e aí só restava me agarrar. Isso requer um sincronismo que se adquire com constantes treinamentos.

Em todo caso, os defensores contam com ferramentas que podem e devem ser usadas, mas de forma inteligente e a mais usada é a falta: uma é muito sutil e sem risco de punição com cartão, que vem a ser o tranco corporal e a outra a obstrução, mas falaremos mais adiante sobre elas.

Assim, eu acredito que a marcação por zona deve ser a tônica defensiva de um time, com passagem para a de homem a homem em determinadas situações e imperativa de ser individual, curta e intensa sobre as peças chaves do adversário, não lhes dando espaço, leitura do lance que está ocorrendo e nem tempo para pensarem.

Muito importante na marcação individual e conhecer seus adversários e seus repertórios de dribles, pois a forma como executam é que vão lhe indicar o melhor posicionamento para abordagem e confronto.

Também é muito importante que se posicione com o corpo voltado para sair direto para o lado em que ele executa o drible, pois assim terá como permanecer, mesmo que sem a posse da bola, não completamente batido, mas ainda participando da sua marcação, pois se ele sair e você ainda tiver que girar o corpo, já estará para trás e vencido no lance.

Vamos imaginar o Messi que se posta no franco direito e todo mundo sabe que não irá driblar para o lado da linha lateral, mas na diagonal e na direção da boal. Então seu marcador deve colocar o pé esquerdo a frente e com o corpo na diagonal e seu pé direito voltado para trás de forma que quando ele executar o movimento de diagonal, você possa acompanhar e permanecer entre ele e a linha de área.

O inverso deve ser no caso de um atacante que jogue pelo franco esquerdo.

Nunca se marca ninguém frente a frente, pois assim abre possibilidade de enfiarem a bola entre suas pernas e arrancarem sem você poder acompanhar e ser forçado a uma falta que irá ser punida no mínimo com cartão amarelo.



LUIZ SERGIO CUNHA

 
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