Comecei a acompanhar futebol, logo após o término da copa de 50, levado pelo meu pai aos campos em que jogava o seu Botafogo, uma vez que sendo portador do prêmio Belfort Duarte, tinha direito a entrar gratuitamente em todos os estádios do país.

Seu amor, transbordante pelo Botafogo foi me envolvendo e me impregnando e lá estava eu, com quase 6 anos, num Maracanã inacabado, para ver meus ídolos, que na época eram o Oswaldo Baliza, nosso goleiro que segurava chutes com a palma de uma mão e um mulato muito veloz, chamado Zézinho, que portava a nossa número 9.

Alguns anos se passaram e essa tietagem migrou para um cara de pernas tortas, que fazia gato e sapato de seus marcadores e que se tornou um jogador supra torcida, pois o povo ia aos campos, não para assistir uma partida de futebol, mas para ver o Carlitos de chuteiras. 

Na manhã de um domingo de 06 de março de 1955, tomei a maior porrada da minha vida, pois meu pai que ainda batia sua bolinha nas manhãs de domigo pelo Departamento Autônomo, caiu fulminado durante uma partida em Marechal Hermes.

Eu nunca vi uma partida sequer nesse campo, que veio a ser o nosso campo oficial durante alguns anos e passei a ser torcedor de spica, o radinho de pilha da época.

Sou um privilegiado, pois nos meus quase 78 anos de vida, vi alguns Botafogos notáveis e uma plêiade de craques que torcedores de nenhum outro clube do Brasil chegaram perto de verem, nem mesmo os santistas, o único alvinegro paulista de fato, já que o Corithians é um clube de três cores, daí minha simpatia pelo peixe.

Em todos esse Botafogos, a entrega era o espírito de jogo e já não via esse 12º jogador há muito tempo, mas o vejo de volta e isso me enche de esperança, pois estou tendo o meu Botafogo, aquele de meus sonhos, novamente de volta. 

Nunca tive pesadelos e nem dor de cabeça na vida e não é agora que vou ter.

A praia se alcança de braçada em braçada e a linha de chegada de passada em passada e assim será.

Está tudo bem encaminhado, mas nada está ganho e temos que cotinuar com o mesmo espírito, esse mesmo que após e não acho que foi falha, mas infortúnio que atigiu o Perri, vi o elenco, equipe técnica e torcida o acolhendo e isso foi tão marcante, que na entrevista depois do jogo encerrado, ele comentou o lance rindo, como eu também ri muito revendo ele procurando onde estava o frango, que em respeito ao grande goleiro que ele é, nao adentrou no galinheiro, mas esperou que alguém o chutasse para dentro dele.

e para encerrar, me lembro de minha avó materna que nos dizia: piano piano si vá lontano.

lscunha