1-    PREMISSAS DA MOVIMENTAÇÃO SINCRONIZADA

A movimentação durante uma partida de futebol, ocorre nos sentidos verticais e horizontais, mesmo que se desenvolvam de forma diagonal.

A maioria esmagadora de um time é composta por jogadores destros e a rigor, o zagueiro esquerdo, o lateral esquerda e o ponteiro esquerdo são canhotos naturais e muitas vezes nem isso, pois já vi um Botafogo de Sebastião Leônidas e Nilton Santos, ambos destros, jogando como zagueiro esquerdo e lateral esquerdo´

Esse detalhe não é irrelevante mas muito determinante na movimentação sincronizada, pois os movimentos defensivos ou ofensivos, são tidos como verticais, mesmo que ocorram em diagonais.

Já a movimentação de ocupação de espaços, devido a maioria de destros de um time, é mais fácil ser executada sempre no sentido horário, por este ser mais natural a esse grupo majoritário.

Então, acabamos de estabelecer aqui que a ocupação dos espaços, quer em ação defensiva como ofensiva, se deve processar no sentido horário.

Quando então estamos na execução que denominamos “se ele sai, eu entro”, a qual se processa em toda a varredura de distribuição em campo naquele momento, pois só assim o time estará apto a atacar ou se defender.

Por outro lado, a marcação do adversário, face nossa movimentação, se verá na obrigação de efetuar o movimento inverso, ou seja, a se processar no sentido anti-horário, que não é o natural e portanto, mais difícil de ser executado no tempo certo.

2-    COMO TREINAR UMA MOVIENTAÇÃO SINCRONIZADA

Eu me debati muitas horas no sentido de encontrar uma forma de treinar esse movimentação sincronizada e um dado instante, no qual quase adjetivei minha ideia como impraticável e quase coloquei meus apontamentos no arquivo morto, mas eis que numa noite que Morfeu me deixou em uma madrugada cara, veio uma cena de um filme que assisti, creio que uns 60 anos atrás, que se não e falha a memória, se chamava Blow up que significa explodir, no qual havia uma cena que o cara jogava uma partida de tênis com um adversário imaginário e me chamou a atenção o seu determinismo nesse devaneio, pois para ele não havia bola perdida.

Assim me ficou claro que a solução teria que vir do mundo imaginário e desde menino que eu sou bom em escrever contos e fazer poesias e estou acostumado a caminhar com um certo desembaraço nesse um do.

Me ficou claro que as movimentações iniciais seria bem lentas, mas a dificuldade era não ter a bola, pois as imaginações são diferentes.

 Passei alguns dias matutando e vi que alguém, preferencialmente o técnico, poderia ser a nossa bola.

Então concebi o treinamento do time titular contra o reserva e o técnico montava um cenário de jogo e por exemplo, um defensor do time titular andando e não valia o atacante reserva lhe ultrapassar, ir em direção ao técnico e o tocar.

Já nesse momento há veria uma desocupação de espaço, deixada pelos dois, a ser ocupada pelo titular em movimentação horária e acompanhada pelo adversário e sucessivas movimentações sempre de acordo com as duas premissas estabelecidas, numa movimentação de todo o time no sentido de ocupar os sucessivos espaços que surgiriam.

Aí foi fácil estabelecer que assim que o titular tocasse o técnico e lhe falasse para onde o enviaria, sendo ele a bola e já nesse momento, temas como jogada de segurança, melhor opção, etc.., poderiam ser analisadas.

Dessa forma toda uma construção de jogo seria desenvolvida até chegar à conclusão, sobre a melhor forma de efetua a mesma e o goleiro também se posicionaria na forma com mais possibilidade de impedir o gol.

A ação seguinte, seria o time reserva na ofensiva, pois a ideia é treinar as movimentações de ambos.

Creio que 6 movimentações, 3 para cada lado e depois um treinamento com bola corrida, mas já dentro das premissas estabelecidas e realizadas durante todos os treinamentos táticos de movimentação, levariam a uma rápida assimilação de jogar dentro dessa ideia de sincronismo.

Para terminar, eu fico triste, pois vocês têm tantas ideias para aperfeiçoar minha proposta para um estilo de jogo diferente e muitos leem, mas um, no máximo dois, fazem apreciações.

Elogios são legais, mas não é isso que almejo e sim uma nova maneira de se jogar futebol.  

Se acharem que é temerário, podemos começar pela base e vermos o efeito resultante.

Luiz Sergio Cunha

Blumenau, 28/02/2023