Vez por outra eu fico pensando que tipo de torcedor eu sou?

Quando menino, eu acopanhava nos jornais como foram os treinos preparatórios, pois além de descreverem os principais lances e os gols, ainda davam notas de desempenho, coisa hoje impossível, pois os treinos são secretos e a imprensa não tem acesso aos mesmos. 

Nunca fui de me envolver com a política que rolava na sede, mesmo porque os presidentes e dirigentes daquela época, gozavam da confiança da torcida, num contraste enorme com o que hoje ocorre.

Parece que os olhos cresceram, as bocas estão cada dia mais famintas e os interesses coletivos do clube se tornaram pessoais de algumas figuras.

Hoje sou um torcedor que diria até de resultados, pois devido ao nervosismo que se estabelece em mim e do jogo que pratico sentado no sofá, onde corro, lanço, driblo, cabeceio e chuto melhor que todo mundo, sem contar as defesas impossíveis que vira e mexe pratico, fui aconselhado pelo meu cardiologista a saber do resultado e aí decidir ver o vídeo, que é o que sempre faço e assim blindo meu sofrido coração dos riscos da emoção e da irritação.

Não sirvo de exemplo de torcedor e comer a desgraça já fria, empanturra menos que a quente.

Também devo evitar atritos com outros insatisfeitos e alguns num nível, que mesmo eu furioso, não consigo alcançar, mas os entendo.

Confesso que há situações que nos meus já idos tempos, seria motivo de me envolver em brigas e creio que algumas físicas, mas acho que pela maturidade da idade e principalmente pelas limitações da mesma, já nao sou mais um valentão.

Rosno, mas não mordo.

Na verdade eu concordo e discordo de forma aleatória e nao tenho ninguém por quem nutro uma antipatia permanente, mas detesto e fico decepcionado, quando os arranca rabos descambam para ofensas pessoais e se não sabem, sou do tipo que 15 minutos após um entrevero, eu já nem lembro mais dele.

Eu gosto de contraditórios, pois já aprendi muito com eles e também percebi erros e modifiquei minha eventual posição.

Hoje nem tanto, mas ainda tem um ou outro que me conheceu pessoalmente e sabe que sou um cara bem humorado.

Qualquer um de nós pode estar errado em suas premissas, mas todos nós queremos o melhor.

Já está sendo um ano difícil e queira Deus que nesse momento já estejamos no olho do furacão ou no pé do tsunâmi e que daqui para a frente, o céu seja de Brigadeiro e o mar de Almirante. 

lscunha