Jorge Luiz,

Você esqueceu de citar que o HumbertoLouzer, atual técnico da Chapecoense e que ontem, com 4 rodadas de antecedência subiu a Chapecoense e disputa o título com o América-MG, também foi o treinador do teu Vila Nova e no time colorado recebia o salário de apenas 12 mil reais. Quando foi treinador do Vila, o time estava na série C, em 2018. O que tudo isso significa? Apenas ratifica o que continuamos a insistir: Esqueçam a mania de grandeza e parem de sonhar com esses treinadores "medalhões" e "Nutellas", com esses "bolas da vez" citados pelo Emílio e por tantos outros, pois nem só de Série A vive o futebol brasileiro.

Bons treinadores existem em todos os Estados brasileiros, disputando campeonatos de primeira, segunda e terceira divisões, ávidos por conquistar um lugar ao Sol, precisando, apenas, de oportunidades. Ou o Botafogo faz isso, espalha informantes em todos os Estados, monta um estrutura de inteligência, com profissionais sérios, pessoas capacitadas, torcedores que poderão prestar informações e fornecer dados, vídeos, filmagens de jogos, coleta de dados com profissionais da imprensa sobre treinadores talentosos, para enviar ao clube, sem qualquer remuneração, por amor mesmo, ou jamais sairá do buraco em que se encontra. 

O Emílio acaba de mencionar a questão dos "penduricalhos" que os tais medalhões deixam como herança maldita aos clubes brasileiros, quando são dispensados - jogadores por eles indicados e contratados, quando firmam contratos com salários altíssimos. Acrescento a isso dois fatos que chamam a minha atenção: 1) posso estar mal informado, mas pesquisando, aqui, no velho e bom amigo Google, não consegui encontrar uma manchete, sequer, de que no América-MG algum treinador tenha deixado "penduricalhos", atletas indicados e contratados por ele, quando mudam de clube; a mesma situação em relação à Chapecoense; 2) porque sou um eterno Don Quixote de La Mancha, sempre a lutar contra moinhos de ventos, no meu sonho quixotesco de que algum dia o Botafogo crie e implante uma Escola de Treinadores, o modelo a ser implantado no clube seria o adotado pelo Atlético Goianiense (clube que mais cresce em Goiás, que estava na merda há 10 anos, e que hoje é o mais rentável, com um patrimônio de causar inveja a qualquer time carioca e já se transformando em S/A, com investidores do Oriente Médio, salvo engano da Arábia Saudita), nenhum treinador contratado pode trazer seu "staff", penduricalhos.

No Atlético Goianiense, por previsão estatutária, nenhum treinador pode trazer, por exemplo, sua equipe de rachadinhas. Auxiliares dos treinadores atleticanos (preparador físico ou fisiologistas, treinador de goleiros, todos que fazem parte do rol de penduricalhos, até roupeiros etc.) são empregados fixos, com carteira assinada, regidos pela CLT, do clube. Mas o "doido" e mau caráter sou eu. Então tá...