O panorama do futebol brasileiro deve mudar muito nos próximos anos, especialmente para as equipes endividadas.

Como num efeito dominó, elas deverão se transformar em SAF, Sociedade Anônima do Futebol.

A lei aprovada em 2021 é a âncora dessa mudança e ajuda a quem vive com cobradores a sua porta.

O principal deles, por um período de 6 a 10 anos, permite ao clube pagar suas dívidas usando apenas 20% de sua receita anual e 50% do lucro obtido.

É uma forma de viabilizar o pagamento das dívidas e, por outro lado, de buscar desses clubes uma contribuição tributária – como uma associação movimenta 1 bilhão sem pagar imposto?

Caso seja bem administrado terá condições pra se reerguer e competir.

Essa é um das vantagens  que a lei das SAF possibilita no bojo da reestruturação das dívidas.

Mas, com ela, as equipes passarão a ser administradas de forma profissional.

Vejam o caso de equipes que até pouco tempo mal apareciam no cenário nacional – fortaleza, ceará, cuiabá, américa, bragantino, etc.

Com dívidas elevadas ou não, elas adotaram uma gestão profissional, voltada para o lucro - tal como qualquer empresa -, embora a maioria ainda siga como associação sem fins lucrativos.

Além de uma completa mudança de mentalidade na gestão, esses clubes investiram em infraestrutura, no relacionamento com a torcida, em jogadores jovens, com potencial de crescimento, entre outras iniciativas.

E montaram equipes competitivas que permitiram passar por uma fase de transição para se consolidar em dois a três anos.

Este é o cenário que nos aguarda no Botafogo.

Fato é que a gestão alvinegra já acontece nos moldes empresariais, embora ainda careça de melhor infraestrutura, relacionamento com a torcida e outros investimentos.

Parte dessa situação desejada deve acontecer breve com a ampliação do prazo de uso do estádio Nilton Santos, cessão pra Wtorres administrá-lo, provável anuncio o naming rights e início formal da SAF.

A partir de então teremos outros desafios, além do olhar para os 46 pontos do campeonato brasileiro.

Vamos arrecadar mais, muito mais, fazer mais negócios e ter a oportunidade de nos consolidarmos, como disse, em dois a três anos.

SA,

Macau