SE “BOTAFOGO” NÃO FOSSE UM SUBSTANTIVO

Melhor seria se o Botafogo não fosse um substantivo, pois, ao menos gramaticalmente, em forma de poema, poderia ser um pronome, assim cantado em versos, ou prosa: 

O pronome meu não é teu,

considerado o vocábulo em

sentido estrito, bem como

em seu sentido lato.

Meu (que não é teu) porque

a mim pertence – e a ninguém mais,

é possessivo, (pro) nominalmente falando.

E assim o é porque quem o detém

não o serve a ninguém: dele faz uso pessoal,

abusando do poder de usá-lo, sem mais.

Mas, conquanto expresse sentido de posse tal pronome,

nem sempre quem dele faz uso em palavras,

apodera­-se da expressão em gestos e obras.

O ideal seria, então, se quem fizesse uso

do pronome, ao invés de dizê-lo meu,

o substituísse pelo seu cognato, conjugando-o

com a primeira pessoa do plural de mesma raiz

possessiva: nosso.

“E entrou no pé do pinto, e saiu no pé do pato,

El Rei mandou dizer para mim contar mais quatro”.