Amigo ELRamo: Conforme mencionei anteriormente, na medida em que o projeto “TERRÃO DE PENEIRAS PERMANENTES” começou a criar corpo, ou seja, quando as obras dos campos começaram a ser construídas e, logo após, a receber garotos interessados em ali passar a jogar futebol, percebemos que havia necessidade de expandir a divulgação (que inicialmente era feita apenas pelo sistema “boca a boca” na comunidade) para atingir maior público. Assim, repito, criamos um grupo no Facebook e, posteriormente, também no Twitter e, mais tarde no WatsApp. Passo a descrever os passos que seguimos para abranger o mais amplo público nas redondezas:

1) TRABALHO IMPLEMENTADO NO FACEBOOK – No início, publicávamos no grupo do Facebook apenas fotografias dos times do passado e fotos dos grandes ídolos do clube, seguidos de pequenos comentários. A intenção era abranger o maior número de torcedores antigos, quase sempre pessoas envelhecidas ou da chamada “terceira idade” – os chamados “tradicionalistas”, ávidos por saber de qualquer notícia sobre o time, já que o clube sequer possuía páginas na internet. Mas, na medida em que o grupo foi crescendo, percebemos que de nada adiantaria a gente criar um grupo na internet para atingir apenas torcedores “das antigas”, pois não tínhamos dinheiro para tocar as obras. Geralmente os torcedores mais velhos não gostam de comprar camisas novas; preferem usar as suas velhas camisas, tradicionais. Com isso, nos deparamos com o seguinte dilema: “Se a maioria da torcida do clube envelheceu e não gosta de novidades, como fazer para angariar recursos para tocar as obras que o terrão necessitava?” Passo a esclarecer:

2) CRIAÇÃO DE NOVOS DESIGNERS PARA AS CAMISAS DO TIME DE FUTEBOL – Para convencer os torcedores tradicionalistas e saudosistas dos tempos de glórias, o primeiro passo que demos foi publicar, no grupo do Facebook, pequenas publicações mostrando que o Goiânia precisava renovar sua marca; que enquanto o time continuasse a ser visto vestindo camisas copiadas das do Botafogo seria muito difícil conseguir renovar sua torcida. A proposta foi aceita, aos poucos. Então fizemos os designers das camisas que aparecem na imagem abaixo. Começamos e divulgar os valores e as fotos e também o telefone de vendas. BINGO! Um sucesso, mas não o suficiente para conseguir dinheiro para as obras. Passamos à etapa seguinte;

3) INSTALAÇÃO DE UM PEQUENO ESTÚDIO PARA GRAVAR VÍDEOS PUBLICITÁRIOS – Como também não dispúnhamos de capital para contratar um plano de negócios junto ao Sebrae )que é o mais barato, apesar de caro para a nossa realidade), passamos a buscar no velho e bom amigo Google artigos para expandir negócios, com pouco dinheiro, fazendo uso das redes sociais. Só então percebemos que a meninada de hoje não usa mais o Facebook, como rede de comunicação na internet. “A onda hoje é o ZAP-ZAP”, como se diz em Goiás. Assim, empiricamente, começamos a andar pelo bairro e percebemos que todos os jovens das imediações usavam celulares. Nasceu assim, sem qualquer planejamento, a ideia de criarmos um Grupo no WasApp, para postar mensagens curtas sobre o projeto. Só que, para atingir tal objetivo (que era o de vender as camisas, as flâmulas, os chaveiros, as canecas etc.), o ideal seria que as publicidades não fossem realizadas com imagens estáticas, apenas fotografias e letras. Precisávamos fazer vídeos publicitários. Mas, como, se não tínhamos dinheiro para contratar profissionais do ramo e aluguel de estúdios custam caro? Explico, a seguir, o que fizemos.

4) ESTÚDIO FEITO NA BASE DA “GAMBIARRA” E MATERIAIS CHINESES – Como as obras ainda estavam no início no terrão e também nos alojamentos dos garotos da base, fazendo barulho e poeira no local, a solução que encontrei foi a de ceder uma pequena sala do meu escritório (na verdade um velho casarão que reformei num bairro da cidade, onde ganho o pão de cada dia) para ali construir o ESTÚDIO DE PUBLICIDADE. Para fazer o chroma key (aquele fundo verde que se usa em estúdios de gravações para inserção de imagens), conforme se vê nas imagens, não gastamos muito dinheiro: Gastei apenas 1 litro de tinta branca ao preço de R$ 26,00 (vinte e seis reais), 1 pincel ao preço de R$ 4,00 (quatro reais) e 3 bisnagas líquidas cor verde xadrez e 2 amarelas. Cada bisnaga custou 2,00, totalizando, assim, para a mistura das cores ficar VERDE CANA, OU VERDE CANÁRIO, R$ 10,00 (dez reais). Total das tintas: R$ 40,00 (quarenta reais). E a mão de obra? Conforme se vê nas imagens, eu mesmo pintei a parede, juntamente com o motorista do meu escritório de advocacia, após o horário de expediente. Lâmpadas e refletores que se vê na imagem foram adquiridos na Feira do Paraguai, produtos chineses, ao preço de 300 reais, incluídos os dois “tripés dos guarda-chuvas” reflexivos. Para as filmagens, usamos nossos celulares. Total dessa brincadeira: R$ 340,00 (trezentos e quarenta reais). A partir de então, tudo se modificou: com as gravações dos vídeos publicitários, na base da “gambiarra” mesmo e depois que, ao fundo verde, começamos a inserir imagens das fotos do time, das obras, dos treinos do time de futebol, acredite, vendemos mais camisas do que a loja do fornecedor oficial das camisas do time que estava disputando a divisão de acesso à primeira divisão.

Fico por aqui. Voltarei ao tema para descrever outros assuntos relacionados ao projeto TERRÃO PARA PENEIRAS PERMANENTES.