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Garrincha


Em 28/09/2020 às 16:19

A.2 - LADO EXTERNO DO PÉ (TRIVELA)

Esse fundamento chamado de “trivela” é conhecido no futebol como o mais sutil e nobre, pois é a base utilizada pelos grandes jogadores não só na condução da bola, como nos passes de meia distância e lançamentos.

Se não permite, ou melhor, se é muito difícil alcançar a precisão desejada com ele, no entanto é capaz de conseguir o impossível, pois no futebol ele assim como na matemática comprova que a reta é a menor distância entre dois pontos, o lançamento de “trivela” ou de “três dedos” como é conhecido, lhe permite imprimir uma curva que impossibilita a interceptação da bola pelo adversário e nas cobranças de falta de curta e média distância, sendo um terror para os goleiros, pois ocasiona que bolas que têm a trajetória indicando que passarão pelas laterais das traves ou por cima do travessão, súbito apresentem uma curva que as reposiciona para dentro do gol, sendo que a última ação citada, ficou conhecida como “folha seca” em decorrência de sua trajetória e foi consagrada pelo seu maior mestre, o qual foi o Dudu, que dessa forma marcou o segundo gol do Brasil contra a França na Copa de 1958.

Por conta do posicionamento da bola, é muito mais difícil desarmar um jogador que conduza a bola com o lado externo do pé, do que um que a conduza com o lado interno e o domínio dessa técnica é indicativo de se tratar de jogador com recursos mais elevados de técnica individual.

O lançamento com o lado externo do pé, enseja que a bola, por conta do efeito a ela imprimido, não se alongue para a frente, sofrendo com seu impacto no solo, um amortecimento que a desacelera e assim possibilita e em muitos casos até dispensa o domínio da mesma, pois a mesma lhe chega “mastigada”, já pronta para ação, sem perda de tempo.

É possível fazer lançamentos que proporcionem mesmo em bola rolando a curva desejada, mas isso requer um domínio profundo dessa técnica e muito treinamento em sua prática.

 

A.3 - SOLA DO PÉ

Essa é uma técnica muito utilizada no futsal e no chamado futebol de campo se faz necessária em várias situações de jogo, como aquelas quer requer puxar a bola para si ou a parar, mas as travas da chuteira podem ser um agente complicador.

Uma vez assimilada, ela será uma ferramenta notável na execução de direcionamento da bola, ensejando dribles de belíssimas plasticidades.

O treinamento de “pentear a bola” como é chamada essa técnica é simples, mas como tudo no futebol, exige treinamentos adequados.

Os jogadores oriundos do futsal e nas últimas décadas, todos os nossos craques tiveram nele o seu berçário, necessitam uma adaptação quando passam para a prática do futebol de campo e alguns não conseguem bons resultados, pois de tal forma se condicionaram a utilizar a sola da bola, que perdem muito do potencial nessa troca e muitos só conseguem alcançar um patamar insuficiente para desenvolverem sua arte nessa modalidade.

 

A.4 - PEITO DO PÉ

Essa é uma técnica basicamente de finalização e muito utilizada para cobranças de faltas de distâncias longas.

Ela imprime uma potência muito grande a bola, mas tem pouca precisão e como descreve uma trajetória reta, não oferece dificuldade de mudanças para os goleiros e por isto, no futebol atual, pouco e usada, mesmo porque os goleiros através de treinamentos, praticamente as anula, o que levou os treinadores a desenvolverem estratégia de efetuarem lançamentos nas áreas. Ao invés de chutes diretos, no que é chamado de “bola parada”.

No caso das finalizações com o peito do pé, a entrada na bola é um quesito fundamental para não chutar a mesma na arquibancada e assim, a posição do pé que servirá de apoio, deve estar perfeitamente na paralela com o eixo transversal do centro da bola, pois isso além de permitir chutar na direção do gol, lhe oferece a potência máxima no arremate.

Hoje s cobranças diretas são feitas com as partes laterais dos pés. As efetuadas com o pé direito, normalmente são endereçadas ao canto esquerdo do goleiro e com o pé esquerdo no canto direito do goleiro, sendo impresso na bola um efeito que lhe permite tomar uma trajetória que na sua primeira metade parece estar se encaminhando para fora da meta e depois bruscamente efetuar uma curva que a direciona para dentro da meta, traindo os goleiros, em especial os viciados em adotar o chamado “golpe de vista”, no qual os goleiros ficam estáticos e só acompanhando a bola.

 

A.5 – PONTA DO PÉ (BICO)

Há um paradigma no futebol que é feio chutar a bola de bico, mas nada é feio no futebol se for alcançado o objetivo. A finalização com o bico da chuteira, agrega potência e direção na finalização, ocasionando uma situação que denominamos de “bola espetada” e não só deve ser efetuada, como treinada até se obter o total domínio dessa técnica e lembro aqui que em duas Copas do Mundo vitoriosas, vencemos partidas duríssimas, por conta de gols assinalados por Romário e Ronaldo Nazário utilizando esse tipo de finalização e como dizia Dadá Maravilha, não há gol feio, pois feio é perder gol.

 



LUIZ SERGIO CUNHA

 
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