Há muitos anos passados, num impedimento para tratamento médico, nosso João Ignácio  Muller, a quem carinhosamente nos referimos como JIM e que eu não conhecia pessoalmente, me convidou para escrever de forma interina a sua coluna por conta de seu impedimento e dessa forma marquei uma viagem para o Rio e fui o visitar em seu apartamento no Leblon e estabelecemos uma fraternidade de papo diário, mas ele nunca me sugeriu ou exigiu nenhuma linha de conduta na elaboração de tópicos e sempre aceitou minhas posições na mesma e a única coisa que me pedia era que eu sempre falasse do Botafogo, quer nas alegrias ou decepções, mas do Botafogo.

Eu lhe disse que não vivenciava o ambiente de General Severiano, mas que só acompanhava o desempenho no campo e seria sobre isso que eu escreveria. e assim foi durante um ano fim do qual, ele já restabelecido, voltou a titularidade, mas nunca abriu mão da amizade e nossa relação telefônica era quase que diária.

O destino me levou a uma última visita a sua residência na antevéspera de sua partida, fato que muito me entristeceu, pois perdi meu novo velho amigo.

Diante do póstumo acontecimento, o Valério insistiu para que eu assumisse a sua coluna que estava vaga e eu resisti algum tempo, mas alguns amigos do tempo do futchurrasco, dos quais eu participei de alguns, como expectador e até como juíz da pelada, me levaram a aceitar o mesma e tracei o projeto de escrever um Manual, que fosse baseado na minha atividade passada dentro das 4 linhas, mas no salão que no campo, com o intuito de gerar um embrião daquilo que eu chamava de Escola Botafoguense de Futebol, que abrangeria dos fraldinhas até a categoria do time principal, ou seja, uma ideia ainda tosca do Botafogo Way.

Postei aqui na coluna, vário tópicos e alguns, por conta da impossibilidade de postar fotos, foram poupados e pedia a colaboração com críticas sobre os ítens publicados, pois através das mesmas, discordantes ou elogiosas, tinha a esperança de podermos montar algo consensado.

Infelizmente, aconteceu o contrário, pois os foristas se calaram e preferiram temas mais polêmicos para expressarem suas opiniões e adentraram num patrulhamento político insano, assim como no terreno de ofensas pessoais, que fogem completamente ao escopo desse canal.

Para mim era e é decepcionante, escrever uma coluna, em que mais de 100 pessoas, às vezes até mais de 200 a liam e tudo ficar restrito a dois ou três comentários lacônicos e extremamente modestos de conteúdo para o aprimoramento do Manual.

Resolvi suspender de postar tópicos do Manual e passei a comentar sobre os jogos, mas minha linha é muito polida e o povo quer polêmica e até a impressão de sangue, me parece emergir em alguns  casos.

Então eu me perguto se vale a pena continuar colunista ou se vou ter que entrar pela política  do clube ou pela nacional de forma radical, pois eu que fui um esquerdista na juventude, colaborador do MR8 em algumas tarefas e hoje sou um democrata, daqueles que acha que tem que haver esquerda, centro e direita, mas não paridários de extremas, porém patriotas acima de tudo.

Isto posto, gostaria que aqueles que me prestigiam com a leitura, de forma lacônica de um sim ou de um nâo, me orientassem se devo ou não continuar com a coluna, ou ir aprimorar meu Manual, de forma que fique com uma qualidade que possa doar ao Botafogo, na pessoa de seu proprietario da SAF, para que ele tome conhecimento de minhas ideias e quem sabe adote algumas das que julgar úteis.

lscunha