Confesso, no que diz respeito ao tema, estou “mais perdido do que cego em tiroteio”. É que, por maior que tenha sido o esforço, ainda não me julgo apto a emitir qualquer opinião sobre como funciona os tais contratos firmados por clubes de futebol, contendo as “cláusulas de metas”, ou “premiações por objetivos alcançados” com atletas profissionais, durante a duração do pacto.
De uma coisa, porém, estou absolutamente convencido: No chamado “mercado da bola” que comanda o futebol nesses tempos de pós modernidade, não há mais espaços para clubes semiprofissionais – como é o caso do Botafogo.
Realmente, no futebol capitalista que estamos vivendo, não há mais espaços para um time como o Botafogo que, embora leve o rótulo de “profissional”, há décadas, em termos gestão (se soar ofensivo dizer que se trata de um clube “amador”) apresenta-se como “quase profissional”.
Transcrevo a resposta que apresentei ao Mirandafac no post (vide em algum lugar “O Amor de Mau Humor – Bem vinda, Série B”) que publiquei neste fórum:
“Pode soar estranho o que vou lhe dizer, meu caro: Regra geral, em clubes pequenos (de que é exemplo o meu segundo time, o Goiânia E.C.), sempre que se fala em planejamento, a ideia que logo vem à mente é: Se quisermos crescer, teremos que fazer alguns estágios em clubes grandes; ver de perto o que eles estão fazendo, perguntar e observar muito, anotar tudo e, na medida do possível, tentar reinventar nossa gestão.
O inverso também se aplica ao Botafogo, caso, de fato, a atual gestão tenha intenção de reiventar o clube, profissionalizar a administração alvinegra, passar uma borracha em tudo o que tem sido feito, até a presente hora. Se o Botafogo tenciona tornar-se um clube com gestão profissional, para ser GRANDE no futuro, não poderá ser administrado com a mania de uma grandeza que não possui. Terá que baixar a crina, descer de um pedestal que não lhe pertence e aprender, ver de perto, o que é, realmente, um clube pequeno, como é que se administra time sem dinheiro. Afora isso, sem chances!”
A menos que algum colega de sofrimento consiga ter a proeza de me ensinar, “tintim por tintim” como funcionam os mencionados contratos com cláusulas de metas, penso que o imbróglio em que se meteu a gestão semiprofissional do Botafogo, firmar esse tipo de contrato com um atleta, de 23 anos de idade, cujo passe pertence Vitória de Guimarães, clube português (também semiprofissional, em comparação com os poderosos Benfica e Porto) e que, em 2019, jogando no mediano (mas organizado e com gestão pés no chão, em fase de transformação para clube empresa, Atlético Goianiense), estou convencido de que, de duas uma: ou o Botafogo é um clube amador, ou administrado por gente de intenções duvidosas.
Pelo sim, pelo não, vale conferir como agiu o presidente do Atlético Goianiense (não à toa, o clube que mais cresce na Região Centro Oeste), ao tratar da renovação e/ou contratação do Pedro Raul, junto Vitória de Guimarães:
- Estamos conversando, estou confiante. Ele está adaptado aqui, também tem vontade continuar. É um jogador muito importante, mas não vamos passar do nosso limite (financeiro) para mantê-lo – disse Adson ao GloboEsporte.com.
Confiram, agora, como o presidente do clube goiano age ao tratar da montagem do elenco, em casos tais:
Para Adson Batista, montar o elenco do ano que vem será um grande desafio pelo fato de o Dragão estar na Série A.
- Montar um time para o ano que vem será o maior desafio da minha carreira, por causa do pouco orçamento que temos e o nível da competição (Série A).
Como sei que muita gente boa vai pedir a citação da fonte, ei-la:https://globoesporte.globo.com/go/futebol/times/atletico-go/noticia/apesar-da-concorrencia-atletico-go-mantem-otimismo-para-permanencia-de-pedro-raul.ghtml
Dito isso, indago: a) O Botafogo é, ou não é, um clube “semiprofissional”? b) Em sendo um clube que, embora muitos o considerem como “profissional”, mas funciona com gestões amadoras, o Botafogo precisa, ou não precisa, fazer alguns estágios junto a times considerados GRANDES e pequenos, se quiser, de fato, organizar-se, reinventar-se, como anuncia o novo presidente?
Atlético Goianiense, América-MG, Chapecoense, Fortaleza, Ceará e Cuiabá seriam, a título de clubes pequenos com gestões profissionais, boas escolas para o Botafogo fazer estágios. Somente após, começar a espelhar-se em administrações de GRANDES clubes do futebol brasileiro.