Sou a favor do isolamento horizontal. A preocupação primeira tem que ser com as vidas. A economia é importante? Com certeza. Não tem como a sociedade sobreviver sem pensar na economia. Porém, a preocupação com a vida tem que ser prioridade. Não há como se pensar na economia com pessoas morrendo a sua volta, com uma saúde colapsada. As medidas que estão sendo tomadas agora, de isolamento social (horizental), são justamente para evitar o colapso da saúde pública, como tem sido pregado pelos especialistas, ou seja, evitar que as pessoas se contaminem ao mesmo tempo sobrecarregando os hospitais (com os hospitais lotados, o problema transcende ao próprio corona virus, pois faltarão leitos para atendimentos diversos e graves (não relacionados ao corona)). Penso que a ideia principal com o isolamento seja até esta, evitar que isso ocorra, que os hospitais fiquem mais lotados do que já são (principalmente neste nosso Brasil). Que a economia do país vai quebrar é quase que inevitável, e vai ser assim (na verdade já está) com o mundo todo. O gasto/a despesa individual no momento (preocupação maior) tem que ser praticamente só com comida e necessidades básicas, e quem puder vai pagar suas contas, quem não puder não vai ter jeito agora, mas, quando este momento passar, vai com um tempo (com medidas governamentais, inclusive). Mas praticamente só vai passar se houver (mantiver) o isolamento horizontal agora. É momento das empresas pararem de pensar só no lucro (ao menos um pouco), até porque vai ter que entrar a parte do governo pra também, com vistas a ajudar pagar os salários e a garantir o emprego. O momento é pra isso, depois reergue a economia, com as pessoas vivas e sem superlotação nos hospitais. Aí o governo vai ter que se virar prac criar condições, com cortes onde tiver que cortar e com redução de salário de quem tiver que reduzir, a cooperação da sociedade tem que ser geral. Infelizmente, de uma forma geral, empresas só conseguem pensar no lucro, até numa calamidade dessa. Aí vão dizer “não é só pensar no lucro não, é pagar o salário mesmo que não vai dar”, mas aí é que eu digo, é aí que tem que entrar a parte do governo pra ajudar as empresas a pagarem o salário e manterem a empresa e o emprego de alguma forma. Sem as vendas, sem o dinheiro circulando, praticamente não tem como os empregadores/as empresas manterem o pagamento de salário normalmente mas, para isso, e com a cooperação da sociedade como um todo, o governo tem que buscar soluções.

 O que o país mais precisa no momento é de um presidente atuante e responsável. Não é uma situação simples nem fácil para o governo federal mas é momento de atuar e priorizar a situação. O país não é rico mas também não é miserável a ponto de não poder “segurar as pontas” ao menos por um período. A prioridade é esta, manter o isolamento horizontal, com investimentos diretos na saúde como um todo e aporte financeiro aos informais e às empresas para manterem os empregos. Dinheiro para isso tem, a questão é que vai precisar tirar da parte da corrupção que impera na política (mexer na parcela dos absurdos e falcatruas nenhum político quer). Dificilemente o isolamento social horizontal vai durar por muito tempo, mas penso que deva durar até o governo aguentar a “segurar a onda”, pois, um isolamento longo com pessoas desemparadas, além de virar o caos, as pessoas passariam a morrer de fome, mas um isolamente horizontal pelo maior tempo possível (enquanto o governo “puder” ajudar diretamente) seria bom, tanto para conscientizar as pessoas a irem voltando aos poucos, evitando aglomerações, e até mesmo para ajudar a educar/conscientizar as pessoas a mudarem os habitos higiênicos.

Não dá para brincar com o que é sério, são vidas que estão em jogo, ninguém está transformando lugares em hospitais de campanha (inclusive estádio de futebol, como o Pacaembú) de forma emergencial à toa ou por brincadeira. A situação é muito séria. Não dá pra brincar com a situação de calamidade flagrante que está aí mundo à fora. Não dá para minimizar a situação, considerar como “gripezinha” uma “gripe” que está matando como vem matando em todo o mundo (aqui mesmo no Brasil) e só vem crescendo. Inclusive, acredito que se o Brasil, com as atitudes dos governadores, não tivesse tomado as medidas de isolamento que ocorreram nos estados antes, a situação estaria pior. Querer fazer comparações da COVID 19 com H1N1 (que realmente matou muito, principalmente na Ásia) e com outras “gripes” chega a ser leviandade, é brincar com uma situação que está muto séria. O futebol parou, o esporte parou no mundo todo! Quando foi que alguém aqui viu o que está acontecendo hoje no mundo? Tenho 38 anos, mais velho que uns e mais novo que outros, nunca vi e acredito que mesmo os mais velhos nunca viram algo parecido (tanta gente morrendo em curto espaço de tempo). Não importa a idade, ainda que fossem só idosos, idosos são seres humanos e agradeça a Deus quem chegar a ser idoso um dia. E, pra muitos egoístas que não ligam para questão humanitária, tem gente morrendo de toda idade (com problemas de saúde ou não, sem falar que muita gente tem problema de saúde e não sabe). O que o país menos precisa em um momento como este é de um presidente com pensamento dissidente com o que o mundo tem pregado. Não gosto de Bolsanaro, mas um impeachment neste momento seria mais um problema e o país não precisa de mais problema mas sim solução. A melhor coisa a acontecer seria Bolsonaro passar a ter atitude séria, de predidente sério (por mais que exigir postura de Boslonaro seja exigir demais), pra encarar a situação com seriedade.

Não é hora de briga política, a situação fragrante que está aí é de calamidade pública. Pessoas estão morrendo e alguma coisa tem que ser feita, tentada e a orientação mundial é no sentido de isolamento horizontal. Bolsonaro não é burro mas tá fazendo burrice (o que mais faz) e pra mim tá cavando a própria cova. A Globo pode ter seus defeitos, e tem muitos, mas não está inventando nada, está mostrando o que tem acontecido aqui e no mundo. O foco está sendo em cima do coronavirus? Está. Com negativismo? Dependendo do ponto de vista, sim. Mas ela está assim desde o inínico, antes mesmo de Bolsonaro começar a dar seus pronunciamentos inescrupulosos (inclusive, desumano, como foi o do dia 25/03). A globo está perseguindo Bolsonaro? Está. Mas o próprio Bolsonaro está municiando a globo pra isso. É muita burrice ir numa contramão dessa, e ainda querer (assim como a grande maioria de seus eleitores) colocar culpa na globo pela perseguição. Bolsonaro já “declarou” guerra à globo e ela está sendo coerente na situação (perseguição). A “cegueira” de defensores de Bolsonaro (alguns, para não generalizar) é tão absurda que já vi gente colocando culpa na globo pela disseminação do virus (como se só tivesse ocorrendo no Brasil). Pior que a globo sempre teve esse cunho informativo, focar em situações pontuais (algum interesse tem nisso, mas sempre foi assim): Lembro que durante a Guerra do Golfo (que diretamente não tinha nada a ver com a gente) toda hora tinha plantão falando do momento. Ou seja, a globo tá fazendo o que sempre fez (e é fato, inclusive no mundo, que a situação é séria e exige atenção como tal), Bolsonaro é que tá municiando a perseguição: indo na contramão do pregado no mundo e brigando com pessoas do próprio governo, ou seja, escolhidas por ele mesmo. Aproveitando-se do momento pra interesses políticos? Todos estão, globo, Bolsonaro, ministros, goverdnadores, prefeitos… infelizmente!

Por fim, acho que discussões políticas num momento como este não levam a nada. A preocupação precípua tinha/tem que ser com a calamidade pública. Até porque discussão política não costuma sair do campo da opinião e opinião cada um tem a sua, ninguém convence ninguém. E o pior de tudo também é a “cegueira” da grande párte dos eleitores, seja de esquerda seja de direita, seja Lula, seja Bolsonaro, os “cegos” defensores de Bolsonaro não conseguem exergar nada errado de Bolsonaro e os de Lula não conseguem exnergar nada errado em Lula (PT). Pior ainda, numa discussão, o eleitor “cego” de um acaba agradindo o eleitor “cego” do outro (e vice versa). Ou seja, não vale à pena discussão política, ainda mais na situação seria do momento (até mesmo porque, infelizmente, seriedade é algo que não tem nada a ver com a nossa política/polítcos). A situação é maior, pessoal, de calamidade pública, vamos nos preocupar com as vidas e com a economia também, mas primeiro com as vidas. Com menos pessoas mortas vai ser mais fácil ou menos difícil de se reerguer a economia. E, com fé em Deus, vai se reeurgue!

Isso tudo vai passar. Vai deixar sequelas? Vai. Muito árduas para uns? Vai, principalmente pra quem perdeu ente querido e/ou, materialmente, perdeu tudo (mas aqui enquanto há vida há esperança!). O momento é difícil pra todo mundo, não acredito que esteja fácil pra ninguém. A vida sem poder sair de casa, sem liberdade mesmo (principalmente no direito de ir e vir), é complicada pra qualquer pessoa (seja rica, seja pobre). Realmente mais complicada pro pobre que muitas vezes não sabe o que vai comer/nem se vai comer, mas não deixa de ser complicada para todos (até para o de melhor cobdições, pela restrição de sua liberdade mesmo, não puder usufruir o que tem). Mas o momento é de isolamento, priorização em preservar as vidas. E, com fé em Deus, tudo isso vai passar e a economia vai se reerguer!

 “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o´propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3:1. Bíblia)  

Sds Alvinegras,

Vivaldo Jr