A questão dos números ainda assim é muito relativa porque a maioria das pessoas está esquecendo de analisar os detalhes:

1. Os infectados contabilizados, na sua grande maioria são os que apresentam sintomas de complicações, ou seja, os que estão na lista dos 10%. Como 90% nem sabem que têm, ou têm só uma gripezinha, o número de infectados pode tranquilamente multiplicar por 10x. Muita gente já teve e nem sabe. Muita gente ainda vai ter e não vai saber.

2. Por outro lado, o número de mortos, ajuda a levar os números à falta de credibilidade, pois a maioria desses óbitos foi contabilizado apenas porque na certidão diz corona. Muitos que se foram por outras doenças, cairam nessa vala comum, então é importante que os atestados passem a ser exatos com a causa mortis. Nem vou falar de um decreto de governador que mandou declarar morte por covid, todo defunto que não fosse proveniente de tiro ou facada. O que, de certa forma, não impede, que esse morto estivesse contaminado pelo corona, mas não entrou nas estatísticas.

3. A mídia não cumpre apenas o dever de informar, mas exagera, em especial aquela emissora que ama o Botafogo. Boa parte do povo brasileiro não crê mais no sensacionalismo, e o que deveria ser informativo, acaba caindo no descrédito de muita gente. É a mídia prestando desserviço, mas boa parte das pessoas não se atenta a esse detalhe.

4. Briga política, que muita gente já percebeu também. Não está em debate a preocupação com a vida da população, mas apenas quem vai se dar bem, quem vai abocanhar mais dinheiro do ente imediatamente acima. Não é hora de oportunismo político, debate de ideologia, e nem hora de usar aportes emergenciais para a corrupção. Com boa parte da população em casa, os criminosos agem à vontade...

5. Inocência de parte da população. Quem acompanhou a evolução do vírus na China e na Europa, sabia que o Brasil, com mais de 40 dias de medidas sanitárias, cheagaria, com tranquilidade a mais de 1000 mortes oficiais. Mortes oficiais são as atestas pelo óbito, e não a causa real ser o covid. Brasileiro não quer que ninguém morra, mas isso é impossível.

6. Demora em agir da União, Estados e Municípios: Tivemos o primeiro caso diagnosticado no final de janeiro. Quase 1 mês depois que começaram a transformar a ameaça em números oficiais. As medidas de isolamento tiveram início apenas 3 semanas depois. O brasileiro pulou 1 semanas de carnaval. Os gringos vieram e massa pra cá em fevereiro. E em janeiro já tínhamos a doença aqui. O vírus já passeava pelo Brasil há mais de 1 mês e meio...

7. Situação política e econômica do país. Parte das pessoas acha que o país está nadando em dinheiro, e que poderá bancar todo desempregado ou prejudicado pelo episódio. Lembrem-se que viemos de 3 décadas de muita corrupção, trilhões já foram levados do país, e hoje essa grana faz falta pra estrutura e distribuição de renda. Quem roubou, não vai devolver o dinheiro. Quem acha que sair imprimindo dinheiro é a solução, está muito enganado. Parece que boa parte da galera, não viveu a época que o preços dos produtos era remarcado 2x por dia no supermercado. Inflação galopante nesse tempo de crise severa, pode ser um tiro de misericórdia pra mais da metade da população do país, e estamos falando em miséria completa pra mais de 100 milhões de brasileiros.

8. Quem analisa a questão do covid, apenas pela "sobrevivência" da humanidade, sem pensar nos outros fatores que são obrigatórios para a vida, é um completo irresponsável. Tão genocida ou mais como dizem do presidente. 

Antes de discutirmos isolamento vertical ou horizontal, é preciso analisar boa parte das questões acima. É preciso também ter muito cuidado, pois se os números caírem ou aumentarem, um defensor de cada tipo de isolamento, vai dizer que o melhor foi o seu. A doença tem um tempo que vai ficar em atividade. Fica a torcida que a teoria das ondas, não aconteça de fato. Pois esta seria a 1a onda, e uma posterior ou terceira, numa país que já está fragilizado economizamente, pode levar aos caos total.